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Começo de Conversa
Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 08 de Fevereiro de 2024 às 19:57

Boas inspirações de nomes

Paulo Pruss/divulgação/jc
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Fernando Albrecht
Parece que os negócios de estofaria vão bem para seu Woshingto lá de Aracaju, Sergipe. A dúvida é saber se o nome dele é homenagem ao norte-americano George "Woshingto", primeiro presidente dos Estados Unidos, ou à capital dos EUA, "Woshingto", quem sabe. Ambos são boa inspiração.
Parece que os negócios de estofaria vão bem para seu Woshingto lá de Aracaju, Sergipe. A dúvida é saber se o nome dele é homenagem ao norte-americano George "Woshingto", primeiro presidente dos Estados Unidos, ou à capital dos EUA, "Woshingto", quem sabe. Ambos são boa inspiração.
 

O destino dos marujos

Nos tempos em que navios de várias nacionalidades ancoravam no Cais do Porto da Capital, corriam muitas lendas sobre contrabandos que os marinheiros traziam, notadamente perfumes, cigarros, produtos de maquiagem, bebidas como uísque, lâminas de barbear Wilkinson e desodorantes ingleses. Boa parte era destinada a compradores já conhecidos dos marinheiros, como garçons de cabarés, porque tanto o acesso aos barcos quanto a saída dos marinheiros para terra firme era muito controlada. Os marinheiros tinham má fama conforme o país de onde procediam.
Interessante que havia muitos navios com a bandeira da Libéria, uma nação africana fundada por ex-escravos negros egressos dos Estados Unidos. Os impostos e taxas eram baixíssimos para os navios. Um dos lugares preferidos nas décadas anteriores a 1960 era o Restaurante Naval do Mercado Público de Porto Alegre, então com formato e foco bem diferente do de hoje.
Brigas com direito a garrafadas, mesas e cadeiras quebradas não eram incomuns. Outro ponto que os marujos frequentavam eram os cabarés da rua Voluntários da Pátria. No Centro, atracavam as prostitutas de rua na área nas transversais da Andradas e depois da Caldas Júnior. Na própria Caldas Júnior, entre a Andradas e Riachuelo, havia um cabaré barra pesada chamado Bambu, preferido dos marinheiros suecos. Em regra, ninguém se metia com marujos, porque a maioria era muito boa de briga.
Nos navios brasileiros, de cabotagem, os que tinham tripulação nordestina também tinham fama de bons de briga, com o detalhe que eram bons mesmo na navalha, que não raro colocavam recolhidos no sapato. Em caso de bochincho, lutavam com os pés como na capoeira, mas "armavam" essa arma de fazer sangue jorrar. Aos poucos, os navios deixaram de ancorar e uma época ficou para trás e surgiu outra pela frente.

Recuerdos do apagão

Teve até casais que se separaram durante o apagão, conta uma leitora, e provavelmente outros encomendaram filhos sem querer. Teve o caso de um marido que não pode ir na entrevista de emprego e perdeu a vaga. Estava desempregado há 10 anos, foi a gota d'água.

Acabou-se o que era doce

As marchinhas de Carnaval desapareceram há muitos carnavais, assim como os sambas-enredo de qualidade. Em tempos idos, as emissoras de rádio já tocavam as melhores canções desde dezembro. A verdade é que o Carnaval nesse aspecto terminou, assim, parecem ter terminado os grandes compositores.

Os palhaços desaparecidos

Ao que eu lembre, a última marchinha de Carnaval com sucesso estrondoso foi de Zé Keti, Máscara negra: Tanto riso/ Oh/ Quanta alegria/ Mais de mil palhaços no salão/ Arlequim está chorando pelo amor da Colombina/ No meio da multidão.

O lento retorno

A vantagem desses tempos em que a maior parte da população está de férias nas praias, ou viajando, é a quase ausência de políticos no noticiário, isso que estamos em ano eleitoral. Mesmo com o fim do recesso, políticos parecem aqueles motores antigos, que antes de ligar tossem e engasgam por terem ficado muito tempo parados. Depois do Carnaval, o jogo recomeça. Como motores, muitos são poluentes.

Retrato em preto & branco

O número de empresas que pediram recuperação judicial em 2023 aumentou 70% em relação a 2022. Então ficamos assim: as megaempresas fazem fusão, as médias ou quebram ou entram em recuperação judicial, e as pequenas vão para o espaço sem choro nem vela.

Funcionamento

As coisas realmente começam a funcionar no Brasil só depois do Carnaval. Por algum motivo, continuamos festejando o Ano Novo na noite do dia 31 de dezembro e primeiros segundos de janeiro. Mesmo assim, o recomeço é só depois da semana do Carnaval, na segunda-feira seguinte.
 

Aquele abraço

Ao povo e ao prefeito de São Marcos, Evandro Kuwe. O município foi povoado por italianos, que chegaram em 1885 e, a seguir, em 1891, por poloneses. Os italianos se estabeleceram às margens dos rios São Marcos e das Antas, na Linha Riachuelo, onde se fala o dialeto mais antigo do mundo. Até os anos 1970, cidade era conhecida por ter a maior frota de caminhões Scania Vabis do Sul.

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