Recuerdos de 35

No dia 26 de setembro de 1973 foi inaugurada a free way Porto Alegre-Osório, uma maravilha de rodovia. No início, a velocidade máxima permitida era de 120 Km/h, bem mais que os 110 Km/h em alguns trechos. A primeira vítima foi o advogado Nelson Regis Stronge, que trocava um pneu na altura da Lagoa, quando foi atingido por outro carro. A praticidade levou veranistas a abandonar a chamada Estrada Velha, paralela à auto estrada em alguns trechos. Alguns ainda a preferem, para lembrar os velhos tempos e os encantos paralelos.

Depois do posto de controle de Gravataí, com cartões limitando o tempo do percurso para evitar abuso de velocidade, conferidos pelo posto de Osório, podemos dizer que esta, sim, é uma rota romântica. Glorinha era um ponto de parada para comprar pães fresquinhos feitos com farinha de primeira qualidade. A criançada que ia nos carros da família vibrava com a sinuosidade da estrada, ainda que com um asfalto sem acostamento. Porto Alegre tinha em torno de 40 mil carros na época, então, nem sombra dos pepinos móveis de hoje.

Na parte alta da rodovia enxergava-se a freeway em construção, ponto de parada para comprar rapadura e cachaça "azulzinha", daquelas que matou o guarda, parentes e vizinhos, destilada em alambiques clandestinos da região. O serpentear da estrada dava lugar às curvas da Lagoa, outra maravilha para pais & filhos. Viajar de noite com lua cheia era uma cena inesquecível. Muitos motoristas apagavam os faróis para turbinar o banho de prata que vinha da luz do sol refletida no nosso satélite e remetida para a Terra.

Depois, vinham os sonhos de Santo Antônio da Patrulha, a reta final de Osório a Tramandaí, o cheiro da maresia, a visão das dunas permitida por uma cidade sem prédios altos, cheia de chalés de madeira. Por volta de 1967, em um domingo de verão com praia cheia, Nelson Stronge e um amigo entraram mar adentro para salgar espetos de carne. Mas essa já é outra história.

Leitor conta que ao sair de um supermercado na avenida Ipiranga dividiu o elevador com uma senhora de uns 70 anos. Viu o carrinho lotado de caixas de leite e fardos de água mineral e se ofereceu para ajudar a colocar no carro.

Desconfiada barbaridade, ela concordou, e o leitor levou a carga até o carro dela. Chegamos a um ponto em que fica feio até ser gentil.

O recolhimento do lixo por contêineres parece uma locomotiva arrastando vagões cheios de problemas. Começa que a população joga o orgânico com reciclável neles, os catadores espalham o conteúdo nas calçadas.

O resultado é um banquete para ratos e baratas, sem falar na obstrução da passagem e o fedor. Com a palavra os que foram eleitos para resolver problemas.

Ao município Cruzaltense e ao prefeito Joarez Luis Sandri. Passado mui interessante. Em 1909, a ICA - Jewish Colonization Association, empresa judaica de colonização, fundada em Londres pelo Barão Hirsch, adquiriu da família Santos Pacheco a Fazenda Quatro Irmãos, para exploração da madeira de Araucaria angustifolia. Cruzaltense fazia parte dessa fazenda.

Segundo pesquisa da Genial/Quaest, 91% dos gestores e analistas de fundos de investimento não confiam no governo, nem em Lula nem em Fernando Haddad. Brasília, nós temos um problema, que se chama insegurança jurídica.

 

PORTO ALEGRE é a Cidade das Duas. Tem que dizer duas vezes para os caixas se é cartão de débito ou crédito.

IMPRESSIONANTE a quantidade de pessoas vítimas de chantagem eletrônica. E são pegos por amostragem.

CHEGAMOS a um ponto tal que há mais algoritmos que seres humanos atrás de qualquer mensagem pela web.

LIVRARIA Saraiva caminha para o fim. A família fundadora deve perder o controle. Só este ano fechou 20 lojas.

QUANDO é que vão encarar a passagem de nível ou túnel na Carlos Gomes com Plínio Brasil Milano?

TEM tanto dia disso ou daquilo que está na hora de criar o Dia dos Que Não Têm Dia.