O livro das coisas perdidas, de John Connolly, mostra o universo e as qualidades do autor irlandês mais conhecido pelo mundo na atualidade e o primeiro autor não americano a receber o prestigiado prêmio US Shamus. O livro é a estreia do autor na Editora Bertrand Brasil e, acima de tudo, é uma grande desconstrução de fábulas muito conhecidas como A branca de neve e os sete anões e João e Maria. Com muita imaginação e mistério, o livro indicado ao renomado prêmio Hughes & Hughes de melhor romance irlandês em 2007, quando lançado na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos fez enorme sucesso e virou mania em todas as idades. A narrativa gira em torno de David, 12 anos, que depois de perder a mãe passa a maior parte do tempo em seu quarto, no sótão, tendo os livros como companhia. A mãe lhe disse que histórias ganham vida quando contadas e que existe um mundo paralelo ao nosso, de contos, fadas, mitos e lendas, onde tudo que é fantástico é real.
O pai de David casa outra vez e ele descobre que vai ganhar um irmãozinho, que ele odeia antes mesmo de o rival nascer. Sua vida fica muito difícil. Quando os livros começam a sussurrar palavras para o menino, realidade e imaginação vão se misturando até que, ao brincar no jardim, o menino entra em um reino encantado, onde encontra heróis, monstros e um rei fracassado que guarda seus segredos em um livro misterioso. A apaixonante história do menino faz eco com todos os contos de fada que os leitores conhecem e mostra que ler pode transformar qualquer fantasia em realidade e que, na vida real, crescer pode fazer de um simples jovem um herói. O romance será levado às telas em 2014 e é daqueles que mostra as dificuldades de lidar com as perdas e dores e os problemas para entrar na chamada vida adulta. O livro também é considerado uma alegoria sobre a vida e a morte, a paz e a guerra e outros aspectos da vida. Enfim, a narrativa tem uma atmosfera arrepiante que mostra como o real e a fantasia podem ser encaixar. Inventivo, mágico, envolvente, diferente e peculiar são alguns dos adjetivos que os críticos literários de jornais ingleses e irlandeses utilizaram para definir o romance.
Os elogios não são exagerados e os leitores vão ter o prazer de ler sobre a jornada de David para encontrar o caminho da volta de uma viagem fantástica. Editora Bertrand Brasil, 364 páginas, R$ 43,00, mdireto@record.com.br
Lançamentos
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Existiu outra humanidade, de J.J. Benítez, consagrado autor da saga Cavalo de Troia, revela outro mistério: mais de onze mil pedras, gravadas com sugestivos desenhos, comprovariam que houve outra civilização na terra, antes do homem de Neandertal. São as pedras de Inca, Peru, encontradas na década de 1960. Planeta, 208 páginas, www.editoraplaneta.com.br
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Arriscar é viver, do escritor londrino Jim Powell, já foi publicado em quinze países. O romance revela os bastidores do fim do comunismo na Europa. Mergulha nos acontecimentos da II Grande Guerra, da Guerra Fria e da queda do muro de Berlim, com linguagem simples, elegante, comovente. Geração Editorial, 325 páginas, www.geracaoeditorial.com.br
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Outonos de fogo, do escritor e magistrado federal Marcel Citro, retrata, ficcionalmente, cinco séculos no Sul do Brasil. Na apresentação, L.A. de Assis Brasil escreveu que a obra é um romance de formação da identidade gaúcha e sulina. O livro é uma homenagem a Porto Alegre e um passeio ao Sul profundo. Libretos, 258 páginas, www.libretos.com.br
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Acrobacias no Crepúsculo, do jornalista premiado, professor e escritor Tibério Vargas Ramos, apresenta um romance baseado em dois textos. Um produzido por um veterano escritor que vai completar 70 anos. Outro por um estudante de Letras. São visões diferentes de um aviador destemido, o amigo e a namorada. AGE, 200 páginas, www.editoraage.com.br
E palavras...
Confesso que entrei no Face, confesso que sou e sempre fui Amigo de Bento
Até umas semanas eu não entrava em rede social alguma. Aí meio por feliz acaso, entrei no Facebook para me conectar com alguns amigos e, principalmente, com o blog Amigos de Bento, criado pela querida, generosa e bonita Lu Fasolo, de minha terra natal, a irrepetível Bento Gonçalves. Antes eu ficava com receio de me comunicar até demais via redes sociais. Sou boca-grande, meio barriga-fria e ficava com medo de falar demais, me envolver em confusões etc. Larguei a timidez de mão e entrei de cabeça no Face. Até minha foto tive coragem de colocar lá. Centenas de amigos e conhecidos, entre eles, Leila Pasquetti, Ademir Bacca, Vera Maria Bertolini Comin, Paulo Roberto Dreher Nunes, Victor Moré, Julio Luiz Gehlen e Márcia Signor Rodrigues estão se comunicando. O blog tem quase trezentos participantes. São centenas, milhares de fotos, lembranças e mensagens. Muitas emoções. Um grande, infinito álbum de fotografias e recordações de gerações e de uma cidade que sempre foram, são e serão orgulho para o Rio Grande, o Brasil e o mundo. Não é pouca coisa. A galera pretende se encontrar em Bento, Porto Alegre, Praia do Rosa e, quem sabe, no Rio de Janeiro, em Paris, Nova Iorque e Punta del Este. Bento-gonçalvenses são universais, se espalharam pelo planeta. Alguns até emprestam seu brilho para cidades médias e uma grande, que ficam perto de Bento. Cidades que formam, orgulhosamente, a Grande Bento. Caroline da Silva, nossa querida editora-assistente de cultura do JC, é guria de Bento e tem nossas melhores qualidades. Os mais felizes bento-gonçalvenses ficaram em Bento. Mas todos têm o maior carinho e o maior orgulho por terem nascido lá. Uma cidade simpática, trabalhadora, acolhedora, culta, tecnológica e que, agora, tem um blog fantástico, onde o Bacca e muitos outros apresentam registros de ontem, hoje e sempre. A gente pode até viver em outros lugares, sair de Bento. Bento, felizmente, nunca deixa a gente, nunca sai de nossas mentes e corações. Bento-gonçalvenses não precisam questionar o sentido da vida, a existência de Deus e fazer outras perguntonas. Eles nasceram lá e isto já é razão imensa para estarem no mundo. O muito mais é alegria, vinho, galeto, amor, trabalho, família e amizade. Pois é, deu para notar que valeu ter entrado no Face. (Jaime Cimenti)
E versos
Nem aí
Indiferente
ao suposto prestígio literário
e ao trabalho
do poeta
à difícil faina
a que se entrega para
inventar o dizível,
sobe à mesa
o gatinho
se espreguiça
e deita-se e
adormece
em cima do poema
Ferreira Gullar