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Publicada em 01 de Setembro de 2025 às 16:38

Fórum de Competitividade em Caxias do Sul destaca desafios logísticos

Custo Brasil e infraestrutura impactam diretamente na indústria da Serra, concluíram os participantes

Custo Brasil e infraestrutura impactam diretamente na indústria da Serra, concluíram os participantes

Benito Rizzi/CIC Caxias/Divulgação/JC
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O Custo Brasil e a infraestrutura impactam diretamente na competitividade da indústria gaúcha, especialmente na Serra. Essa foi a principal conclusão do Fórum de Competitividade – Edição Caxias do Sul, realizado na quinta-feira passada no auditório da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias). Além da presença do governador Eduardo Leite e do prefeito Adiló Didomenico, o encontro reuniu cerca de 200 empresários e representantes dos poderes públicos municipais e estadual, que foram unânimes em apontar a infraestrutura e a falta de mão de obra como um dos maiores entraves para a competitividade. O Fórum de Competitividade Caxias do Sul foi uma realização do Transforma RS e CIC Caxias, com o patrocínio do governo do estado do Rio Grande do Sul.
O Custo Brasil e a infraestrutura impactam diretamente na competitividade da indústria gaúcha, especialmente na Serra. Essa foi a principal conclusão do Fórum de Competitividade – Edição Caxias do Sul, realizado na quinta-feira passada no auditório da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias). Além da presença do governador Eduardo Leite e do prefeito Adiló Didomenico, o encontro reuniu cerca de 200 empresários e representantes dos poderes públicos municipais e estadual, que foram unânimes em apontar a infraestrutura e a falta de mão de obra como um dos maiores entraves para a competitividade. O Fórum de Competitividade Caxias do Sul foi uma realização do Transforma RS e CIC Caxias, com o patrocínio do governo do estado do Rio Grande do Sul.
Na abertura, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, reforçou que a indústria gaúcha é competitiva internamente, mas enfrenta dificuldades para competir fora de seus portões. “Dentro das nossas companhias fazemos ônibus autônomos, eixos elétricos e máquinas inteligentes, competindo nos mercados mais exigentes. Mas, quando saímos dos portões das fábricas, enfrentamos dificuldades enormes. A infraestrutura é, sim, um dos nossos grandes temas. Da mesma forma, a insegurança jurídica trabalhista reduz a competitividade e afasta investimentos”, destacou.
Os debates foram abertos com o painel “Agenda para a Competitividade e Reconstrução do RS”, que reuniu o prefeito de Garibaldi, Sérgio Chesini, o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, o deputado Carlos Búrigo e o empresário Neco Argenta, sobre os caminhos para fortalecer o desenvolvimento econômico e social do estado.
Na sequência, o painel “Competitividade, Desenvolvimento e PPPs” trouxe reflexões do presidente da Randoncorp, Daniel Randon, do presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, do empresário e embaixador do Centro de Liderança Pública (CLP) no Rio Grande do Sul, Eduardo Fernandez, e do empresário Clóvis Tramontina, que discutiram alternativas de investimentos e parcerias público-privadas para ampliar a infraestrutura e reduzir o chamado Custo Brasil. Em sua fala, Daniel Randon, que é também presidente do Conselho do Transforma RS, hub colaborativo correalizador do Fórum de Competitividade, alertou para o alto custo logístico enfrentado pelas empresas da Região. “Na Serra, o custo logístico chega a 22%, contra 17% na média do Brasil e 14% em São Paulo. Precisamos acelerar investimentos em concessões e parcerias público-privadas. O governo tem a oportunidade de investir em infraestrutura até 2027 e isso é essencial para destravar o desenvolvimento”, afirmou.
Encerrando a programação, o painel “Estratégia de Desenvolvimento Econômico, Infraestrutura e Logística” contou com a participação dos empresários Ruben Bisi e Mauro Bellini, do reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Gelson Rech, e do secretário do Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, que destacaram a necessidade de planejamento de longo prazo e investimentos consistentes em logística como condição para que as empresas da Serra mantenham sua relevância no mercado nacional e internacional. Polo enumerou os investimentos anunciados para o estado, - como a CMPC, empresa chilena do ramo da celulose, e a Scala Data Centers, que construirá uma cidade de data centers em Eldorado do Sul - salientando o compromisso acordado com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) para que os investidores busquem fornecedores locais.
Ao encerrar a programação, o governador Eduardo Leite defendeu que reconstrução e competitividade devem caminhar juntas. Segundo ele, o Plano Rio Grande foi elaborado para atender de forma abrangente às necessidades do estado. “Não basta olhar apenas para a infraestrutura ou apenas para o setor produtivo. A reconstrução resiliente depende de uma estratégia integrada. Avançamos muito em áreas como segurança pública e disciplina fiscal, mas ainda há desafios que exigem continuidade de esforços”, disse.
Durante o Fórum, também foi destacado que o Rio Grande do Sul alcançou a 5ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados (CLP 2025), quatro posições acima do resultado de 2016, com avanços em pilares como segurança pública, educação e eficiência da máquina pública. “Sabemos que o jogo ainda é duro, mas ele é possível de ser vencido, como a gente tem vencido as batalhas todas até aqui. Nós temos que manter a disciplina, o rigor e a obstinação de entregar para o estado essa infraestrutura que falta através das concessões, não podemos abrir mão delas, eu insisto muito nisso, e, de outro lado, manter a máquina pública funcionando adequadamente para entregar os serviços fundamentais para a nossa população”, afirmou Leite.
O Fórum de Competitividade teve a chancela e apoio institucional do Centro de Liderança Pública (CLP), uma instituição nacional que produz anualmente o ranking de Competitividade dos Estados e Municípios.

Infraestrutura resiliente se torna meta urgente para municípios e setor privado

Representantes da SEPPI, CNM, ABdib e CNseg durante debate

Representantes da SEPPI, CNM, ABdib e CNseg durante debate

CNSeg/Divulgação/JC
As mudanças climáticas já não são uma ameaça distante: no Brasil, elas se tornaram rotina. Só na última década, municípios emitiram mais de 59 mil decretos de emergência climática, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A conta é bilionária: mais de R$ 400 bilhões em prejuízos desde 2013, principalmente por secas e chuvas extremas. O dado foi apresentado por Augusto Braun, assessor especial da presidência da CNM, durante o painel "Infraestrutura e Resiliência Urbana", realizado no 3º Workshop de Seguros para Jornalistas, no Rio de Janeiro.
Braun chamou atenção para a lentidão da resposta oficial: os auxílios federais e estaduais levam em média 18 meses para chegar aos cofres municipais, quando muitas vezes uma nova catástrofe já atingiu a população. "Hoje, cada município enfrenta mais de um desastre por ano. O recurso chega quando o problema já é outro", criticou. Ele defendeu a criação de seguros climáticos que garantam recursos imediatos às cidades, além da mobilização de consórcios municipais para dar respostas rápidas.
Infraestrutura insuficiente e dependência do setor privado
O diagnóstico sobre a vulnerabilidade urbana foi reforçado por Manoel Renato, secretário adjunto de Infraestrutura Social e Urbana do Programa de Parcerias de Investimentos (SEPPI). Ele destacou que o Brasil investe apenas 1,87% do PIB em infraestrutura, menos da metade do necessário para manter o estoque atual. "Estamos legando para nossos filhos menos infraestrutura do que recebemos", alertou, lembrando que países como China e Índia investem entre 5% e 8% do PIB.
Renato defendeu maior participação do capital privado em projetos de saneamento, resíduos sólidos, iluminação pública e mobilidade urbana, áreas críticas para a resiliência das cidades. Ele lembrou ainda o caso recente do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, paralisado por meses após as enchentes, como um símbolo da necessidade de novos modelos de seguro para concessões e PPPs. "Se não conseguimos investir nem na infraestrutura regular, como vamos bancar a resiliente, que é mais cara? Precisamos do setor privado ao nosso lado", afirmou.

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