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Logística

- Publicada em 28 de Novembro de 2022 às 17:52

Com frota velha, Brasil desperdiça 30% de combustível

O custo logístico nacional é de 12,5% do PIB, segundo especialista

O custo logístico nacional é de 12,5% do PIB, segundo especialista


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A logística no Brasil precisa de intervenções urgentes nos próximos 15 anos para não entrar em colapso. A avaliação é do especialista em logística e sócio da Pathfind, Antônio Wrobleski. Ele aponta que, mesmo com um território continental, 62% de toda carga é transportada por rodovias brasileiras, o que causa fortes impactos na economia e no meio ambiente. Menciona ainda que o País desperdiça hoje 30% de combustível com sobrecarga nas rodovias e uma frota velha de caminhões. O custo logístico nacional, segundo ele, é de 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos não chega a 8%.
A logística no Brasil precisa de intervenções urgentes nos próximos 15 anos para não entrar em colapso. A avaliação é do especialista em logística e sócio da Pathfind, Antônio Wrobleski. Ele aponta que, mesmo com um território continental, 62% de toda carga é transportada por rodovias brasileiras, o que causa fortes impactos na economia e no meio ambiente. Menciona ainda que o País desperdiça hoje 30% de combustível com sobrecarga nas rodovias e uma frota velha de caminhões. O custo logístico nacional, segundo ele, é de 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos não chega a 8%.
"Temos uma situação crucial para o setor de logística. As perdas hoje já são imensuráveis em todos os sentidos, para a natureza, para o valor do produto. Se não houver planejamento e investimentos nos próximos 15 anos, o segmento vai enfrentar sérias dificuldades", afirma o especialista em logística. Wrobleski diz que a falta de investimentos em infraestrutura é um dos principais gargalos na logística brasileira e defende a intermodalidade como alternativa para mudar esse cenário.
O especialista lembra que quase nenhum investimento foi feito no setor ferroviário no Brasil, que, conforme ele, é praticamente o mesmo de 100 anos atrás. "O Brasil tem três vezes o tamanho da Argentina, mas o país vizinho ostenta mais quilômetros de ferrovias. As linhas férreas brasileiras somam cerca de 31 mil quilômetros, enquanto as argentinas têm 34 mil quilômetros", compara.
Neste ano, 62% da carga brasileira será transportada por caminhões, 20% por ferrovias, 14% por cabotagem (aquavias), 0,3% por aerovias e 3,6% por outros sistemas. Para ser mais competitivo em logística, segundo o especialista, o ideal seria que, em 15 anos, o País pudesse reduzir a carga rodoviária a 40%, aumentar a ferroviária para 30% e a de cabotagem para 25%. "Isso depende de um plano longo de investimentos, que precisa começar agora", diz.
Wrobleski afirma que o Brasil deixaria de jogar fora "minimamente, numa avaliação bem contida" 30% de combustível se tivesse uma melhor intermodalidade. De acordo com ele, contribui bastante para a piora no segmento de transporte rodoviário o fato da frota brasileira de caminhões ser "muito velha", tendo em média 20 anos. "Conseguimos baixar essa média no passado, com financiamentos dedicados a caminhões, mas hoje esse número voltou a envelhecer. Já chegou a 12, 13 anos, está em 20 anos. A idade ideal para a frota de caminhões é de oito anos a no máximo 10 anos", alega.
De acordo com o especialista, o investimento em infraestrutura no Brasil deveria girar em torno de 3% a 4% do PIB, mas não ultrapassa 1%. "A China, nos áureos tempos, fazia dois dígitos de investimento em infraestrutura. A falta de investimento no País é uma grande barreira a ser superada para que o Brasil possa alcançar a média dos países desenvolvidos no mundo", garante.
 
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