André Vasques e Viviane Vasques
Um dos temas mais comentados recentemente na mídia e nas redes sociais é o caso das bolsas de marcas de luxo que, como tem sido divulgado, são ou seriam produzidas na China em série, com custos significativamente baixos em comparação aos valores cobrados dos consumidores. Esse episódio abre espaço para uma reflexão que vai além do mercado de luxo. Ele se estende também ao setor de serviços — inclusive, à advocacia.
Na nossa profissão, por exemplo, temos dois modelos muito distintos de atuação: a advocacia de massa e a advocacia artesanal. A primeira lida com ações recorrentes, de mesma natureza, que não exigem grandes variações na análise jurídica. Já a segunda é um trabalho que se inicia com um estudo minucioso da realidade do cliente, da sua empresa, da sua família, e que resulta numa solução sob medida, construída com técnica, sensibilidade e profundidade.
A advocacia de massa apresenta estruturas jurídicas padronizadas e precisa de grande quantidade de ações para cobrir seus custos, dificultando soluções personalizadas. Já na advocacia artesanal ou de boutique, não há estrutura padronizada, o número de casos e ações em que o escritório atua é menor, possibilitando um olhar atento para as dimensões patrimoniais, empresariais, familiares, inclusive, dando atenção às questões afetivas e relações internas da família a fim de evitar que uma movimentação jurídica acarrete desarmonia ou conflitos parentais.
Não se pode esquecer que os advogados são os profissionais que cuidam daquilo que você tem de mais precioso: sua liberdade, sua família, seu patrimônio. Alguns serviços jurídicos, assim como os produtos de luxo, também exigem um trabalho artesanal. Procure saber o que você está pagando e se é compatível com o que você está buscando.
Sócios na Moraes Vasques Advogados