Em décadas passadas, casório era no esquema clássico: namoro, noivado, frequentar a casa dos pais da noiva, comprar as alianças, contratar local da festa e escolher o cardápio, marcar com o Cartório de Registro Civil e escolher uma data na igreja, convidar padrinhos, mandar os convites de casamento e escolher onde passar a lua de mel. E, depois de cortar o bolo, ir, como direi sem ser solene, ir para o quarto.
Beijo em público só depois de o padre dizer que "vos declaro marido e mulher, blá, blá, blá...", não sem antes advertir, a quem interessar possa, que é o momento de trazer à luz algum impedimento que evite o casório.
O ritual do casamento, desde o cartório até a chegada da noiva - eternamente atrasada - na igreja, a tensão que se desfazia depois da cerimônia, alavancada pela primeira taça de espumante, as velhotas derramando docinhos em guardanapos que rumavam para o fundo das bolsas para consumo familiar, a valsa dos noivos, alguém da família de porre vomitando no banheiro, essas coisas tão comuns como roupas penduradas nos varais do quintal, tão repetidas, sempre foi assim, mas tudo evaporou.
Casamento clássico, noivos no altar, padre de prontidão. Padrinhos em meia lua, mães chorando, outra lembrando do dia em que elas se casaram. Ela, moça mui prendada, de família distinta há gerações, algumas malcriações bem escondidas no fundo do baú da história. Ele, um rapaz de origem humilde e um tremendo de um simplório. Que por acaso, conheceu a tal moça que imediatamente se apaixonou por ele. A família dela se consolava, murmurando que pelo menos ele era honesto, decente, não corrupto - pelo menos temporariamente. Então, chegou a hora do altar da igreja.
Ocorre que as alianças estavam no bolso do terno novo do rapaz, e ali permaneceram em estado de hibernação e escuridão. O padre olhou fixamente para o noivo, como a dizer "cadê as alianças?". E ele com aquela cara de babaca, de quem não está entendendo nada.
A noiva suava, "o que será que houve, ele esqueceu as alianças meu Deus!" Como o guapo noivo estava com a ficha presa atrás da orelha, o padre entendeu que era hora de ação. Com o polegar e o indicador da mão direita fez um "O" no dedo onde se bota a aliança, mudando o "O" para cima e para baixo para ver se o noivo enfim entenderia que era hora do anel para toda a vida, diacho.
Por alguns segundos o rapaz ficou perplexo olhando o vai e vem do "O" no dedo anelar do homem de Deus. Finalmente seu rosto se transformou e abriu um largo sorriso. Tinha captado a mensagem. Meio que escondendo a boca com a mão e com sorriso maroto desta vez, deu o recado.
- Hiii, há muito tempo, seu padre, há muito tempo...
Os políticos e detentores de cargos majoritários estão batendo ponto na COP30, menos para serem soldados da causa ambiental e mais para um velho ditado indispensável para futuras eleições: "quem não é visto não é lembrado".
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A vantagem de Lula (PT) sobre 10 candidaturas de oposição postas para 2026 diminuiu, segundo a pesquisa Genial/Quaest. Ele tem entre 31% e 39% nas combinações, com o detalhe que em torno de 50% desaprovam seu governo. E um porém importante: 55% acham que o presidente não deveria concorrer. Às vezes, em vez das linhas, é bom analisar bem as entrelinhas.
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