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Marco A. Birnfeld

Marco A. Birnfeld

Publicada em 27 de Setembro de 2024 às 01:25

População gaúcha diminuirá 18,9% até o ano de 2070

Deposit Photos/Divulgação/EV/JC
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O Rio Grande do Sul chegará ao ano de 2070 com uma população 18,9% menor do que a estimada neste 2024 - o que consistirá no maior recuo demográfico do País. E os estados de Alagoas e Rio de Janeiro tendem a perder, respectivamente, 17% e 15,8% do seu número de habitantes na mesma base de comparação. As projeções são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e sinalizam fortes mudanças no perfil demográfico do Brasil, incluindo redução da fecundidade e maior envelhecimento. A tabulação também chama atenção para os horizontes da Região Sul. Se a projeção se confirmar, Santa Catarina chegará a 2070 com a segunda maior população da região (10,4 milhões), ultrapassando o Rio Grande do Sul (9,1 milhões). O Paraná, estado mais populoso do Sul, deve chegar a 2070 com quase 11,5 milhões de habitantes. O contingente será 3% menor do que o deste ano (11,8 milhões).
O Rio Grande do Sul chegará ao ano de 2070 com uma população 18,9% menor do que a estimada neste 2024 - o que consistirá no maior recuo demográfico do País. E os estados de Alagoas e Rio de Janeiro tendem a perder, respectivamente, 17% e 15,8% do seu número de habitantes na mesma base de comparação. As projeções são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e sinalizam fortes mudanças no perfil demográfico do Brasil, incluindo redução da fecundidade e maior envelhecimento. A tabulação também chama atenção para os horizontes da Região Sul. Se a projeção se confirmar, Santa Catarina chegará a 2070 com a segunda maior população da região (10,4 milhões), ultrapassando o Rio Grande do Sul (9,1 milhões). O Paraná, estado mais populoso do Sul, deve chegar a 2070 com quase 11,5 milhões de habitantes. O contingente será 3% menor do que o deste ano (11,8 milhões).
Uma previsão nacional é contundente: a população do País passará de 212,6 milhões (em 2024) para 199,2 milhões (em 2070), significando redução de 6,3%. Em termos absolutos, a queda prevista é de 13,4 milhões de pessoas. Tal contingente é maior do que a população projetada (11,9 milhões) para a cidade de São Paulo neste ano de 2024.
A demógrafa Izabel Marri, do IBGE, afirma que as previsões gaúcha e fluminense refletem a estrutura mais envelhecida dos dois estados. Com isso, o total de óbitos tende a ser relativamente maior. "Os estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro também são os primeiros a observar um declínio da população de mulheres em idade reprodutiva, o que leva a acentuar os efeitos da queda da fecundidade no total de nascimentos", diz a técnica. Segundo ela, "a estimativa de redução populacional gaúcha e fluminense será expressiva": -46,6% (RS) e -38,4% (RJ).
No estado do RS, o número de habitantes tende a recuar de 11,2 milhões para 9,1 milhões em igual período. Para o Rio de Janeiro, a baixa prevista é de 17,2 milhões (2024) para 14,5 milhões (2070). Ainda de acordo com a demógrafa, o caso de Alagoas é explicado pela migração interna: ao alagoanos indo para outras regiões do país. A baixa dos nascimentos (-55,7%) também terá um "peso importante" na dinâmica local.
A população alagoana deve diminuir de 3,2 milhões em 2024 para 2,7 milhões em 2070. No Rio Grande do Sul, o número de habitantes tende a recuar de 11,2 milhões para 9,1 milhões em igual período. Para o Rio de Janeiro, o IBGE prevê baixa de 17,2 milhões em 2024 para 14,5 milhões em 2070. E São Paulo está entre os 20 estados que devem encolher: passará de quase 46 milhões de habitantes em 2024 para 40,7 milhões em 2070, uma redução de 11,5%. A estimativa do IBGE indica 5,3 milhões de pessoas a menos.
RR deve registrar população 49,9% maior; MT e SC vêm em seguida. Sete estados chegariam a 2070 com população maior do que em 2024. Roraima tende a apresentar o maior crescimento relativo: 49,9%; Mato Grosso (37,3%) e Santa Catarina (29,6%) vêm na sequência. De acordo com a demógrafa Marri, os altos índices de crescimento são influenciados pela migração. Em Roraima, há impacto da dinâmica internacional. O estado da Região Norte, que atualmente tem a menor população do País, virou destino de venezuelanos nos últimos anos.
 

Vida regulada?

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques está indignado... No dia 3 de setembro, ele festejou o aniversário do cantor Gusttavo Lima em um iate na ilha de Mykonos, na Grécia, na companhia do casal André Rocha e Aislla Rocha, sócios do artista na empresa Vai de Bet. À época, estava em andamento a Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro por casas de apostas. No dia da festa, houve a apreensão judicial de um avião que pertencia a outra empresa de Lima. Este chegou a ter a prisão decretada, sob o fundamento de que teria ajudado o casal a fugir - depois, os três foram beneficiados com habeas corpus.
Não se trata de moralismo. Magistrados têm direito, claro, às alegrias da vida privada. Mas, ao aceitar o serviço à Justiça, aceitam que essa vida seja regulada.

O governo go$ta...

Do total do dinheiro apostado nas loterias federais da Caixa Econômica Federal, 46,6% ficaram com o governo nos últimos 12 meses, cerca de R$ 12 bilhões. No caso das bets, os chutes mais ponderados no mercado dizem que a União poderia arrecadar R$ 10 bilhões em impostos por ano.
Segundo a estimativa do Banco Central, cerca de 85% do valor apostado volta para os apostadores; 15% ficam com as empresas donas das bets. Nessas contas, porém, não estão incluídos impostos.

Porta arrombada...

... Tranca de ferro! Parlamentares da base aliada de Lula que agora questionam, em iniciativas legislativas, termos e liberalidades da legalização das bets, votaram em peso, em 2023, a favor do projeto de lei que definiu as regras atuais para as apostas online. A regulamentação desse mercado é iniciativa do governo federal e tem sido liderada pelo Ministério da Fazenda. Até mesmo integrantes do PT admitem, agora, terem subestimado os efeitos negativos e o alcance desse mercado nas contas dos brasileiros.
Apesar disso, as bets são liberadas no País desde 2018, via leis, e o fenômeno cresce desmedidamente, com TVs e redes sociais veiculando propagandas de apostas.

O tigrinho comerá o leão...

Os brasileiros destinaram via Pix, de forma bruta, entre R$ 21 bilhões mensais às empresas de apostas online nos oito primeiros meses de 2024. A cifra é 44% a mais do que o esperado. O mero volume financeiro do setor aumenta a ganância de empresas e do governo. Emissoras como Globo e SBT exploram brechas legais para entrar no mercado, e o governo tem a perspectiva de arrecadar até R$ 12 bilhões por ano.
No olhar econômico, o volume financeiro do mercado não deveria ser o único fator relevante. Antes que o mercado seja grande demais para ser controlado, não se pode deixar de fora da conta como as bets agravam a desigualdade social. Dois dados recentes evidenciam isso. Primeiro: as apostas online deixaram 1,3 milhão de brasileiros inadimplentes apenas no primeiro semestre de 2024. Segundo: beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em bets somente em agosto. Não é absurdo imaginar que o tigrinho das bets vai comer o leão...

Expansão do crime

Ao prender 61 pessoas e resgatar uma vítima, a Operação Terabyte, realizada esta semana pela Polícia Federal, indicou a expansão, no Brasil, das redes que armazenam e compartilham pela internet conteúdos com abusos sexuais de crianças e adolescentes. Mais de 750 policiais cumpriram 145 mandados de busca e apreensão em 23 estados e no DF.
Especialistas avaliam que o avanço da Inteligência Artificial e a inserção precoce no ambiente virtual tornam os menores cada vez mais expostos e propensos a se tornarem alvos desse crime. A operação teve o apoio da Agência de Investigação Interna da Embaixada dos Estados Unidos, a Homeland Security. Um dos presos é sargento da Força Aérea Brasileira, com 5 mil arquivos com imagens criminosas em seu computador pessoal. Outro alvo tinha mais de 20 mil cenas com conteúdos de abuso de menores.

A Caixa tem

Condenada em quatro ações judiciais decorrentes de assédio perpetrados pelo economista Pedro Guimarães (59 de idade atual) - que foi o presidente da CEF de janeiro de 2019 a junho de 2022 - a instituição bancária fez milionários acordos.
A soma das transações chega a apreciáveis R$ 14 milhões. E não se fala mais nisso.

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