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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 04 de Setembro de 2025 às 18:47

O voo mais silencioso da natureza

pg3 Coruja examinando a paisagem ao seu redor

pg3 Coruja examinando a paisagem ao seu redor

Fábio Moraes/PMSL/divulgação/jc
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Ave de hábitos noturnos, a coruja tem o voo mais silencioso da natureza. Quando ela decola, as presas só sabem que a hora mais amarga chegou na forma de bicos dilacerantes e garras que prendem as vítimas sem chance de soltá-las. Em ambientes domésticos ou galpões, caçam ratos. Parte vai para os filhotes, a outra para ela.
Ave de hábitos noturnos, a coruja tem o voo mais silencioso da natureza. Quando ela decola, as presas só sabem que a hora mais amarga chegou na forma de bicos dilacerantes e garras que prendem as vítimas sem chance de soltá-las. Em ambientes domésticos ou galpões, caçam ratos. Parte vai para os filhotes, a outra para ela.

A madrugada dos vivos

A morte do cronista Luis Fernando Verissimo trouxe à tona seus primeiros passos no jornalismo. No final dos anos 1960, ele fazia a seção Programinha, que tratava de bares e restaurantes, textos sem emoção que Verissimo tornava atraentes com molduras de humor. Ainda posso ver ele entregando as laudas para o secretário de Redação.
Mas eram as silenciosas madrugadas que me atraíam. Entrava na redação da ZH na rua Sete de Setembro por volta das 23h e saía às 7h, rumo à Faculdade de Jornalismo.
Nestas horas silentes, o matraquear das máquinas de escrever silenciava, eu era o dono do mundo. Quando lembro da época em que elas foram executadas para dar lugar aos cliques dos computadores, estranho não ouvi-las. Em parte, foram substituídas pelas loquazes caturritas de hospício falando todas ao mesmo tempo.
A fronteira entre noite e madrugada era o fim da última sessão de cinema, cerca de meia-noite. As cortinas das vitrines do exuberante comércio do Centro de Porto Alegre eram fechadas, era a hora em que os fantasmas batiam ponto.
A iluminação da rua consistia em lâmpadas comuns, que nas noites de nevoeiro iluminavam mal e porcamente o meio fio. Mas para mim era reconfortante, transmitia um recado cálido, tipo o mundo não terminou.
O dono da Zero Hora na época era o grande jornalista carioca Ary de Carvalho, casado com uma exuberante carioca por quem todos suspiravam. Em vão, só quem levava era o maridão. Eles foram morar em uma casa modernosa na Vila Assunção.
Para comemorar a mudança, convidou figuras da alta sociedade e autoridades para uma noite de comes e bebes. Ao mostrar a casa para as visitas, se fixou numa pequena piscina.  Ao vê-la, o jornalista Carlos Coelho não perdoou.
- Mas tem até uma sanguinha...
A dona da casa, dona Marlene, deu o troco. Ela não fazia prisioneiros.
- Coelho, essa tua dentadura nova ficou tão bem!
Quando eu voltava da ronda de delegacias distritais, batia as matérias e tentava cochilar por alguns minutos. No inverno, o frio era tanto que segui o conselho do carrinheiro Sim Senhor, despia a roupa, me enrolava em papel jornal e me vestia de novo.
Como travesseiro, uma pilha de jornais. Como cama, duas mesas juntas. Confesso que afanava um litro de leite em garrafa do minúsculo bar para não cochilar de estômago vazio.
Que fique bem claro que não roubei o leite, apenas o expropiei e disso dei ciência ao encarregado do bar, ele que anotasse no caderninho.
 

50 anos depois

A Reportagem Cultural desta edição trata do escritor Erico Verissimo, aproveitando efemérides, como os 120 anos do seu nascimento em 2025. Após o falecimento de Luis Fernando Verissimo, sábado passado, lembrou-se que o filho morreu 50 anos depois do pai - Erico partiu em 1975.
 

Aqui jaz

Segundo o Estadão, ministros do STF negociam com Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, penas menores aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro em troca do enterro da proposta de anistia. É para ver como essa proposta assusta o Supremo e o governo Lula.
 

Medalha Assis Brasil

O presidente da OAB-RS, Leonardo Lamachia, recebe nesta sexta-feira, às 10h, na Expointer, a Medalha Assis Brasil, mais alta distinção concedida pelo Estado em reconhecimento a indivíduos que, com excepcional mérito, contribuíram para o desenvolvimento das áreas agrícola e pecuária.
 

Gás eleitoral

O governo Lula (PT) vai distribuir botijões de gás a cada dois meses para milhões de brasileiros. Custará R$ 5,1 bilhões. Digam uma coisa: ninguém do governo fica vermelho com esse despautério claramente eleitoreiro?
 

Acesso difícil na Expointer

O espaço disponível e o acesso aos estacionamentos da Expointer seguem sendo um gargalo no parque em Esteio. Lotam cedo e faltam vagas, gerando filas de carros e efeito cascata, com longos engarrafamentos. A mobilidade é o grande desafio da Expointer.

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