Entrevista: Sônia Hess, da Dudalina

Para marcar a estreia da coluna, convidei uma das 10 mulheres de negócios mais poderosas do Brasil, segundo a Revista Forbes. Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina, assumiu o cargo em 2003. Libriana nascida em 5 de outubro de 1955, tem três filhas, três netos e está casada há 22 anos.

Não sei se há um crescimento, mas há, sim, uma expansão. A maioria dos empreendimentos começa com as mulheres ou em uma família onde a mulher e o marido iniciam seu empreendimento. A mulher é empreendedora. Nas empresas, dentro de uma estrutura até o nível de gerência, está meio a meio entre homens e mulheres. Quando sobe esta escada, a presença feminina fica rara: em nível de diretoria não chega a 20%, e de presidência, não chega a 7%. Há uma oportunidade gigante de mulheres ocuparem estes cargos.

A mulher é competente quando está preparada. Tem algo a mais, a intuição. Ela é acolhedora, é diferente dos homens, muito objetivos, racionais e pragmáticos. São aspectos diferentes, e é muito interessante, dentro da alta gestão, equilibrar estas características. As mulheres devem sonhar mais, galgar mais espaço dentro das estruturas das empresas, que estão cada vez mais preparadas para isso. Continuo sendo feminina, com alma de mãe, como gosto de ser.

Minha mãe teve 16 filhos e foi a empreendedora. Meu pai era o poeta. Era trabalhador, mas todo o negócio foi pensado, construído e gerido pela minha mãe enquanto ela gestava os seus filhos. Ela começou o negócio Dudalina quando estava grávida do sexto filho. Trabalhava muito, e o tempo que tínhamos com ela era tão precioso que aproveitávamos muito, assim como ela. Com o meu marido também é assim. Só o vejo no final de semana, mas a qualidade é muito boa. Prefiro aproveitar melhor os momentos, não ficar disputando nada. A qualidade do momento é muito importante. Você consegue até educar melhor o seu filho se não está interferindo o tempo todo.

A Dudalina Feminina, linha exclusiva para mulheres, foi lançada há três anos e hoje representa 30% do faturamento anual da companhia – deve fechar 2013 em R$ 500 milhões. A empresa tem planos de expansão para a Austrália, Rússia, Itália, Áustria e Inglaterra. Em Porto Alegre, a expectativa é de abrir duas novas lojas nos próximos três meses.