A Escola Estadual de Ensino Fundamental Souza Lobo prepara memorial para comemorar o seu centenário, que ocorrerá em março. Pelos bancos escolares da instituição, localizada na avenida Bahia, 948, em Porto Alegre, passaram importantes personalidades, como: Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Protásio Alves, Germano Hasslocher, Sebastião Leão, Assis Brasil, Barros Cassal e Emílio Mayer, entre outros. A diretora da Escola, Sandra Petrillo Moraes, informa que, além do memorial, professores, funcionários e pais de alunos estão envolvidos no árduo trabalho para regatar parte dessa história.
Sandra explica que a tarefa é gratificante, porém, ao mesmo tempo, depende da participação da sociedade para recolher documentos, fotos, livros e outras raridades para contar parte desse passado. A diretora deseja também ver publicada uma obra literária para registrar os cem anos, porém, segundo ela, será necessário o apoio da comunidade. Na escola, a direção, professores e funcionários fazem variadas tarefas, que vão do recolhimento de material didático, para iniciar o ano letivo, até a manutenção do prédio.
A bibliotecária Jane Basso diz que a instituição de ensino possui ainda hoje importante presença em sua comunidade e teve um relevante papel na trajetória da capital gaúcha. Desse modo, é justo que tenha a sua história preservada, mas, para isso, depende do auxílio.
A escola foi fundada em 1914 com o Collegio Elementar Souza Lobo, por determinação do então secretário de estado dos Negócios do Interior e Exterior, Protásio Alves. O interessante é que Protásio Alves foi estudante da escola, que surgira 37 anos antes, em 1877, por meio do esforço do professor José Theodoro de Souza Lobo. Naquela época, a instituição de ensino destinava-se a preparar meninos, em regime de internato, para os cursos superiores, muitos dos quais vieram, mais tarde, ocupar posição de destaque na política e nos ramos culturais e sociais do Rio Grande do Sul.
Souza Lobo, que nasceu em Porto Alegre, em 1846, foi, por alguns anos, inspetor das escolas do Estado. Publicou obras didáticas, entre elas: a Primeira e a Segunda Aritmética só para meninos. Ele estudou em Minas Gerais e depois foi para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Central, tornando-se engenheiro geógrafo. No Rio Grande do Sul, lecionou Matemática na Escola Normal de Porto Alegre. Publicou também a obra Compêndio de Geografia. Faleceu em 1913, aos 67 anos de idade.
Sandra Petrillo comenta que o primeiro diretor foi Odorico Álvaro Xavier, que ficou no cargo até 1918, quando então assumiu a direção Branca Diva Pereira de Souza, que ocupou o cargo de diretora do então Grupo Escolar Souza Lobo durante 21 anos.
Em 1968, assumiu Gilda Câmara Rocha. Mais tarde, em 1969, o antigo prédio foi demolido para dar lugar a um complexo escolar. A professora Gilda Câmara permaneceu até março de 1974. Assumiu, posteriormente, Elias Olivio Algeri, exercendo o cargo de 1975 a 1976. Em 1976, conforme o decreto 24.881 de 8 de setembro de 1976, assinado pelo então governador do Estado, Sinval Guazelli, unifica o Grupo Escolar e Ginásio Souza Lobo, passando a denominar-se Escola Estadual de 1º Grau Souza Lobo.