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Publicada em 25 de Março de 2024 às 15:56

Grupo Allog quer expandir atuação no Brasil

Empresa projeta crescimento de 10% a 15% na exportação de frutas em 2024

Empresa projeta crescimento de 10% a 15% na exportação de frutas em 2024

Grupo Allog/Divulgação/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
de São Paulo
de São Paulo
Após adquirir, no ano passado, participação nas empresas FTrade e Fortallog, com forte presença no Nordeste, o Grupo Allog quer expandir a atuação nas regiões Sul e Sudeste. A companhia é um dos principais players no mercado brasileiro de carga refrigerada e opera nos segmentos de logística internacional nos modais marítimo, aéreo, terrestre, seguro, carga projeto, desembaraço aduaneiro, carga líquida e logística integrada. A empresa participou, entre os dias 5 e 7 de março, da 28ª Intermodal South America, em São Paulo. 
No Rio Grande do Sul, onde tem um escritório em Porto Alegre, o Grupo Allog atua principalmente com exportação de maçãs, mas também com madeira e carga líquida. "Olhando para o Sul, principalmente o Rio Grande do Sul, temos o potencial do mercado de proteína refrigerada, nosso grande desafio", projeta Rodrigo Hauck, diretor de operações.
No ano passado, as três empresas movimentaram, em números absolutos, um total de 105.624 TEUs no transporte marítimo e 3.820 toneladas no transporte aéreo. A FTrade exportou 17.678 TEUs em frutas, reforçando a liderança entre os agentes de carga brasileiros no segmento. Manga, uva, limão, melão, melancia e maçã lideram a movimentação de frutas brasileiras para o exterior.
Para este ano, o Grupo Allog projeta um aumento de 10% a 15% na movimentação de frutas, sobretudo à expectativa de exportação da manga, item que o Brasil teve vantagens competitivas em razão da quebra da safra da Costa Oeste da América do Sul, prejudicada pelo fenômeno El Niño.
A exportação de frutas requer cuidados diferenciados por se tratar de produto perecível. A adoção da tecnologia de atmosfera controlada possibilita que os produtos mais sensíveis "adormeçam" e respirem menos, durando mais. "Isso funciona muito bem para abacate, banana, mamão e manga, mas não para outras frutas como melão, melancia e uva. Depende da quantidade de etileno que cada fruta produz", explica Bruno Farias, CEO da FTrade.
Os principais destinos das frutas brasileiras no exterior variam de acordo com o shelf-life (tempo de vida) de cada variedade. Quanto menor o tempo de trânsito entre a planta do cliente e o importador final, melhor. A proximidade geográfica com a Europa faz com que esse seja o principal mercado comprador das frutas cultivadas no Nordeste, por exemplo. Já no caso dos estados do Sul do Brasil, é possível atender a outros países da América do Sul e também África, Ásia e Oriente Médio.
"A Europa hoje é o principal mercado para as frutas brasileiras, mas tem um trabalho forte da Abrafruta em abrir mercado para os Estados Unidos e Canadá. É um trabalho dos produtores de frutas para conquistar esses países", afirma Hauck.
Já no segmento de produtos florestais, a Allog se destacou com a movimentação de 18.222 TEUs, dos quais 13.625 TEUs foram para os Estados Unidos. Outro marco importante foi a liderança do grupo na importação de placas de energia solar e seus componentes no Brasil, com mais de 20% de market share deste mercado no País.
Farias lembra que, durante o período da pandemia, os fretes marítimos tiveram um aumento significativo, impactando os preços das frutas nos principais mercados de exportação brasileira (Europa e Estados Unidos). Com a queda do custo logístico, no entanto, a tendência é de aumento no consumo nestes mercados.
Hauck avalia que o grande entrave para a empresa crescer mais está relacionado à infraestrutura logística. "O desafio não está em água ou na terra, mas na infraestrutura logística, onde ainda existe muita deficiência. Não se trata só do Rio Grande do Sul mas o Brasil como um todo", avalia.
Ele cita as raras rodovias com acesso a ferrovias e também os terminais portuários. "O Brasil está numa crescente muito grande de exportação, principalmente no setor agrícola que é o que move o País, mas ainda sofre muito os impactos com a falta de infraestrutura que todos os estados apresentam", salienta.

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