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Negócios

- Publicada em 24 de Agosto de 2021 às 15:13

Microempreendedor Individual (MEI) poderá ter novo limite de faturamento

Senado aprovou aumento de faturamento anual e contratação de até dois funcionários para o MEI; proposta prevê manter o pagamento de três impostos em uma guia única (DAS)

Senado aprovou aumento de faturamento anual e contratação de até dois funcionários para o MEI; proposta prevê manter o pagamento de três impostos em uma guia única (DAS)


/BRUCE MARS/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Modalidade que ganhou mais destaque durante a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, o Microempreendedor Individual (MEI) voltou à pauta de discussões do setor empresarial e contábil nas últimas semanas. Em 2020, segundo o Ministério da Economia, do total de 3.359.750 empresas abertas, 2.663.309 eram MEIs, representando 79%. Só no Rio Grande do Sul, em 2021, foram 145 mil novos MEIs abertos, de acordo com a Junta Comercial do Estado. Ciente da importância do MEI para a economia brasileira, o Senado Federal aprovou, no dia 12 de agosto, mudanças para o funcionamento da categoria.
Modalidade que ganhou mais destaque durante a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, o Microempreendedor Individual (MEI) voltou à pauta de discussões do setor empresarial e contábil nas últimas semanas. Em 2020, segundo o Ministério da Economia, do total de 3.359.750 empresas abertas, 2.663.309 eram MEIs, representando 79%. Só no Rio Grande do Sul, em 2021, foram 145 mil novos MEIs abertos, de acordo com a Junta Comercial do Estado. Ciente da importância do MEI para a economia brasileira, o Senado Federal aprovou, no dia 12 de agosto, mudanças para o funcionamento da categoria.
Atualmente, o regime MEI permite o faturamento anual de até R$ 81 mil. O Projeto de Lei Complementar (PLC) n°108 de 2021, que foi votado no Senado, prevê o aumento para até R$ 130 mil anuais. Com a alteração, mais empreendedores poderiam optar pelos benefícios que a modalidade proporciona, como o pagamento de apenas três impostos em uma guia única (CPP, ICMS e ISS) e recolhimento com o Documento de Arrecadação Simplificada (DAS), de valor fixo, inferior às alíquotas do Simples, que incidem sobre a receita bruta e são progressivas conforme a faixa de faturamento. Outra alteração prevista pelo PLC é a possibilidade de contratação de, no máximo, dois funcionários - o permitido, hoje, é apenas um. A proposta segue para discussão na Câmara dos Deputados.
As atualizações da categoria são fundamentais para continuar fomentando a modalidade e acelerar a economia brasileira, opina a especialista em MEI do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RS (Sebrae-RS), Giulia Mattos. "Inúmeros profissionais puderam se profissionalizar, tirar nota, fazer financiamentos. Direitos que não faziam parte da vida dessas pessoas", afirma, destacando que o MEI representa, atualmente, uma alternativa de renda para muitas famílias.
Criado em 2008, a modalidade já sofreu aumento no limite de faturamento em 2018, que era de R$ 60 mil. A especialista ainda ressalta a relevância de permitir o aumento de contratação de funcionários na modalidade, que tem grande responsabilidade em diminuir o desemprego no Brasil. Caso o texto seja aprovado pela Câmara, a renúncia de receita do governo poderá chegar em R$ 7,44 bilhões entre 2022 e 2024. Além disso, o impacto fiscal previsto deve variar em R$ 2,32 bilhões em 2022, R$ 2,48 bilhões em 2023 e R$ 2,64 bilhões em 2024.

Debates recentes sobre MEI fortalecem contabilidade consultiva

Contadores consultivos podem assumir uma postura estratégica atuando mais próximo das necessidades dos clientes

Contadores consultivos podem assumir uma postura estratégica atuando mais próximo das necessidades dos clientes


/RAWPIXEL/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Além das facilidades da modalidade Microempreendedor Individual (MEI), como o pagamento de impostos reduzidos, outra característica é a desobrigação de contratar um profissional contábil para a atividade. Porém, a especialista em MEI do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RS (Sebrae-RS), Giulia Mattos, afirma que o contador é essencial para instruir profissionais que desconheçam, por exemplo, a legislação trabalhista na hora de contratar um funcionário, calcular a folha de pagamento mensal ou até mesmo abrir o MEI em meios confiáveis - é possível fazer todo o trâmite virtual e gratuitamente. "O Sebrae orienta que, sempre que oportuno, se busque o profissional. O contador tem uma visão diferenciada", avisa.
A opinião demonstra que foi-se o tempo em que o contador apenas recolhia documentos e dados fiscais, emitia e enviava guias de impostos, fazia a escrituração contábil da empresa e enviava à Receita Federal. Especialistas acreditam que um dos rumos no futuro da área é a adaptação dos profissionais contábeis direcionada a uma postura mais consultiva, conselheira e estratégica.
Diretor do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do RS (Sescon-RS), o contador Felipe Faccioni destaca que o MEI é uma das modalidades que podem servir de exemplo para demonstrar o potencial do contador consultivo. "Tem muitos MEIs que iniciam com um faturamento baixo, mas projetam mudança de natureza jurídica com o crescimento, ou querem aumentar o salário do funcionário contratado", exemplifica Faccioni sobre as possibilidades, dentro da modalidade, para atuação contábil.
Contabilidade consultiva não é apenas manter os clientes com a contabilidade em dia e adotar tecnologias e novos processos para o escritório contábil, destaca o Chief Operating Officer (COO) da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, Fábio Flaksberg. "É um modelo de negócio no qual o contador atua mais próximo dos seus clientes, interagindo de maneira mais estratégica para garantir os melhores resultados e tomar as decisões de forma mais racional e planejada", diz.
Para Flaksberg, na contabilidade consultiva, o objetivo é trabalhar em parceria: contador atuando com dados e análises e o empresário com todas as informações relevantes do negócio para que, juntos, possam traçar planos eficientes e alinhados com a realidade, de forma objetiva e dentro das possibilidades. "Com isso, o contador passa a usar os seus conhecimentos de forma muito mais efetiva, ajudando o seu cliente a entender de verdade o seu negócio e seus números, contribuindo com melhor planejamento e apoiando-o na sua jornada pelo crescimento". Assim, para o COO, há mais confiança e o relacionamento eleva-se a um nível de real parceria, fazendo com que o cliente passe a enxergar o contador como um aliado mais valioso e estratégico.

Novas estratégias devem estar vinculadas à tecnologia

Fábio Flaksberg diz que a digitalização acelera os processos

Fábio Flaksberg diz que a digitalização acelera os processos


/OMIE/DIVULGAÇÃO/JC
Criada em 2013, a Omie é uma plataforma de gestão de negócios em nuvem (ERP) focada em médias empresas. No ramo contábil, a companhia desenvolve soluções digitais e automatizadas para profissionais, como o painel do contador, que permite a conexão de empresas e contadores em uma gestão integrada. "Eliminamos a papelada, o antigo malote, o vai e vem de e-mails através da tecnologia. Trouxemos mais segurança", afirma o Chief Operating Officer (COO) da Omie, Fábio Flaksberg.
Além disso, por meio do OneFlow, joint venture liderada pela Omie, a empresa criou o primeiro software contábil 100% web e autônomo do País. Com a ferramenta, os contadores podem escriturar em tempo real todas as movimentações fiscais e financeiras do cliente, sem precisar de intervenções manuais. "Escritórios contábeis que já tiveram acesso ao OneFlow, relatam ganhos expressivos de eficiência: a média de redução no tempo para enviar as informações contábeis foi de mais de 90%", destaca Flaksberg. O software escritura, apura, valida, gera obrigações e contabiliza automaticamente, em tempo real.
Para mercado profissional nos próximos anos, o COO enxerga que a tecnologia terá um papel essencial. A transformação digital, segundo ele, pode ser importante aliada no relacionamento com clientes, além de agilizar entregas e tornar processos mais seguros. "Um ótimo exemplo de como a tecnologia pode ser usada para dar cada vez mais produtividade à classe contábil, é o uso de inteligência artificial (IA)", observa, citando uma das alternativas implementadas na Omie: determinar a aplicabilidade de regras fiscais e alíquotas de imposto numa transação de venda.
A ferramenta, além de determinar as alíquotas, ainda monitora automaticamente os produtos e mercadorias da empresa, analisa o segmento da empresa - indústria, comércio, ou importadora, entende para quais regiões ou estados a empresa realiza operações e configura todos os impostos devidos para cada cenário, de acordo com a legislação vigente aplicável para a empresa. "Temos certeza que a automação de processos e a tecnologia para integrar e padronizar os sistemas não são apenas mais uma tendência, mas sim um movimento já em curso, e irreversível", pontua.