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Leitura

- Publicada em 04 de Dezembro de 2023 às 00:50

Dívidas

DÌVIDA

DÌVIDA


/Amazon/Divulgação/JC
Diferentes são as relações estabelecidas na sociedade de acordo com o dinamismo do mercado. Mercado, por si, já é um tema de complicada definição, requerendo muita diligência para que seja explicado com clareza. As relações, pois, desdobram-se tão complicadas quanto. 
Diferentes são as relações estabelecidas na sociedade de acordo com o dinamismo do mercado. Mercado, por si, já é um tema de complicada definição, requerendo muita diligência para que seja explicado com clareza. As relações, pois, desdobram-se tão complicadas quanto. 
Mas é sobre esse emaranhado de questionamentos em que foram feitas as bases da circulação de capital. Essa história complexa é tão antiga quanto a escrita, a das relações de dependência que surgem com as dívidas. Entretanto, em Dívida: Os primeiros 5 mil anos, o sentido de dívida vai bem além da aparição do dinheiro, e mostra como ela é um instrumento da política - ou ainda, como discorrido por Althusser, um "aparelho de Estado".
No livro, David Graeber, importante acadêmico que partiu em um momento tão crucial da história econômica, em 2020, consegue sintetizar entre economia, antropologia e história com bastante versatilidade. Discorrendo sobre as diferentes relações advindas da dívida, essencialmente o dinamismo da subserviência, Graeber entregou uma obra que é tão branda e simples ao mesmo tempo para o público em geral quanto Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Graber foi professor de antropologia na London School of Economics. Foi reconhecido internacionalmente durante o movimento Occupy Wall Street. É autor de diversos livros, entre os quais Bullshit Jobs, de renome. 
Dívida: Os primeiros 5 mil anos; David Graeber; Zahar; 897 páginas; R$ 149,90; Disponível em versão digital.
 

Desigualdade

O capital do Piketty

O capital do Piketty


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Quem já foi interessado sobre o assunto sabe de onde parte a desigualdade social (ou se tem ideia, pelo menos). No século XXI, o tão recente século XXI, as dinâmicas do capital mudaram, e os saltos de inovação não são mais páreos para explicar de onde vem a discrepância na desigualdade. Thomas Piketty parece ter percebido um padrão após 15 anos de pesquisa contínua, respondendo ao público que aceleração é essa, de tempos, para o autor, aparentemente estagnados tecnologicamente. Na obra, que rendeu elogios de alguns vencedores do Nobel, o economista francês parte de dados que vão desde o século XVIII - quando foi possível fazer um esboço do começo da Revolução Industrial - até os tempos contemporâneos. Foi assim que Piketty percebeu que acumular riquezas significa uma função entre a taxa de remuneração do capital e o crescimento econômico. Daí, com a riqueza a crescer mais que o surgimento de novos empreendimentos, ao invés de diminuir a desigualdade social, há um aumento. Isso porque o mundo estaria enfrentando poucas inovações, estagnação populacional (mão de obra), dentre outros fatores que freiam o progresso. 
Um livro bom, elegante e atual. Thomas Piketty foi projetado internacionalmente com o lançamento de O Capital no Século XXI. Começou um nome na economia aos 18 anos, tendo conquistado um doutorado aos 22. Recusou receber a Legião de Honra do governo francês.
O capital no século XXI; Thomas Piketty; Intrínseca; 672 páginas; R$ 69,90; Disponível em versão digital
 

Geopolítica

Filho do Hamas

Filho do Hamas


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A guerra nunca muda. Há poucos meses, o mundo viu eclodir no Oriente Médio o inesperado ataque do Hamas contra Israel. Diversas questões foram novamente levantadas, como a legitimidade do território palestino, crimes de guerra e toda uma contextualização histórica do problema. Esse evento gigante, entretanto, é distante da realidade de muitos, e vez ou outra se sabe o que realmente acontece no conflito. 
Filho do Hamas: Um relato impressionante sobre terrorismo, traição, intrigas políticas e escolhas impensáveis é mais um relato inconclusivo acerca do conflito, mas igualmente interessante. Nele, o jornalista Ron Brackin trabalhou páginas e páginas com Mossab Hassan Youssef, filho de um dos líderes fundadores do Hamas. Youssef relata o contexto em que cresceu, do ponto de vista de alguém que, tempos depois, converteu-se ao cristianismo e foi totalmente contra os ideais do Hamas. Recentemente, esteve em São Paulo como palestrante, discorrendo sobre a questão palestina. 
Ron Brackin é jornalista investigativo. Fundou seu trabalho através de idas e vindas ao Oriente Médio, tendo participado da Intifada Al-Aqsa, nos anos 2000, sendo a primeira Intifada após a criação da Autoridade Palestina. Mossab Hassan Youssef nasceu na Cisjordânia em 1978. Procurou asilo político nos Estados Unidos em 2007, após sua conversão ao cristianismo.
Filho do Hamas: Um relato impressionante sobre terrorismo, traição, intrigas políticas e escolhas impensáveis; Ron Brackin; Sextante; 288 páginas; R$ 59,90; Disponível em versão digital