Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Direito do Trabalho

- Publicada em 14 de Novembro de 2022 às 00:35

Projeto de advogada gaúcha busca melhorar o ambiente de trabalho e reduzir ações

Insatisfação emocional de funcionários é a principal causa de reclamatórias trabalhistas

Insatisfação emocional de funcionários é a principal causa de reclamatórias trabalhistas


PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Jaire Filho
O alto número de reclamatórias trabalhistas fez Caroline Schaffer, advogada trabalhista do escritório Gil & Schaffer e professora do Senac/RS, desenvolver uma consultoria para auxiliar empresas em suas relações com os funcionários e evitar possíveis processos trabalhistas. O projeto "Conexão Trabalhista" visa unir conformidade legal com relações humanas para formar um ambiente de trabalho mais saudável.
O alto número de reclamatórias trabalhistas fez Caroline Schaffer, advogada trabalhista do escritório Gil & Schaffer e professora do Senac/RS, desenvolver uma consultoria para auxiliar empresas em suas relações com os funcionários e evitar possíveis processos trabalhistas. O projeto "Conexão Trabalhista" visa unir conformidade legal com relações humanas para formar um ambiente de trabalho mais saudável.
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2022/11/09/206x137/1_caroline_gil_2-9833656.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'636c0872d7446', 'cd_midia':9833656, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2022/11/09/caroline_gil_2-9833656.jpg', 'ds_midia': 'Caroline propõe um olhar mais humano para as organizações', 'ds_midia_credi': 'Divulgação/JC', 'ds_midia_titlo': 'Caroline propõe um olhar mais humano para as organizações', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '534', 'align': 'Left'}
A Conexão Trabalhista visa gerar uma ligação saudável entre empregador e funcionário, explica Caroline Schaffer
"Conexão trabalhista é uma consultoria que vai unir a conformidade legal, o cuidado para que a empresa esteja adequada à legislação, com ferramentas de gestão de pessoas. Trazemos um olhar mais humano para as organizações, deixando-as dentro da lei e cumprindo com as obrigações legais, mas sempre observando o comportamento humano, que é o que eu entendo que acaba gerando as reclamatórias trabalhistas", afirmou Caroline.
O Relatório Geral de Estatística da Justiça do Trabalho de 2021 mostra que para cada 100 mil habitantes do Brasil, 1.196 ingressaram com pelo menos uma ação ou recurso na Justiça do Trabalho. No fim de 2021, foram mais de 2,5 milhões de novos casos. Tópico importante para um País que tanto empreende, tendo ficado em 4º na maior taxa de empreendedorismo inicial e em 2º lugar nos empreendedores estabelecidos (negócios com mais de 3,5 anos), na pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, que contou com a participação de 55 nações.
Segundo a advogada, o principal motivo da grande demanda de reclamatórias é a insatisfação emocional de funcionários. Além de questões relacionadas com férias, saque do FGTS e rescisões, muitos trabalhadores não se sentem ouvidos pelas empresas e acabam entrando com ações por causa desse descontentamento.
Após dez anos de experiência na área, Caroline decidiu desenvolver um projeto para ajudar os negócios que sofriam com processos. "Sempre atuei na área das reclamatórias. Defendendo as empresas, comecei a ver que muito do que as geravam eram questões de inconformidade legal". A partir dessa experiência, Caroline começou a se especializar em auditoria. "Temos clientes antigos, o que me possibilitou experimentar e ver o que dava certo. Entendi que a gente precisava aprofundar um pouco mais, porque, apesar da conformidade legal ajudar para que a empresa não sofra condenações, isso acabava não tendo um impacto dentro do ambiente de trabalho, e as pessoas continuavam tentando as reclamatórias", ressaltou.
Caroline começou, então, a inserir uma nova lente de humanização no ambiente de trabalho. Um dos pontos abordados foi a falta de entendimento das empresas sobre a motivação das ações trabalhistas. Segundo Caroline, os empregadores se sentiam injustiçados, pois acreditavam ter cumprido com todos os seus deveres. "Elas (as empresas) não entendem (os motivos das reclamatórias) e esse é o maior desafio. Geralmente, o que referem é que a empresa é muito injustiçada, porque paga o salário em dia e, mesmo assim, o funcionário entra com a ação."
Conforme a advogada, as empresas se sentem realmente injustiçadas. "Elas acham que estão fazendo tudo o que podem e, mesmo assim, o funcionário entra com o processo, e elas quase nunca conseguem perceber esse olhar do relacionamento humano, que é o que acaba gerando a reclamatória".
Após deixar o cargo, os funcionários têm um prazo bienal para moverem ações contra o ex-empregador, e reclamatória pós-desligamento é um dos casos mais comuns na Justiça do Trabalho. O tribunal julgará baseado nos últimos cinco anos trabalhados.
Caroline diz que percebeu que muitas das ações são utilizadas como instrumento de comunicação. "Percebo que as reclamatórias vêm muito para dar voz às pessoas, embora, juridicamente, muitas vezes elas não tenham direito. Quando recebo no escritório o empregado que quer entrar (com a ação), é interessante que na fala dele sempre tem esse viés (de comunicação). As pessoas não chegam pedindo horas extras, elas chegam contando alguma história, que tem a ver com relacionamento humano". Portanto, é importante que o empresário esteja sempre vigilante e informado sobre as relações dentro de seu negócio, com o objetivo de evitar ser pego de surpresa por eventuais reclamatórias.
A sugestão de Caroline é produzir um diálogo empático entre funcionários e empregadores, com o objetivo de demonstrar a realidade de cada um e suas particularidades. "Muitas vezes o funcionário não entende todo o esforço da empresa em cumprir com a legislação, a carga tributária que tem por trás de uma relação de trabalho. Eles sempre acham que o empregador está montado em cima do dinheiro e que está sendo explorado. Acho que a partir do momento que começamos a comunicar, focar os dois lados, mostrar para o empregador o lado do empregado e para o empregado, o lado do empregador, as pessoas começam a se sensibilizar. Não é exatamente sobre a lei, é muito mais sobre como a gente conduz ela dentro da empresa", finalizou.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO