Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

minuto marejo

- Publicada em 04 de Dezembro de 2023 às 00:50

O que 4 varejos gaúchos Quincy Store, Portugaia, Herself e Kiel têm em comum?

Carol (esq) e Ana Paula criaram novas áreas na loja que quadruplicou de tamanho no mesmo bairro da Capital

Carol (esq) e Ana Paula criaram novas áreas na loja que quadruplicou de tamanho no mesmo bairro da Capital


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Novas operações físicas de varejo que surgem em 2023 têm uma característica: são comandadas por mulheres do Rio Grande do Sul. A coluna Minuto Varejo rastreou quatro negócios em segmentos bem distintos: moda, cosmético sustentável, confeitaria e tecnologia em produtos de uso feminino.
Novas operações físicas de varejo que surgem em 2023 têm uma característica: são comandadas por mulheres do Rio Grande do Sul. A coluna Minuto Varejo rastreou quatro negócios em segmentos bem distintos: moda, cosmético sustentável, confeitaria e tecnologia em produtos de uso feminino.
As histórias da Quincy Store, Portugaia, Herself e Ziel mostram a aposta das empreendedoras em
criar mais experiência e soluções em novos projetos, além de produtos diferenciados e com proposta inovadora
 

Quincy Store e a opção pela rua

Nova loja na rua Quintino Bocaiúva tem quatro vezes mais área e vagas para estacionar

Nova loja na rua Quintino Bocaiúva tem quatro vezes mais área e vagas para estacionar


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Acreditamos na operação de rua. Nossas clientes gostam da proximidade, de chegar sem pressa", resumem as irmãs e sócias Carol e Ana Paula Azevedo, há 25 anos no comando da Quincy Store, em Porto Alegre. Os dois motivos servem para justificar uma opção. Mesmo com convites de shopping centers para instalar unidades, a dupla seguiu fiel à rua. Mas com outro tamanho e ponto, além de nova pegada.
Em outubro, a loja passou da rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento, para local perto, mas bem maior. A marca está agora na rua Quintino Bocaiúva, 967. De 100 metros quadrados, a Quincy passou a 400. Com mais espaço, os planos das lojistas ganharam sinal verde. “Queríamos expandir o mix de produtos e proporcionar uma experiência ainda mais diferenciada”, diz Carol.
Sobre futuro e até shopping, Ana Paula avisa que o foco é total na consolidação do novo endereço, além de ampliar o portfólio de marcas. Novidade com a mudança é Maria Filó, reforçando o mix que tem Linda de Morrer, Sacada, Animale Jeans, Shoulder, Salinas e Dress To.
Na Quintino, mais facilidades foram resolvidas, como estacionamento em frente à loja. "Era um problema de muito tempo e um dos grandes da troca. A Quintino também tem um fluxo diferente e muito mais qualificado", assinala Carol. A 24 também mudou, diz a dupla. "Saíram restaurantes e bares, vieram mercado de bairro e mais serviços. Ficamos sem referência", explicam as irmãs. 
Para o futuro do negócio, de mais oferta de itens e, claro, de rentabilidade, ter mais área era decisivo, contam elas. "Não podíamos ter mais equipe e nem volume porque o espaço físico não acompanhava", lista Ana Paula. Na busca de opções de onde se localizar, as lojistas da Quincy acionaram um recursos que há muito tempo é parte do DNA da marca: a relação com as clientes. "Estávamos pensando a mudança há mais de dois anos e não foi só da nossa cabeça. Ouvimos as nossas consumidoras, que indicaram: ter estacionamento e se manter no Moinhos. Foram quase 300 opiniões de clientes", descrevem.  
A Quincy tem uma natureza que mescla venda digital e física muito antes da crise sanitária. Esta condição ajudou muito na hora de fazer a migração física. "Hoje 80% da receita vêm da clientes que só compram pelo digital ou começa no digital (que é nossa vitrine)", descreve Ana Paula. As irmãs contam que antes da pandemia já estavam habituadas ao uso do Instagram na relação co as clientes, além de ter processos prontos. Depois, com a restrição e intensificação do digital, reforços vieram com nova plataforma, mais opções de frete e pagamento. "Tudo para melhor atender a jornada do cliente", relaciona a dupla. Com a "nova" loja (ou três em um só endereço), as sócias também esperam elevar a receita em 40%.

Portugaia: sombrinhas coloridas a delícias além-mar

Tatiane largou a carreira de comissária para abrir o negócio inspirado em quitutes provados nas viagens

Tatiane largou a carreira de comissária para abrir o negócio inspirado em quitutes provados nas viagens


/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
"Cansei de comer pastel de Belém (pastel de nata) que não era como o de Portugal. Resolvi aprender a fazer para montar um negócio". Assim nasceu a Portugaia, conta a ex-comissária Tatiane Gazen, que trouxe a Porto Alegre o quitute e ainda as sombrinhas coloridas do além mar. Não tem quem não passe em frente ao número 506 da rua São Luís no bairro Santana, e não queira entrar. Mesmo que seja apenas para perguntar: "O que vocês fazem aqui?".
Antes da resposta, o comentário também é obrigatório: "Estas sombrinhas coloridas são lindas!" A ex-comissária que largou os voos internacionais para viajar na produção de pastéis e ainda em outro quitute da casa, as Pavlovas, também trouxe de Portugal a inspiração da fachada marcante. 
As sombrinhas surgiram em Águeda, cobrindo um quarteirão. "Depois, obviamente por se tratar de uma bela decoração e diferente, pegou no mundo inteiro", conta ela, que foi uma das fisgadas. Mas falando dos pastéis de nata ... "São maravilhosos!", exclama uma cliente que mora no bairro e não deixa de dar uma passada para comprar um quitute quando a fornada está saindo para venda. Na pequena casa, Tatiane montou o que ela conhecia das viagens.
"A Portugaia começou de uma ideia inspirada nas produções de pastéis de nata que tem em Portugal. Viajei muito a Portugal quando era comissária de bordo, sempre frequentava as lojas que vendem e ficava maravilhada com o doce, mas sempre que comia no Brasil eu ficava decepcionada porque os que tive acesso, não são bons", recorda ela. Mãos aos doces, Tatiane montou o que imaginou:
"Nossa principal característica é assar o doce e logo servir, sempre fresco para manter as características, tal qual fazem as melhores fábricas em Portugal". A produção da massa tem dia da semana e depois é colocar no forno com temperatura acima de 600 graus e esperar. "O cliente pode chegar e pedir uma fornada, aguardar de 15 a 20 minutos e sair da loja com os doces recém assados", avisa a proprietária.
Antes do ponto de rua, Tatiane começou com a operação em uma cozinha industrial, com venda por delivery, em 2021. No cardápio, além dos pasteis, tem as Divine Pavlovas, de origem russa, feita de merengue, outra tentação. A ex-comissária diz que concebeu e montou a loja, com a decoração, entre mesinhas mais clássicas e cores. Uma amiga entrou com ela na sociedade. 

Herself abre Casa da Menstruação em São Paulo

Raíssa diz que as consumidoras poderão conhecer mais os produtos

Raíssa diz que as consumidoras poderão conhecer mais os produtos


/HERSELF/DIVULGAÇÃO/JC
Uma inovação gaúcha que virou novo paradigma de produto e propósito no Brasil para vencer o preconceito sobre uma rotina tão natural das mulheres, a menstruação, vai ter loja física no maior mercado consumidor nacional. A Herself, que lançou em 2017 as calcinhas e os biquínis menstruais e este ano os absorventes reutilizáveis, em uma parceria inédita com a rede Panvel, abre, até o fim de dezembro, a primeira unidade da Casa da Menstruação, que será no Centro antigo de São Paulo. A criadora e CEO da Herself, Raíssa Assmann Kist, destaca que a loja busca aproximar as soluções da femtech, empresa focada em tecnologia para atender necessidades femininas, de seu público e ainda na região que hoje mais compra os produtos. O Sudeste representa 50% das vendas, diz Raíssa, citando que até agora o único canal para comercialização é o online. "Temos penetração em todo o Brasil, mas o Sudeste cresce cada vez mais", diz a CEO. A primeira unidade física teve aporte de investidores-anjo, como ex-alunos da Faculdade de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e da Sororité, de mulheres investidoras. O valor para montar a unidade não é revelado, por enquanto. "A Casa da Menstruação abre um diálogo maior sobre o tema e complementar ao e-commerce. As pessoas vão poder pegar o produto, ver a diversidade de tamanhos (hoje são 16), provar e perceber como é fininho e prático", destaca Raíssa.
O desembarque em São Paulo, na Galeria Metrópole, na rua da República, retoma antiga iniciativa da marca. Na pandemia, entre 2020 e 2021, a Casa da Menstruação chegou a ter um piloto em Porto Alegre, lembra Raíssa. A CEO adianta que há planos de expansão da loja, mas a experiência em São Paulo será decisiva. "Vamos avaliar o resultado. Já há interessados no Sudeste mesmo e Nordeste para ter unidades", revela ela. Mais que estar no varejo, a inovação liderada por vem tendo reconhecimento. Ela venceu este ano o reality show da Netflix Ideias à Venda, na categoria moda, e pontua: “A Herself se orgulha em dizer que é um negócio de impacto. São brasileiras que criam inovação para trazer mais liberdade e conforto para outras mulheres durante o período menstrual". A femtech estima que seus produtos já chegaram a mais de 300 mil mulheres. Calcinhas e biquínis têm durabilidade de até três anos.

Ziel, cosmético circular inovador, estreia em ponto físico em Porto Alegre

Depois do quiosque no Iguatemi da Capital, outra loja estreia no Rio

Depois do quiosque no Iguatemi da Capital, outra loja estreia no Rio


/ZI-EL/DIVULGAÇÃO/JC
Marca de cosmético circular que transforma refugo de uva de vinícolas em cosméticos, de xampus, sabonetes a hidratantes, a Ziel ganhou a primeira operação de varejo. Alma em dinamarquês, a Ziel pode ser comprada em quiosque no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre, aberto em novembro. Em meados de dezembro, a marca gaúcha desembarca no Shopping Rio Design Barra, no Rio de Janeiro. Em 2024, estão previstos mais três quiosques próprios em shoppings de São Paulo e Brasília, informa a empresa.
A farmacêutica Ana Koff fundou a empresa de cosméticos em 2021, em Bento Gonçalves. "Beleza circular é pegar o insumo que iria para o lixo e colocar novamente no consumo, dando uma segunda vida. Fazemos cosméticos em barra, naturais, veganos, perfumados com óleos essenciais. Nosso principal ativo vem da circularidade", explica a farmacêutica.
A marca utiliza todos os resíduos possíveis (da uva à maçã) e ganhou mais atenção ao criar a primeira esfera para banho efervescente com cristais naturais da fermentação do vinho. O resíduo que fica depositado nos recipientes das vinícolas, após o processo de vinificação e que seria incinerado, transforma-se no novo produto da marca.
Outro detalhe da Ziel é que há produto em embalagem de plástico. Todos são em formato de barra, do sabonete, que é mais comum, ao xampu e outros itens. A farmacêutica desenvolveu os produtos e depois partiu para a o negócio solo a partir de uma inquietação da infância. "Via montanhas de refugo de casca e sementes de uva da produção da vinícola da nossa família", recorda ela.
Ao cursar a faculdade em Porto Alegre, a jovem percebeu que teria a chance de mudar a destinação dos resíduos que se multiplicam nas áreas de produção da bebida. "O shopping é uma vitrine importantíssima para mostrar os produtos aos consumidores", comenta a fundadora.
Sobre o futuro da marca, Ana antecipa que mais refugo de outras espécies vegetais vão virar produtos. "Vamos lançar 40 novos produtos até maio de 2024. A gente quer chegar ao Brasil todo. Começamos pelo vinho, fomos para a maçã e vem mais material de refugo de vegetais por aí", avisa a empreendedora.