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Publicada em 10 de Outubro de 2025 às 16:55

Resíduo e lixo: Entenda a diferença e como realizar o descarte correto

João Pedro Gomes dos Santos   
Engenheiro Ambiental da Reciclus

João Pedro Gomes dos Santos Engenheiro Ambiental da Reciclus

Reciclus/Divulgação/JC
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João Pedro Gomes dos Santos   
João Pedro Gomes dos Santos   
Engenheiro Ambiental da Reciclus
O debate sobre a diferença entre “lixo” e “resíduoganha ainda mais relevância diante da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, no estado do Pará. Embora a COP30 discuta compromissos globais relacionados às mudanças climáticas, a forma como lidamos com nossos descartes locais — distinguindo o que pode ou não pode ser reaproveitado — é parte essencial para avançarmos na economia circular e contribuirmos para as metas internacionais de sustentabilidade.
Popularmente, os termos “lixo” e “resíduo” costumam ser utilizados como sinônimos, no entanto, gera-se um erro de entendimento no dia a dia, pois essas expressões possuem definições distintas. Compreender essa diferenciação é fundamental para a promoção de práticas sustentáveis e a gestão adequada dos descartes.
Desmistificando as expressões e compreendendo os contextos  
Lixo é um termo popular, mas não técnico, que designa qualquer tipo de material descartado; algo sem valor imediato. Resíduo, por sua vez, é o material pós-consumo que ainda possui potencial de reaproveitamento, reciclagem, compostagem ou outra forma de destinação ambientalmente adequada. Com essa distinção em mente, é possível adotar hábitos mais conscientes e responsáveis com o meio ambiente.
Além de lixo e resíduo, existe ainda um terceiro termo, o rejeito, que nomeia uma categoria específica de resíduo. Os chamados “rejeitos” são aqueles resíduos que já esgotaram todas as possibilidades de tratamento e recuperação economicamente viáveis, e, por fim, são encaminhados à disposição final adequada, como os aterros sanitários. Todo rejeito é resíduo, mas nem todo resíduo se torna rejeito.  
Entender por que essa diferenciação é importante contribui para a construção da consciência ambiental coletiva e, consequentemente, a valorização de materiais, tornando-os recurso. Tal distinção possibilita uma gestão mais eficiente, reduzindo a quantidade de rejeitos e, portanto, a dependência de aterros sanitários. Segundo dados do Embrapa, apenas 45% dos resíduos recolhidos recebem a destinação correta em aterros sanitários.  
Boas práticas que podem elevar esses números estão relacionadas, principalmente, a conscientização da população sobre a forma correta de descarte:  
 
  • Separar materiais para a coleta seletiva (vidro, plástico, metal e papel);  
  • Compostar a matéria orgânica para transformação em fertilizantes naturais; 
  • Descartar adequadamente resíduos especiais como lâmpadas, eletrônicos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e óleo de cozinha usado. Esse processo ocorre por meio da logística reversa, como é o caso da Reciclus que realiza a coleta e destinação correta de lâmpadas fluorescentes no Brasil.  
Além disso, educação e consumo consciente também estão conectados: evitar embalagens descartáveis e reutilizar produtos ajudam a minimizar a geração de resíduos.  
Assim, nos afastamos da ideia de “lixo” e passamos a ver os materiais como “resíduos” que possuem potencial de reinserção e valor, construindo práticas sustentáveis todos os dias.  

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