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Boas práticas

- Publicada em 24 de Julho de 2023 às 18:00

ESG entra nas prioridades dos operadores logísticos

Iniciativas tornam empresas mais bem preparadas para lidar com expectativas e exigências do mercado

Iniciativas tornam empresas mais bem preparadas para lidar com expectativas e exigências do mercado


/CargOn/divulgação/jc
Pesquisa realizada pela consultoria ILOS, em 2022, com operadores logísticos atuantes no Brasil mostra que a maioria (81%) desenvolveu dentro da organização uma área de sustentabilidade. Do total, 30% dos operadores possuem metas de sustentabilidade e 19% tem objetivos dentro de uma área mais ampla, que engloba diferentes ações de ESG (sigla em inglês: Environmental, Social and Governance / traduzindo: Ambiental, Social e Governança).
Pesquisa realizada pela consultoria ILOS, em 2022, com operadores logísticos atuantes no Brasil mostra que a maioria (81%) desenvolveu dentro da organização uma área de sustentabilidade. Do total, 30% dos operadores possuem metas de sustentabilidade e 19% tem objetivos dentro de uma área mais ampla, que engloba diferentes ações de ESG (sigla em inglês: Environmental, Social and Governance / traduzindo: Ambiental, Social e Governança).
O termo ESG surgiu em 2004 de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a CEOs de grandes instituições financeiras sobre como integrar práticas ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais. Nos últimos anos, o termo ganhou força globalmente, despertando o alerta de empresas nos mais variados segmentos, entre eles o de logística.
Para a compliance officer Elizabete Loz, da empresa Prestex, especializada em Logística Emergencial B2B, o crescimento do setor de logística, aliado às mudanças do perfil consumidor e à busca por eficiência, principalmente após a pandemia, têm incentivado as empresas a investirem em capacitação e inovações, que englobam também práticas de ESG. "A logística movimenta o mundo. Tudo precisa sair de um ponto e chegar em outro, como alimentos, peças, remédios, mercadorias. Se o nosso setor não investir em práticas ambientais, sociais e de governança, estará fadado à estagnação", alerta.
Elizabete destaca que as práticas de ESG tornam a empresa mais bem preparada para lidar com as expectativas e exigências do mercado frente aos riscos ambientais, implicações sociais e sustentabilidade econômico-financeira. Essas ações aumentam a integridade corporativa, melhoram as decisões estratégicas e a eficiência da gestão, resultando em maior confiabilidade do mercado. "Além disso, quando a empresa faz a sua parte, serve de exemplo, estimulando fornecedores, colaboradores e os próprios acionistas."
A compliance officer lembra ainda que, diferente do que muitos pensam, as práticas de ESG não precisam ser mirabolantes ou com altos investimentos, mas precisam ter conexão com a cultura e a atividade da empresa. Na Prestex, que atua há 20 anos em Logística Emergencial B2B, atendendo a indústria de transformação e indústria de medicamentos, os exemplos estão nas três letras:
E (environmental/ambiental) - Redução de impressões e uso do papel em mais de 65% no último ano, substituição de copos plásticos por canecas de metal individuais, coleta seletiva do lixo destinado para reciclagem. Está em estudo para os próximos anos também uma estratégia de descarbonização, através da redução de emissão de carbono na atmosfera em parceria com os fornecedores.
S (social) - Programa Jovem Aprendiz, apoiando o ingresso de jovens ao mundo corporativo. Incentivo dos colaboradores para ações sociais (doações de alimentos e chocolates em datas comemorativas, campanha do agasalho). Parcerias com comunidades e entidades em ações de endomarketing. Implantação de plataforma educacional para os colaboradores e iniciativas para estimular a diversidade e a inclusão. Cerca de 50% do quadro da empresa é composto por mulheres. Em julho de 2023, a Prestex também integrou o movimento Vez e Voz doSindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp), que fomenta o crescimento profissional das mulheres no setor.
G (governance/governança) -
A Prestex nasceu de uma empresa familiar e para garantir a perenidade do negócio vem investindo em Governança Corporativa, com estruturação hierárquica e do conselho administrativo; criação do código de ética e conduta dentro do programa de compliance; elaboração das políticas da empresa; gestão transparente para prestação de contas, gestão de fornecedores e parceiros de negócio; prevenção e controle de riscos; investimento tecnológico para gestão corporativa; monitoramento de métricas para satisfação do cliente; participação em entidades do setor. Atualmente o foco está na capacitação dos líderes da empresa, na melhoria de práticas de gestão por resultado e na proteção de dados e segurança da informação.
Elizabete finaliza destacando que só é possível crescer de forma sustentável, valorizando e respeitando as pessoas e o meio ambiente, tendo como base uma sólida governança corporativa. "Isso só é possível com uma cultura de integridade.
 

Sustentabilidade na logística vai além da perspectiva ambiental e deve contemplar áreas social e de governança

Mews é CEO da CargOn

Mews é CEO da CargOn


/CargOn/divulgação/jc
Os impactos ambientais, sociais e econômicos da cadeia de atividades de logística são visíveis. Da emissão de gases na atmosfera, passando pelo consumo de combustíveis fósseis, e incluindo volumes movimentados, custos e geração de emprego e renda, são variados os indicadores que podem ilustrar essa relação.
Não à toa entre as empresas do setor, tanto players como seus fornecedores e clientes, aumenta a preocupação por mitigar tais efeitos - a agenda ESG (sigla para "environment, social and governance") já faz parte do discurso de boa parte delas. Contudo, é preciso entender o conceito para além da perspectiva estritamente ambiental.
"Não basta ser verde, é preciso ser 'full' ESG'", afirma o fundador e CEO da CargOn, Denny Mews. Com sede em Curitiba e atendimento em todas as regiões do Brasil, a CargOn é um operador logístico digital (logtech), e é da integração com diversos elos da cadeia que o executivo da empresa constata a necessidade de que o conceito ESG seja incorporado em sua plenitude.
Em sua avaliação, as organizações estão se focando essencialmente no "E" da sigla, isto é, no "environnment" (meio ambiente), e deixando de lado o "S" (do social) e olhando quando necessário para o G (Governança). "O ESG quer dizer que, para uma empresa ser sustentável, ser perene, deve observar um tripé: meio ambiente, social e governança. Ou seja, para ser de fato sustentável, esses três pilares precisam ser atendidos".
Ainda mais porque a cadeia logística se encontra em expansão, ampliando, portanto, os impactos das atividades. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor que abrange Transporte, Armazenagem e Correios cresceu 5,1% no primeiro trimestre de 2023, em comparação a igual período de 2022, mais que os 4% de incremento do PIB geral, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O volume de serviços só do segmento de transporte de cargas aumentou 23,7% entre janeiro e março deste ano.
Levantamento do Ministério de Minas e Energia aponta que o setor de transportes deve registrar, em dez anos (2021 a 2031), crescimento anual de demanda energética da ordem de 2,5%. Ainda segundo o mesmo estudo, a atividade geral do transporte de cargas no Brasil se elevará 3,5% ao ano até 2031. Em 2030, o volume será o triplo do registrado 20 anos antes (2010).
Diante desse cenário, a CargOn incorporou o lema "It's enough to be green. Be full ESG" à sua marca, expressando-o em sua identidade visual. O objetivo é manter incutida a visão mais ampla sobre o que é, de fato, ESG. Para além do slogan, medidas de ordem prática vêm sendo adotadas nos últimos anos. Por exemplo, a oferta, em parceria com a BB Seguros, de uma modalidade de seguro de vida diário para caminhoneiros.