Coordenador de Soluções em Serviços da Govbr
Se no setor privado é impensável colocar um novo colaborador para operar sem treinamento, por que seria diferente na gestão pública? Empresas bem-sucedidas investem constantemente na capacitação de suas equipes como parte essencial de sua estratégia de eficiência e inovação. O mesmo princípio deve ser aplicado às prefeituras, especialmente no início de um novo mandato, quando há troca de lideranças, entrada de novos servidores e redefinição de prioridades. É nesse momento que os cursos de capacitação se tornam ferramentas indispensáveis para uma gestão pública eficaz.
Oferecer formação logo nos primeiros meses do governo é garantir o que chamamos de adaptação rápida. Com isso, os novos servidores se integram às diretrizes da nova administração e passam a entender, de forma clara, suas metas e funções. Isso evita ruídos, promove o alinhamento estratégico entre as equipes e fortalece a confiança nos processos internos. Tal como acontece em empresas bem geridas, onde todos conhecem os objetivos do negócio, na gestão pública a clareza de missão é vital para a entrega de serviços consistentes à população.
Além disso, os cursos promovem a uniformização de conhecimento, garantindo que todos os servidores compreendam e sigam as mesmas diretrizes e normas técnicas. O resultado? Redução de falhas, menos retrabalho e mais agilidade na execução dos serviços. Assim como uma empresa precisa de processos padronizados para manter a qualidade, a prefeitura também depende de servidores treinados para assegurar eficiência e o cumprimento de legislações.
Outro benefício importante é a autonomia técnica dos profissionais. A formação confere aos novos servidores segurança e autonomia para que executem suas tarefas diárias. Isso se traduz em agilidade na resolução de demandas, especialmente nos primeiros 100 dias de governo, período em que há uma grande pressão popular por respostas. Servidores preparados se tornam mais proativos, acolhedores e eficazes, o que impacta diretamente na imagem da administração pública e na confiança do cidadão.
Prefeituras que adotam uma cultura de capacitação colhem benefícios semelhantes às empresas que valorizam o desenvolvimento profissional contínuo: maior capacidade de inovação, adaptação às mudanças e uso mais inteligente da tecnologia. Com apoio de programas, o aprendizado contínuo fornece aos servidores competências técnicas para operar novos sistemas e plataformas de gestão. Isso evita resistências à inovação e acelera a transformação digital nos municípios. Além disso, servidores capacitados entendem a importância da transparência e da prestação de contas, e compreendem melhor suas responsabilidades e sabem como divulgar informações com clareza.
Isso fortalece o vínculo com a sociedade e os órgãos de controle, da mesma forma que empresas bem administradas prezam por governança. Outro ponto importante é a questão motivacional, pois servidores que passam por cursos de atualização recebem novos conhecimentos, passando a se sentir mais pertencentes aos processos e com maior capacidade resolutiva, o que é fundamental para a auto estima profissional.
Em resumo, investir em cursos de capacitação desde o início do mandato é um ato de gestão responsável, comparável ao que de melhor se pratica no setor privado. Garante eficiência, reduz riscos, fortalece a confiança do cidadão e prepara o serviço público para os desafios de um mundo cada vez mais dinâmico e digital. Equipes bem preparadas são a base de qualquer sucesso duradouro, inclusive na administração pública.