O Grupo PSA, controlador da Peugeot e Citroën, foi incorporado pelo conglomerado automotivo Stellantis em 2021. De lá para cá, a Stellantis realizou alguns movimentos estratégicos para recuperar e fortalecer a presença das marcas francesas no Brasil, onde vinham perdendo participação.
Desde a época da gestão PSA, havia uma diferença de posicionamento que foi mantida pela nova direção: a Peugeot oferece veículos mais sofisticados, tanto no design externo quanto no acabamento interno, enquanto os carros da Citroën têm foco no custo-benefício, atuando em uma faixa de preço mais acessível.
Com a introdução de novos produtos e a resolução de alguns problemas técnicos que vinham prejudicando a imagem das marcas no mercado nacional, Peugeot e Citroën vem reagindo positivamente nas vendas. E no caso da Citroën, seu mais recente lançamento, o SUV Basalt, que estreou em outubro de 2024, vem contribuindo decisivamente para a retomada.
Os números comprovam. Em fevereiro deste ano, o Basalt registrou 1.701 unidades comercializadas, crescimento de 41% em relação a janeiro. Com isso, ajudou a Citroën a emplacar 3.258 veículos em fevereiro, um aumento de 63% na comparação com o mesmo mês do ano passado, elevando seu market share para 1,9%.
E o que o Basalt propicia para os consumidores que explica seu bom desempenho? Para começar, o mais importante, deixa o sonho da compra de um veículo tipo SUV mais próximo de um número maior de brasileiros: seus preços partem de R$ 91.990,00 com a chegada da nova versão de entrada Feel, equipada com motor 1.0 de três cilindros aspirado e câmbio manual.
Automotor testou durante uma semana a configuração top de linha do Basalt, que conta com transmissão automática continuamente variável (CVT) e propulsor 1.0 turbo de três cilindros, e comprovou outras qualidades do automóvel. Se destacam o espaço interno folgado para até cinco pessoas e a economia de combustível, com média acima de 12 km/l na cidade e de 15 km/l na estrada.
O design externo do Basalt é daqueles que não deixam margem para meio termo: se gosta ou não, mas dá para dizer que a beleza não é um trunfo do modelo. Fazendo jus ao posicionamento explicado no início deste texto, a cabine do SUV prioriza a redução de custos, com uso excessivo de plásticos rígidos, o que torna o ambiente menos confortável.
Em termos dinâmicos, além do baixo consumo, a motorização 1.0 turbo entrega um rendimento satisfatório, com capacidade dinâmica adequada para a proposta do Basalt. As suspensões poderiam ser um pouco mais firmes para diminuir a oscilação lateral da carroceria, o que não chega a provocar sustos - em contrapartida, a maciez extra do chassi significa um rodar mais suave, mesmo sobre pisos irregulares.
Em resumo, o Basalt segue a receita da Citroën, privilegiando atributos mais “racionais”, como menor valor de aquisição, maior espaço interno e economia de combustível, em detrimento de questões mais “subjetivas” e sensoriais, como estilo exterior e qualidade do acabamento interno. E, como as vendas estão demonstrando, há um bom número de consumidores cujos anseios são atendidos por esta abordagem.
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