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Coluna

- Publicada em 19 de Março de 2010 às 00:00

Mergulho profundo na cultura e nos costumes da Malásia


Rocco/Divulgação/JC
Jornal do Comércio
O romance Trilha de sonhos, lançado há poucos dias no Brasil, já foi traduzido para dezoito línguas e tem merecido justa aclamação internacional, por sua forma e conteúdo. A obra venceu o prestigiado prêmio Commonwealth Writers Prize para o Sudeste Asiático e Pacífico Sul em 2003. A autora, Rani Manicka, nasceu na Malásia, onde graduou-se em Economia pela Universidade da Geórgia. Rani atualmente vive entre a Malásia e a Inglaterra e Trilhas de sonhos, seu primeiro romance é, acima de tudo, um mergulho profundo na cultura e nos costumes da Malásia. A narrativa trata da vida de Lakshmi, uma garota nascida e criada no Ceilão que, aos 14 anos, desposa Ayah, um homem com mais do que o dobro de sua idade, mas sem ambição alguma. Lakshmi pensava que Ayah era rico, mas ele, na verdade, era apenas funcionário de baixo escalão e mal conseguia sustentar a família. Ela se tornará a matriarca de uma família de seis filhos e conduzirá a prole com amor e determinação, inclusive para defender a todos dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Contando a saga dos filhos, netos e bisnetos de Lakshmi, tempos antigos, tradições e tempos modernos são mostrados em meio a informações e histórias sobre a religião e a culinária local. O rapto e assassinato da linda filha Mohini, irmã gêmea de Lakshmi, pelos japoneses que ocuparam a Malásia durante a II Guerra Mundial, afetou toda a família para sempre, em especial o irmão gêmeo. Lakshmi sentia-se culpado e se tornou uma pessoa fria, distante dos familiares. Quando nasceu Dimple, filha de Lakshmi, muito parecida com a falecida Mohini, a vida da família sofreu outras mudanças radicais. Dimple se interessa pela história da família e grava as memórias de cada um do clã. Dimple terá um fim trágico como o da tia, mas as gravações são descobertas pela filha Nisha e aí as muitas e duras histórias dos ancestrais serão relevadas. Sentimentos de todo tipo, sonhos não realizados, emoções e pensamentos familiares e, portanto, universais, certamente seduzirão os leitores brasileiros. A narrativa cobre 84 anos da história da família e mostra que, no tempo e na geografia, os sentimentos humanos não diferem muito. Editora Rocco, tradução de Márcia Frazão, 496 páginas, R$ 62,00, www.rocco.com.br.
O romance Trilha de sonhos, lançado há poucos dias no Brasil, já foi traduzido para dezoito línguas e tem merecido justa aclamação internacional, por sua forma e conteúdo. A obra venceu o prestigiado prêmio Commonwealth Writers Prize para o Sudeste Asiático e Pacífico Sul em 2003. A autora, Rani Manicka, nasceu na Malásia, onde graduou-se em Economia pela Universidade da Geórgia. Rani atualmente vive entre a Malásia e a Inglaterra e Trilhas de sonhos, seu primeiro romance é, acima de tudo, um mergulho profundo na cultura e nos costumes da Malásia. A narrativa trata da vida de Lakshmi, uma garota nascida e criada no Ceilão que, aos 14 anos, desposa Ayah, um homem com mais do que o dobro de sua idade, mas sem ambição alguma. Lakshmi pensava que Ayah era rico, mas ele, na verdade, era apenas funcionário de baixo escalão e mal conseguia sustentar a família. Ela se tornará a matriarca de uma família de seis filhos e conduzirá a prole com amor e determinação, inclusive para defender a todos dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Contando a saga dos filhos, netos e bisnetos de Lakshmi, tempos antigos, tradições e tempos modernos são mostrados em meio a informações e histórias sobre a religião e a culinária local. O rapto e assassinato da linda filha Mohini, irmã gêmea de Lakshmi, pelos japoneses que ocuparam a Malásia durante a II Guerra Mundial, afetou toda a família para sempre, em especial o irmão gêmeo. Lakshmi sentia-se culpado e se tornou uma pessoa fria, distante dos familiares. Quando nasceu Dimple, filha de Lakshmi, muito parecida com a falecida Mohini, a vida da família sofreu outras mudanças radicais. Dimple se interessa pela história da família e grava as memórias de cada um do clã. Dimple terá um fim trágico como o da tia, mas as gravações são descobertas pela filha Nisha e aí as muitas e duras histórias dos ancestrais serão relevadas. Sentimentos de todo tipo, sonhos não realizados, emoções e pensamentos familiares e, portanto, universais, certamente seduzirão os leitores brasileiros. A narrativa cobre 84 anos da história da família e mostra que, no tempo e na geografia, os sentimentos humanos não diferem muito. Editora Rocco, tradução de Márcia Frazão, 496 páginas, R$ 62,00, www.rocco.com.br.
E PALAVRAS...
Cauby, Roberto e novas emoções
Há pouco foi lançado o CD intitulado Cauby interpreta Roberto pela gravadora www.luamusic.com.br. Cauby Peixoto, para muitos o maior cantor brasileiro de todos os tempos, canta nele exclusivamente músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Proposta, De tanto amor, A volta, Sentado à beira do caminho, Os seus botões, Música Suave, As flores do jardim da nossa casa, Não se esqueça de mim, Desabafo, Olha, À distância e O show já terminou estão na gravação. Como se vê, não são as principais canções do Rei, tirando Sentado à beira do caminho, que é mais até do Tremendão Erasmo. Cauby não solta o conhecido e lendário vozeirão e não apresenta os trejeitos que os fãs adoram. Ele só diz, quase sussurra, suavemente, as letras, à moda de Roberto, de João Gilberto ou de Tony Bennett, este último ídolo do Rei. Os arranjos também são comedidos, básicos. Mesmo assim e mesmo com o repertório de canções menos votadas, ou talvez por isso mesmo, o CD mostra, mais uma vez, a majestade musical de Cauby que, mesmo cantando à moda de Roberto, é, mais uma vez, profundamente pessoal e intransferível. Talvez fosse mais interessante ouvir interpretações das canções de Roberto ao inimitável estilo do próprio Cauby, não sei. Seria interessante ouvir as interpretações, por Cauby, das canções mais conhecidas de Roberto e Erasmo. Quem sabe num próximo CD. Mas acho que o disco lançado, além de ser um registro histórico obrigatório, mostra que um verdadeiro artista do porte de Cauby Peixoto, mesmo com a consagração e a idade que tem, não deve furtar-se a desafios e novidades. Foi o que ele fez. Com grandeza, genialidade, criatividade e humildade. Só os grandes fazem assim.  Uma vez perguntaram a Piazzolla por que ele tinha mudado o tango. Ele, serenamente, respondeu: por que um artista que não muda é um artista morto. Cauby já inventou, reinventou  e  mudou muitas vezes - de roupas, de repertório e até de penteados - em décadas e décadas de carreira, mas sempre soube manter  sua essência de pessoa, de alma e de cantor, que é o que realmente conta. Por isso ele é quem é, segue muito vivo e cantará cada vez  melhor, como o colega-vizinho Carlos Gardel, para citar só um exemplo de eternidade.
lançamentos
O corpo no cinema - variações do feminino, da professora-doutora Ana Mery Sehbe de Carli, fala, com profundidade e erudição, sobre as várias categorias de corpo que desfilaram nas telas em décadas e nas aspirações e sonhos que as imagens despertaram nos espectadores. Editora da Universidade de Caxias do Sul, 232 páginas, telefone (54) 3218 2197.
O mal-estar na cultura, de Sigmund Freud, é um dos mais perturbadores ensaios escritos sobre o desenvolvimento cultural da humanidade. Reflete sobre o sentimento religioso, sobre os critérios para eleições de valores humanos, sentimento de culpa e a respeito de felicidade, individualidade e civilização. L&PM Pocket, 192 páginas, tradução de Renato Zwick, www.lpm.com.br.
CPalavra e Sombra - Ensaios de Crítica, de Arthur Nestrovski, doutor em literatura, escritor e músico, trata de autores brasileiros como João Cabral, Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony e estrangeiros do porte de Philip Roth, John Updike e Kazuo Ishiguro, sempre com a ideia de buscar novos caminhos críticos para as leituras de autores essenciais. Ateliê Editorial, 168 páginas, www.atelie.com.br.
Homens e Deuses - Mitos e lendas dos gregos antigos, do professor, escritor e tradutor inglês Rex Warner, conta, em linguagem acessível, sobre Édipo, Antígona, Midas, Cupido, Perseu, Dédalo e muitos outros deuses, mitos e lendas que até hoje povoam a imaginação e o cotidiano de muitas pessoas. Editora Martins Martins Fontes, 296 páginas, www.martinseditora.com.br
E VERSOS
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade   
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Odes de Ricardo Reis, Fernando Pessoa, em Obra Poética,

Editora Nova Aguilar, telefone (21) 2275-6499
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