Ao lembrar da nota que publiquei dando ciência de que o crime organizado fatura mais que grandes empresas brasileiras, no começo da minha carreira jornalística, em 1968, vejo que de lá para cá o mundo microscópico das bactérias e vírus ficou cada vez mais resistente aos medicamentos, enquanto o crime organizado, que era pouco, se agigantou a tal ponto que é um problema de segurança nacional hoje - embora o governo não pense assim.
Naquele ano o mundo todo passou por uma série de transformações, boa parte negativa. As drogas reinam regidas pelo tráfico. Passaram a ser responsáveis direta ou indiretamente pelos mais de 90% dos homicídios na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Naquele ano, 1968, a Capital nem tinha 40 mil automóveis, e o crime era pessoa física, de grandes larápios da contravenção à parte. A única modalidade do crime que até diminuiu foram os batedores de carteiras. Os afanadores de objetos eram chamados de "descuidistas" no jargão policial. Sabem como é, a ocasião faz o ladrão - fora os que já nasceram para isso.
O que nos assustava naquele 1968 então? Um grupo de assaltantes de bancos e de empresas, e nem todos eram violentos. A Polícia Civil, então, distribuiu cartazes com fotos dos 10 mais procurados. Na ponta, Julinho, que nunca usava arma até o dia em que um PM o perseguiu na lomba do cemitério, a Oscar Pereira. Perseguido, atirou a esmo e o matou, nem era seu objetivo. Foi morto em circunstâncias misteriosas no presídio. Outros, como o Orelha de Burro I e o Orelha de Burro II, já não eram tão pacíficos. Mina Velha, esse sim, era violento. Até atirou em mim quando eu voltava da ronda policial, na entrada do prédio do jornal. Cara mau, mau mesmo.
Pinguim, outro da lista, preferia agir com inteligência. Conversei com ele na última vez que foi preso e vi que o QI dele não era baixo. Seu feito mais memorável foi roubar um jaleco do vestiário dos médicos da Beneficência Portuguesa, que realizavam uma cirurgia. Levou todo o dindim dos doutores. Preso meses, depois, fugiu da Penitenciária agarrado na proteção do eixo cardã de uma viatura policial.
As drogas de grande consumo eram duas, maconha - que hoje quem fuma é descolado, antes era coisa de marginal - e comprimidos usados por quem precisava ficar acordado, como alguns caminhoneiros com seus rebites. Os mais procurados eram o Pervitin e o Dexamil. Viciantes os dois, principalmente os injetáveis, mas aí era para quem tinha parafuso frouxo. Misturados com álcool, tornavam a pessoa mais falantes que papagaio ensinado. Cocaína só para a alta sociedade, que a comprava em grandes cidades como Rio e São Paulo até 1950, e era vendida com receita médica para aliviar problemas de algumas doenças pulmonares. E, claro, cheirava-se lança-perfume no Carnaval, especialmente o Rodouro, da Rhodia.
Quanto ao Pervitin, teve o caso de um empresário que, em um baile de Carnaval, ingeriu dois e, em cima, bebeu meia dúzia de cervejas. O baile terminou e ele não, conversava até com a parede. Foi para a praça da cidade e ficou até às 10h conversando com o busto de Getúlio Vargas. Ele jura que o busto respondeu, mas essa já é outra história.
A multiplicação dos golpes com o Pix ou telefonemas de vigaristas gerais se dizendo funcionários de bancos é tão impressionante que cabe medidas extremas, caso você receba uma abordagem dessas. Não faça nada nem responda por telefone ou email ou WhatsApp. Vá na agência do banco onde tem conta e fale com o responsável pela sua conta. Mesmo assim, peça sua identidade funcional.
O Centro Cultural 25 de Julho, de Porto Alegre, encerra as celebrações do bicentenário da imigração alemã com uma agenda que une passado, presente e futuro com atividades especiais que têm início na próxima segunda-feira, dia 7 de julho, às 19h, com uma palestra ministrada sobre a relação com o Estado, por Marc Bogdahn, cônsul-geral da Alemanha.
Houve quem contestasse a afirmação da página de que perto do futebol europeu, o nosso evoca o complexo de guaipeca. Ah não? Então vejam o orçamento anual de alguns clubes europeus: Real Madrid - R$ 6,2 bilhões; City - R$ 5,4 bilhões; Bayern de Munique - R$ 5,3 bilhões; PSG - R$ 5,1 bilhões. O primeiro dos nossos é o Flamengo, R$ 1,3 bilhão. Grêmio e Inter andam na casa dos R$ 600 milhões.
Preocupação de comerciantes, moradores e motoristas que transitam na esquina das avenidas Bagé com Carazinho, no bairro Petrópolis, já foram tema de nota da página. A EPTC só responde que "estão sendo feitos estudos". Na terça-feira, mais um acidente grave foi registrado no local. Entre os veículos envolvidos, uma ambulância tombou, deixando feridos. Singelas placas de "pare" não bastam.
Ao abordar a divergência entre o Congresso Nacional e o STF sobre o aumento rejeitado do IOF, o presidente Lula disse que "cada macaco no seu galho, eles legislam e eu governo". Ficou um pouco esquisito. Às vezes, a gente acha que quem governa é o STF.
De Gedeão Pereira, presidente da Farsul, durante o Encontro de Secretários Municipais do Meio Ambiente: "Antes, tínhamos dinheiro, mas a legislação ambiental atrasava em três, quatro anos a instalação de sistemas de irrigação. Hoje, a legislação foi flexibilizada pelo governo do Estado, mas falta dinheiro".
A Unimed Porto Alegre celebra segunda-feira, às 11h, os 10 anos da Unidade Assistencial de Canoas. Inaugurada em 2015, desempenha papel fundamental na rede assistencial da cooperativa, oferecendo atendimento de qualidade a milhares de clientes e contribuindo de forma significativa para a saúde da Região Metropolitana. A celebração reunirá lideranças da cooperativa, colaboradores e convidados, marcando uma década de compromisso com a saúde.
Nem o frio vai afastar os surfistas da Praia da Cal, em Torres. Neste fim de semana, acontece a primeira etapa do Circuito Gaúcho de Surf Amador 2025, que movimenta a orla com provas das 9h às 17h. O patrocínio é da Panvel.
Para tentar comover a opinião pública de que o aumento do IOF é justo, o governo federal lança mão de um dos mais repetidos erros da história brasileira, que é a luta entre pobres e ricos. Como se alguns milhares de reais por mês fossem coisa de milionário. Que pobreza de argumento.