Se havia dúvidas sobre uma transição de gerações na política gaúcha, as mudanças recentes em alguns dos principais cargos no Estado acabaram, de vez, com elas. O governador Eduardo Leite (PSDB) está com 35 anos. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza (MDB), que assumiu o cargo no início de fevereiro, tem 37 anos. E o novo chefe da Casa Civil do Palácio Piratini, Artur Lemos (PSDB), 40 anos.
Jovem e presidenciável
Eduardo Leite já informou, reiteradas vezes, que não pretende disputar a reeleição ao Piratini, uma novidade na política gaúcha. Leite já tem idade para disputar o Senado em 2022. Mas descartou essa hipótese, inclusive porque teria de renunciar ao cargo de chefe do Executivo gaúcho seis meses antes da eleição. Entretanto, o Planalto não é descartado.
Vantagem no PSDB
A comitiva de parlamentares do PSDB que veio a Porto Alegre defender que Leite viaje pelo Brasil e discuta o projeto nacional do partido para 2022 cacifa o gaúcho para entrar na disputa interna para se lançar ao Planalto do PSDB. O que antes era especulação, agora ganhou corpo.
Rejeição a Doria
Se o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem mais exposição nacional, Leite, por outro lado, tem mais apoio do PSDB nos diferentes estados. A vinda da comitiva com 14 congressistas tucanos de várias partes do Brasil deu uma mostra disso. Doria, ao contrário, é rejeitado fora do seu reduto.
Benção de FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) é um dos fãs declarados de Leite. Padrinho de peso. Antes mesmo das movimentações para colocar o governador gaúcho na disputa, FHC dizia que o partido tinha dois nomes que poderiam se firmar como candidatos ao Planalto: João Doria e Leite. Mas a simpatia, aparentemente, é maior pelo gaúcho.
E mídia nacional
Também na mídia nacional, cresce o espaço para Eduardo Leite. O governador gaúcho já estava longe de ser um desconhecido, mas agora aparece com desenvoltura e frequência em canais de notícias e em entrevistas a jornais do centro do País.
Carnaval
Éverdade, é Carnaval, muita gente viajou. Mas é um Carnaval diferente. Um bocado de gente ficou na cidade. Embora tudo pareça bem vazio por esses dias em Porto Alegre.
Três quadros de Sartori...
A gestão é municipal, mas os quadros são estaduais. Apesar das limitações salariais, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), conseguiu atrair para o primeiro escalão da sua gestão três nomes que participaram do governo de José Ivo Sartori (MDB, 2015-2018).
...no governo Sebastião Melo
O primeiro é Cezar Schirmer (MDB), eleito vereador e que teve papel fundamental na campanha eleitoral. Ex-secretário de Segurança do Estado, assumiu a Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos. A segunda é Ana Pelini, titular da pasta de Parcerias Estratégicas, foi secretária do Meio Ambiente de Sartori. E o terceiro é o vereador Idenir Cecchim (MDB), ex-chefe de gabinete do governador do MDB e, agora, líder do governo Melo na Câmara Municipal.
Instituto Cervantes
MARIANA ALVES/JC
Fundado em 1991 para promover, ensinar espanhol e divulgar a cultura da Espanha e dos países de língua espanhola, o Instituto Cervantes completa 30 anos em março. Porto Alegre é uma das oito cidades do Brasil que tem o privilégio de ter uma sede do Cervantes. Fica no bairro Três Figueiras.
Raízes espanholas
A sede central da instituição fica no Centro de Madri e também na localidade de Alcalá de Henares, cidade de nascimento do escritor Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote.
Ativo na cidade
Além das aulas de espanhol, o Instituto Cervantes também promove e participa de eventos culturais de Porto Alegre. Com a pandemia, claro, fica tudo mais restrito, mas a instituição já deixou uma grande contribuição para a cidade ao longo dos anos.
Porto Alegre cosmopolita
Nesse aspecto, aliás, Porto Alegre é privilegiada. Há vários institutos culturais e de línguas de diversos países. Além de difusores de conhecimento, animam a vida cultural da cidade. Além do Cervantes, temos o Instituto Goethe, Aliança Francesa, Cultural Norte-Americano, entre outros.
Aviação regional
A notícia de que a Azul terá oito novos voos no Rio Grande do Sul (matéria na página 8) é um alento. Além de consolidar a aviação regional em solo gaúcho, a iniciativa induz o desenvolvimento econômico. E também vai contribuir para movimentar o aeroporto de Porto Alegre, que, no ano passado, teve queda de 58% no fluxo de passageiros.
Safra maior
Outra boa notícia neste início de ano é a projeção de safra recorde de soja no Estado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção gaúcha deve superar a marca de 20 milhões de toneladas. Considerando que o agronegócio é decisivo para o PIB do Rio Grande do Sul e que a soja é o carro-chefe, poderemos ter um bom crescimento em 2021.