As 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do País tem potencial para ampliar em cerca de 2.500 quilômetros as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) até 2054. Segundo o Boletim Informativo n.º 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades, as Redes Futuras de transporte incluem novos trechos de metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT) e corredores exclusivos de ônibus.
O estudo prevê mais 323 km de linhas de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho, e 157 km de corredores de ônibus. Atualmente, as 21 RMs pesquisadas, distribuídas nas cinco regiões do País, têm 2.007 km de rede de transporte público. São elas: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.
Nesta etapa foram avaliados 400 planos e projetos identificados no Boletim Informativo n.º 3, divulgado em março deste ano. Do total, quase 200 projetos com foco em sistemas de transporte coletivo de média ou alta capacidades (TPC-MAC) têm demanda suficiente e serão capazes de ampliar o acesso da população nos próximos 30 anos.
“Estamos fortalecendo o planejamento urbano com base em dados concretos, que nos permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo. Nosso foco, com a mobilidade urbana, é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população. Reduzir o tempo de deslocamento, com conforto e segurança, transforma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
“O investimento em corredores de transporte mais eficientes é uma política pública necessária para ampliar o acesso a oportunidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente das populações mais carentes. Além disso, contribui para o aumento da produtividade e a dinamização da economia nas grandes cidades”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O Boletim Informativo n.º 4 apresenta também o incremento potencial na cobertura dos serviços para população, com efeitos progressivos no atendimento às populações mais carentes. Com a implantação das Redes Futuras propostas pelo ENMU, mais de 80% das RMs atingiriam 30% de toda a população residente no raio de até 1 km de estações de TPC-MAC, sendo que as RMs da Baixada Santista, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo atingiriam acima de 40%. Atualmente, a média da cobertura, considerando as 21 RMs, é de 13% da população.
Entre junho e agosto, o foco do ENMU será a elaboração do Banco de Projetos, com o detalhamento dos quase 200 projetos de TPC-MAC que compõem as Redes Futuras. Essa etapa incluirá as estimativas de investimentos, custos, receitas, benefícios e as avaliações econômicas e financeiras preliminares. Esse conjunto de informações contribuirá para o planejamento de médio e longo prazo dos entes públicos, permitindo uma análise estratégica para priorização dos investimentos em cada localidade.