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Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 26 de Junho de 2025 às 18:02

Observação sobre distribuição de vagas nas ruas

pg3 Sem teto no bairro Independência

pg3 Sem teto no bairro Independência

Fernando Albrecht/Especial/JC
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Fernando Albrecht
Mesmo com o serviço social da prefeitura da Capital oferecendo abrigo, a sem-teto se recusou a deixar seu, digamos, lar, apesar do frio de renguear cusco. O interessante é que o "morador" original saiu para algum abrigo, deixando o ninho abandonado provisoriamente. E, ontem, o local já tinha novo dono. Boa parte dos moradores de rua teme que, se deixa "o ponto", outros o ocupem, assim como o chupim, pássaro que ocupa o ninho alheio.
Mesmo com o serviço social da prefeitura da Capital oferecendo abrigo, a sem-teto se recusou a deixar seu, digamos, lar, apesar do frio de renguear cusco. O interessante é que o "morador" original saiu para algum abrigo, deixando o ninho abandonado provisoriamente. E, ontem, o local já tinha novo dono. Boa parte dos moradores de rua teme que, se deixa "o ponto", outros o ocupem, assim como o chupim, pássaro que ocupa o ninho alheio.
 

A loira do mausoléu

Quando comecei a carreira, em 1968, como repórter da madrugada da ZH, também abri o meu baú de lendas urbanas do baixo e do alto mundo. Nas madrugadas daquele tempo, a coragem precisava ser encapsulada pela prudência. Afinal, o mundo das favelas é zona em que aparecer com cara e coragem podia não ser bom para a saúde. Não que os moradores fossem perigosos, ao contrário, mas quem se escondia no meio dos casebres jamais conseguiria atestado de bons antecedentes. A lei era o trezoitão e a 12, incorruptíveis nas suas sentenças cuspidas pela boca dos seus canos.
Falemos de fantasmas, que não disparam armas de fogo. O tio Miro, fotógrafo de nomeada, forjado no chumbo derretido das letras das pesadas linotipos pré-impressão a frio, gostava de contar o caso da loira fantasma que entre um "úúú" e outro depenava que subisse a lomba dos cemitérios na Oscar Pereira. As vítimas juraram que ela era linda, vestia-se com um manto branco e, fazendo a cruz com os dedos, garantiam que ela tinha sangue dos olhos. Segundo Miro, estava na cara que assombração não era. Fantasmas não batem carteiras.
O fotógrafo que fora do Diário de Notícias, de A Hora e, por fim, de ZH comigo, garantiu que fez uma investigação e descobriu o furo da bala. Na ponta do fundo do São Miguel e Almas vivia um antigo morador, a quem se creditava sabedoria sobrenatural. O bom homem contou que há anos uma loira muito bonita foi assassinada por seu namorado nas cercanias, e, desde então, passou a assustar os passantes.
- Mas fazia parte do susto roubar dinheiro?
O homem coçou a cabeça.
- Isso eu não sei, mas diziam que ela gostava de dormir em um mausoléu.
Devia ser o lar perfeito para quem perambulava pelo além. Miro me contou que, tempo depois, o zelador do campo santo deu uma geral nos mausoléu e, em um deles, encontrou várias carteiras vazias e documentos expropriados dos simples mortais. Confesso que fiquei decepcionado, esperava um desfecho misterioso digno de figurar no rol das almas penadas. Em compensação, em dezembro de 1968, fui convidado para uma galinhada no bairro Camaquã, lar de uma mãe de santo da linha pesada. Em dado momento do regabofe, ela me pegou pelos ombros e falou:
- Nesta madrugada não vais ter serviço, nem homicídios, nem incêndios, acidentes de trânsito, nada. Mas, logo de manhã, se prepare para uma tragédia.
Faltando cinco para as oito do sábado, eu estava na redação da ZH, na 7 de Setembro naquela época, e alguém ligou para meu ramal.
- Acho que vi pelo retrovisor um ônibus cair no Guaíba, na ponte do Saco da Alemoa.
Peguei o fotógrafo Sérgio Arnoud e um táxi DKW e me mandei. Vinte mortos. Um ônibus do Instituto Desidério Finamor de Guaíba, que vinha para Porto Alegre, desviou de um caminhão caçamba e mergulhou no Guaíba. Então, eu lembro até hoje da galinhada no bairro Camaquã.

Os incorrigíveis

Ó vós que entrais, perdei toda a esperança. É o que está escrito no pórtico de entrada do Inferno de Dante Alighieri. Cabe também para a Câmara dos Deputados, que decidiu aumentar de 513 para 531 o número de parlamentares, em nome de um cálculo bisonho, como dizia Ruy Carlos Ostermann.

Levanta-te e anda

A cidade já foi bem mais servida em matéria de sopas, especialmente no inverno, tirando creme de ervilha. Não confundir com caldo, pois este é um subproduto de segunda, falta é a sopa de verdade. Já tivemos casas que serviam ótima sopa de cebola, de ressuscitar defunto, como a famosa Tia Dulce, na avenida Independência, até os anos 1980. Ela tirava o bíblico Lázaro do caixão.

A casa da Mãe Joana

É aquela em que toda gandaia é possível e provável. Desta vez, com mais um anexo para o Bolsa Família. Ao menos 1,4 milhão de famílias omitem o cônjuge (marido ou mulher) para receber dinheiro do programa. A estimativa é conservadora, e foi feita pela empresa DataBrasil. Imagina quantos furos mais têm todos os programas sociais? É por isso que queriam aumentar o IOF.

Assim não dá!

Como dizia o analista de futebol Cláudio Quintana Cabral sobre os desfalecimentos do seu Inter, o presidente da Câmara, Hugo Motta, colocou a votação do aumento do IOF no fim da noite de quarta, pegando os palacianos de surpresa. "Minha vingança será maligna", poderia ser a resposta, citando o personagem Bento Carneiro, um Vampiro brasileiro, de Chico Anysio. Só que em vez de sangue, os alegres rapazes da banda do doutor Haddad sugam dinheiro.

Amigos para sempre

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) destaca a promulgação da lei que estabelece o dia 12 de abril como o Dia da Amizade Brasil-Israel, oficializada nesta quarta-feira (25) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A iniciativa reforça uma relação construída ao longo de décadas, sustentada por valores como democracia, diversidade e cooperação entre os dois países.

Nova TV

O portal Porto Alegre 24 Horas anunciou a criação de seu próprio canal de televisão aberta, canal 24. A nova emissora, que passará a se chamar Porto Alegre 24 Horas TV, terá uma programação voltada para jornalismo local, com foco na Grande Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Entra no ar na próxima terça-feira, dia 1 º de julho.

Microcrédito

Principal programa de apoio local da prefeitura de Encruzilhada do Sul, o Banco do Povo passa, a partir de agora, a oferecer microcrédito para pequenos produtores rurais. Reconhecido por oferecer microcrédito com juros baixos a pequenos empreendedores, autônomos e cooperativas, o programa disponibilizou mais de R$ 2,3 milhões desde a sua criação, em 2022.

Mau humor dos motoristas de ônibus

As crateras nas ruas de Porto Alegre, incluindo corredores de ônibus, são uma praga. Mas nem por isso justifica o mau humor constante dos motoristas, que resgataram uma outra praga antiga: buzinar por qualquer coisa. E de forma longa.
 

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