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Publicada em 26 de Maio de 2025 às 16:00

Startup cria sistema para exportação de celulose e 'venda em águas'

HXtos, que atua no porto de Santos, criou solução que permite rastrear a carga total no porão do navio

HXtos, que atua no porto de Santos, criou solução que permite rastrear a carga total no porão do navio

CODESP/DIVULGA??O/JC
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Agências
Empresário do ramo de logística, Luiz Simões, 55, teve de ser internado durante a pandemia da Covid-19, em 2020. "Quase não deu para mim", afirma. Durante o período no hospital e a longa recuperação, uma ideia o motivou: criar outra startup. "Não é nem nicho. É o nicho do nicho. Mas eu sabia que era algo que ninguém estava fazendo", afirma.
Empresário do ramo de logística, Luiz Simões, 55, teve de ser internado durante a pandemia da Covid-19, em 2020. "Quase não deu para mim", afirma. Durante o período no hospital e a longa recuperação, uma ideia o motivou: criar outra startup. "Não é nem nicho. É o nicho do nicho. Mas eu sabia que era algo que ninguém estava fazendo", afirma.
Foi o nascimento da HXtos, que atua no porto de Santos. A ideia pandêmica se tornou o sistema HX, que permite a chamada "venda em águas": a carga pode ser carregada ao Brasil com a documentação incompleta ou mudar de destino durante a viagem. Até então, isso era possível apenas no modal de contêineres.
O HX é voltado para a indústria da celulose, embarcada em caixas -as chamadas "cargas soltas". Entre as grandes empresas do setor no Brasil, Bracell, Suzano e Eldorado se tornaram clientes.
Em geral, os sistemas usados pelas empresas que embarcam encomendas nesta modalidade são geralmente adaptados daqueles feitos para contêineres. Por isso, são necessárias várias improvisações porque não é algo que atende nem 50% das necessidades de carregamento de carga solta. A ideia de Simões buscou resolver esse problema para a indústria de celulose.
"Há o rastreamento da carga total e sabemos exatamente onde cada caixa está no portão do navio. Então a gente sabe que a carga saiu da fábrica X, que usou a matéria prima Y, está destinada a tal porto com tal destino final. E sabemos exatamente onde está dentro do porão do navio", afirma o idealizador e CEO da empresa.
Rastrear todas as caixas e saber onde elas estão exatamente dentro da embarcação, sem contêiner, oferece uma vantagem logística. O termo "venda em águas" é uma liberdade poética porque as caixas não saem do Brasil sem um destino pré-determinado. Mas eles podem mudar durante o trajeto ou sem todos os documentos necessários para o desembarque. Estes podem ser acrescentados durante o trajeto.
"É uma liberdade para o exportador que não existia antes", completa.
A celulose pode ser considerado o "nicho do nicho" porque também tem uma característica: todas as cargas parecem iguais, com a mesma cor branca. Mas não são. A olho nu, o porão do navio está repleto de caixas com as mesmas especificações. Na verdade, as tonalidades são levemente diferentes, a depender do tipo do produto.
A HXtos testa na China um facilitador na movimentação, o que pode evitar que parte da carga seja desembarcada desnecessariamente ou seja entregue ao comprador errado. O sistema se chama Hatch List.
"O chinês, após a atracação do navio, vai usar nosso aplicativo em um tablet e, via web, vê exatamente qual é a carga, seu dono e qual posição está dentro do porão. Vai ver as qualidades da cor. Porque antes ele tirava toda a celulose para ver qual é qual. Agora, não mais", diz o fundador da empresa.
No primeiro semestre do ano passado, o Brasil, maior produtor do mundo, exportou para China, EUA e União Europeia cerca de US$ 8,75 bilhões em celulose (R$ 49,7 bilhões). Cerca de 45% deste total deixam o país pelo porto de Santos.
Na busca pela internacionalização da empresa, Simões já passou por Uruguai, Chile. Paraguai, países europeus e a China. Sabe que o suporte terá de ser oferecido em diferentes línguas. A empresa já funciona 24 horas por dia porque a operação em Santos não para.
"Sempre a gente escuta a pergunta sobre quem são nossos clientes. No Uruguai, por exemplo, você vai em um terminal que movimenta 2,5 milhões de toneladas por ano. Eles querem saber onde nosso sistema funciona, eu digo que funciona no terminal da Suzano, que movimenta 6,5 milhões de toneladas por ano. Nosso produto funciona em um terminal que é três vezes maior que o dele. Torna-se impossível ele dizer 'aqui não vai funcionar'", finaliza o dono da Hxtos.
 

Empilhadeiras elétricas ganham força na logística sustentável

De acordo com a ISO (International Organization for Standardization), o setor de transporte e logística é responsável por mais de um terço das emissões globais de CO2, totalizando 7,7 gigatoneladas apenas em 2021. Para atingir as metas climáticas estabelecidas, é necessário reduzir essas emissões para menos de 6 gigatoneladas até 2030.
Neste cenário, a logística sustentável tornou-se uma prioridade estratégica para empresas comprometidas com a redução de emissões de gases de efeito estufa. As empilhadeiras elétricas e de emissão zero emergem como protagonistas na transformação dos centros de distribuição e armazéns em ambientes mais limpos e eficientes.
Segundo Humberto Mello, diretor da Tria Empilhadeiras, marca de máquinas para manuseio e transporte de cargas, a substituição de empilhadeiras movidas a combustíveis fósseis por modelos elétricos, equipados com baterias de íons de lítio, representa um avanço significativo no setor.
"Esses equipamentos oferecem maior eficiência energética, com baterias que podem ser carregadas em até duas horas e permitem operações contínuas por múltiplos turnos. Além disso, cada empilhadeira elétrica pode evitar a emissão de até 21 toneladas de CO2 por ano em operações de três turnos", destaca o diretor.
Já do ponto de vista econômico, Humberto explica que, embora o investimento inicial em empilhadeiras elétricas seja superior, o custo total de propriedade é de até 50% menor em um período de dois a quatro anos, devido à redução de gastos com combustível e manutenção, bem como de 70% a 80% no custo de operação com energia elétrica, dependendo do preço local da eletricidade. "Nos custos operacionais totais, a diminuição chega a até 20%".
A adoção de tecnologias, como telemetria e Internet das Coisas (IoT), em empilhadeiras elétricas também permite o monitoramento remoto e a otimização do uso de energia, contribuindo para a sustentabilidade operacional.
Ainda, além dos benefícios ambientais e econômicos, os equipamentos elétricos proporcionam um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, ainda conforme Mello, eliminando emissões locais e reduzindo os níveis de ruído.
"A tendência global aponta para um aumento na demanda por empilhadeiras elétricas, impulsionado por regulamentações ambientais mais rigorosas e pela conscientização das empresas sobre a importância da sustentabilidade. Essa transição engloba inúmeros fatores, desde uma escolha ambientalmente responsável até uma decisão estratégica que oferece eficiência operacional e economia a longo prazo. É, sem dúvidas, uma grande mudança competitiva para as empresas", conclui o diretor.
Com menor emissão de CO2 e redução de custos operacionais, máquinas movidas a eletricidade despontam como solução estratégica para centros de distribuição mais limpos e eficientes.

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