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Colunas#A voz do Pastor

Coluna

- Publicada em 31 de Outubro de 2013 às 00:00

Democracia e teocracia


Jornal do Comércio
Distinguem-se fundamentalmente dois sistemas de governo: um a partir do povo, com o nome de democracia; e outro a partir de Deus, chamado teocracia. No primeiro, por assim dizer, os homens tomam conta de si mesmos, autogovernando-se, ao passo que, no segundo, Deus determina os destinos humanos.
Distinguem-se fundamentalmente dois sistemas de governo: um a partir do povo, com o nome de democracia; e outro a partir de Deus, chamado teocracia. No primeiro, por assim dizer, os homens tomam conta de si mesmos, autogovernando-se, ao passo que, no segundo, Deus determina os destinos humanos.
Dito assim, pode parecer simples. Na verdade, porém, cada um destes sistemas envolve uma série de problemas, proveniente da complexidade de sua concretização, de como o povo se governa e de como Deus governa.
A democracia realça o governo do povo, pelo povo e para o povo. Formulada nestes termos, só pode ser utopia. O povo só consegue ser governado através de uma organização. Requer-se, pois, que delegue o poder a alguns, ou a um, pelo menos implicitamente. Nesse sentido, ditadura, oligarquia, monarquia e presidencialismo só se diferem na explicitação do apoio popular. Nenhum governo se mantém no poder sem um apoio, pelo menos tácito, de seus súditos. O que distingue as diversas democracias é o modo de delegação.
A teocracia, pelo contrário, deriva sua autoridade diretamente de Deus. A Sagrada Escritura registra, no início da história humana, a ação divina da criação, bem como sua intervenção na condução da história. Houve um momento em que o povo, apesar de se considerar eleito por Deus, pediu um rei, como tinham os demais povos.  Diz-se, então, na interpretação atribuída a Samuel, que Deus providenciou um rei. Por muito tempo, o povo de Israel, apesar de estar sob a dinastia de homens, se considerava regime teocrático. Até que Nabucodonosor acabou com este sonho.
Na plenitude dos tempos veio Jesus Cristo, acolhido como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Fundou uma igreja, na qual colocou à frente pessoas que escolheu a dedo: Pedro e os apóstolos, que tiveram seus sucessores no Papa e nos bispos.
É óbvio que eles não caem do céu. São escolhidos entre os homens, constituídos a favor dos homens nas coisas que dizem respeito a Deus. Como, porém, Deus não aparece pessoalmente para delegar seu poder, foi preciso estabelecer critérios para a escolha.
Para o bispo de Roma, como suprema autoridade na Igreja de Cristo, após muitas experiências históricas, nem sempre bem-sucedidas, chegou-se ao sistema de confiar esta tarefa a um colégio, formado por homens de fé e de grande responsabilidade na Igreja, que receberam o nome de cardeais. Para a escolha do sumo pontífice, devem recolher-se em conclave para se colocarem exclusivamente na presença de Deus, em clima de oração e de separação das preocupações e pressões mundanas, para discernirem quem é o escolhido de Deus para este encargo. O resultado, como pudemos constatar nos últimos tempos, se demonstrou excelente. Os católicos veem neles homens de Deus. Chamam-nos de santo padre. S. Catarina de Sena os denominou “o doce Cristo na Terra”. O Papa S. Leão Magno assumiu o título de “servo dos servos de Deus”. É assim que os católicos veem o Papa.
A Igreja é divina. Por isso, falamos de uma teocracia. Bem diferente das democracias. Na Igreja, o critério para o governo é o amor, a humildade, a fé. Quem quiser ser o primeiro, seja o servidor de todos.
A teocracia da Igreja encontrou seu modo de designar a autoridade. Está dando bons resultados. Falta a democracia também aprimorar seus modelos por uma reforma política para a escolha do Executivo, Legislativo e Judiciário condizente com as exigências da época e do povo: seja gente do povo, tal como, na teocracia, se quer que a autoridade seja exercida por gente de Deus, a serviço dos seus fiéis.
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