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Negócios corporativos

- Publicada em 20 de Março de 2023 às 17:43

Operadores Logísticos revisam a cadeia de suprimentos

Segmentos de varejo, indústria de base e automotivo foram os que mais sofreram mudanças na dinâmica

Segmentos de varejo, indústria de base e automotivo foram os que mais sofreram mudanças na dinâmica


/tiger lily/pexels/jc
O setor de logística ganhou significativa visibilidade durante a pandemia não apenas pela sua essencialidade ao garantir o abastecimento do País, mas também pelos novos caminhos que tiveram que buscar para se adequarem às novas demandas e rearranjos na forma de consumo. Agora, em um momento no qual a variação dos casos de Covid-19 baixou em mais 39% e o termo pós-pandemia se encontra mais consolidado, os maiores operadores logísticos do País avaliam as mudanças nas cadeias de produção em um dos períodos de maior instabilidade no mundo inteiro.
O setor de logística ganhou significativa visibilidade durante a pandemia não apenas pela sua essencialidade ao garantir o abastecimento do País, mas também pelos novos caminhos que tiveram que buscar para se adequarem às novas demandas e rearranjos na forma de consumo. Agora, em um momento no qual a variação dos casos de Covid-19 baixou em mais 39% e o termo pós-pandemia se encontra mais consolidado, os maiores operadores logísticos do País avaliam as mudanças nas cadeias de produção em um dos períodos de maior instabilidade no mundo inteiro.
Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) junto aos seus filiados, revelou que os segmentos de varejo, indústria de base e automotivo foram os que mais sofreram mudanças na dinâmica do comércio exterior nos últimos três anos. No entanto, apesar dos obstáculos, 50% dos OLs acreditam que hoje, em 2023, os seus clientes estão melhor posicionados no comércio internacional, enquanto 33,3% acreditam que estão pior posicionados e 16,7% não souberam ainda medir.
Ao serem questionadas especificamente sobre as principais alterações verificadas durante a pandemia, os entrevistados trouxeram alguns pontos, como a maior busca por tecnologia, o aumento do consumo, principalmente no setor alimentício e de bebidas - agora já mais estabilizado e consciente -; a desaceleração do processo de gestão just in time (em que um item é produzido apenas sob encomenda, com o objetivo de se manter o estoque baixo), e ainda a necessidade de repensar a dependência de um único fornecedor.
Há quem diga que a pandemia da Covid-19 quebrou os paradigmas e alterou todo o sistema de logística já consolidado na elaboração das cadeias produtivas de valor. O setor automotivo, por exemplo, ainda lida com a falta de insumos e peças no mercado global, desacelerando a produção de montadoras no país já nesse primeiro trimestre de 2023.
"Algumas empresas afirmam que o desafio maior está em enfrentar a crise econômica e as incertezas políticas que o país ainda vivencia, na expectativa de que ainda em 2023 observemos uma melhora sistêmica, em todos os elos da cadeia de suprimentos. Nos setores mais afetados, os operadores apontam a aplicação de novas metodologias e a criação de projetos estratégicos que podem tornar possível a transformação do negócio, a médio e até curto prazo. De modo geral, os OLs entendem que é natural que a logística seja constantemente desafiada e que a pandemia trouxe importantes aprendizados, os quais serão considerados em outros momentos de adversidades", destacou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha.
Em meio ao novo cenário, as empresas filiadas à associação concordam que, no geral, os setores produtivos não estão se beneficiando da forma esperada do pós-pandemia e da "volta à normalidade", com exceção do comércio online. Para alguns OLs com atuação na América Latina, ainda paira certa incerteza frente a um cenário de instabilidade e imprevisibilidade econômicas, resultando em redução de consumo e recessão.
No Brasil, a avaliação é de que além do peso da política monetária sobre itens mais dependentes de crédito, como eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, veículos e materiais de construção, há uma expectativa de demanda menor.
"A indústria tem sido cautelosa nos últimos meses e segue andando de lado. Apesar da recuperação pós-pandemia, o cenário de altas taxas de juros e inflação desacelera esse ritmo. No longo prazo, não vejo uma recuperação pujante em função desse cenário político e de inflação, que leva empresários a postergar investimentos e a contratar créditos, o que impacta diretamente em produtos parcelados, como os bens duráveis", disse uma das associadas.
 

Setor de logística enfrenta desafio para atrair mão de obra, principalmente especializada em novas tecnologias, diz estudo

A escassez de mão de obra está entre os grandes desafios enfrentados pelas empresas de logística em todo o mundo, tanto no setor de transporte quanto no de armazenamento. Um dos motivos é a dificuldade de atrair profissionais, principalmente especializados em novas tecnologias, para auxiliar as empresas nos processos de inovação, reforçando o papel estratégico da área de Recursos Humanos no setor.
Essa é uma das conclusões do relatório "Logistics Global HR Trends", realizado pela Gi Group Holding, a partir de dados públicos da indústria e estimativas de líderes na China, Brasil, Alemanha, Itália, Polônia e Grã-Bretanha.
Os resultados mostram que apenas 26% dos entrevistados acreditam que a logística está entre os melhores setores para se trabalhar, ligeiramente acima de setores como manufatura (23%) e construção (20%). Em contraste, a maioria dos empregados do setor (87%) diz estar satisfeita com seu trabalho, em comparação a 85% dos empregados em outros setores. Analisando os dados apenas do Brasil, o percentual de profissionais satisfeitos é ainda maior: 94%.
"Apesar do reconhecimento de sua importância na economia, evidenciada durante a pandemia de Covid-19, as necessidades, especificidades e desafios da logística ainda são pouco conhecidos pela população, com grande parte da dela compreendendo que o trabalho na área é fisicamente exigente e destina-se apenas à mão de obra não qualificada quando, na realidade, é necessário ter especialização, conhecimentos técnicos e utilizar tecnologia também", explica Carlos Henrique Martins Tonnus, diretor da Gi Group Holding do Brasil, com base no relatório.
O mercado mundial de logística experimentou crescimento exponencial nos últimos anos, movimentando US$ 8,6 trilhões em 2021. E estima-se que o setor continue em expansão, atingindo US$ 9,9 trilhões em 2024, impulsionado ainda pelo avanço do comércio eletrônico.
Entre 2019 e 2020, as vendas globais do e-commerce cresceram 26,7%, para US$ 4,2 trilhões. Essa tendência de crescimento seguiu em 2021, quando o mercado global de vendas on-line atingiu quase US$ 5 trilhões em vendas. Entre os países analisados, a Itália foi o que mais cresceu em vendas de comércio eletrônico entre 2019 e 2021 (88,6%), seguido pelo Brasil (65,5%), Alemanha (61,3%), Polônia (39,8%), Reino Unido (32,3%) e China (24,6%).

O estudo indica ainda que o setor passa por novas transformações aceleradas pelo processo de digitalização, que se revelou crucial durante a pandemia, para responder ao estresse das cadeias de abastecimento globais e garantir maior eficiência e flexibilidade operacional. A expectativa é que, em breve, inovações como Big Data Analytics, Blockchain, IoT, 5G, Inteligência Artificial e Manufatura Aditiva mudarão a cadeia de suprimentos e influenciarão o equilíbrio de poder entre os
players do mercado, reformulando os modelos de negócios atuais.

Essa renovação tecnológica gera novas oportunidades profissionais, exigindo competências e funções que não são tradicionais para a indústria. Do ponto de vista de RH, isso significa que as empresas devem ser capazes de atrair competências na área de Digital & Automação para alcançar essa transformação.
Nesse contexto, o relatório avalia que, para reter trabalhadores, as empresas devem criar condições de trabalho mais acolhedoras possíveis, promovendo ambientes de trabalho baseados em relações positivas e em sistemas de Recompensa Total (salário, políticas de bem-estar e ética empresarial).