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Responsabilidade Social

- Publicada em 13 de Novembro de 2022 às 11:03

Instituto CrêSer promove espaço de estudo e trabalho à pessoas com deficiência intelectual

Há 25 anos, o projeto inclusivo gera oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional

Há 25 anos, o projeto inclusivo gera oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional


/Instituto CrêSer/Reprodução/JC
A partir da motivação de um grupo de mães, preocupadas com o futuro dos filhos, surgiu em 1997 o que hoje é o Instituto CrêSer, em Porto Alegre. O espaço, que atende jovens e adultos com deficiência intelectual, maiores de 21 anos, tem a proposta de oportunizar um ambiente inclusivo de estudo e geração de renda.

A partir da motivação de um grupo de mães, preocupadas com o futuro dos filhos, surgiu em 1997 o que hoje é o Instituto CrêSer, em Porto Alegre. O espaço, que atende jovens e adultos com deficiência intelectual, maiores de 21 anos, tem a proposta de oportunizar um ambiente inclusivo de estudo e geração de renda.

À primeira vista, a grafia de CrêSer pode soar estranha, porque diferente do que parece, o nome não tem relação com a palavra crescimento. Na verdade, significa a junção de "crer" e "ser''. Ou seja, acreditar em si. Nasceu como uma cooperativa, com o propósito inicial de formar um espaço de oportunidade profissional aos adultos com deficiência. Mas em 2019, passou a ser um Instituto, para unir o trabalho com a educação e assim facilitar parcerias e favorecer aspectos jurídicos. 

A inserção de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho ainda é um desafio no Estado. De acordo com o coordenador pedagógico e professor do CrêSer há 20 anos, Hilário Bichels, o intuito principal do projeto é proporcionar um espaço inclusivo para adultos com deficiência, visto que as escolas municipais da capital possuem um limite de idade para prestar o acompanhamento necessário:

"O Instituto CrêSer é extremamente importante porque, no município de Porto Alegre, é o único espaço que existe com essas características, que alia a questão da educação com trabalho. As outras opções que existem, são geralmente para crianças e adolescentes", diz.

Além dos professores, disponibilizados pela prefeitura de Porto Alegre, quem dá vida ao Instituto são os pais de parte dos cerca de 35 alunos, que compõem a administração do local e participam ativamente na batalha por mais investimento e visibilidade em ações inclusivas.

"A cooperativa foi fundada por um grupo de pais preocupados com o que seus filhos, deficientes intelectuais, fariam depois de adultos. Nisso pensaram em um espaço de trabalho, uma cooperativa onde pudessem exercer uma profissão", explica o coordenador. 

 

Atividades mesclam arte, sustentabilidade e geração de renda

Há 25 anos, espaço busca oportunizar um ambiente inclusivo

Há 25 anos, espaço busca oportunizar um ambiente inclusivo


/INSTITUTO CRÊSCER/REPRODUÇÃO/JC
Durante a manhã, é quando as aulas teóricas acontecem, já que o Instituto oferece a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). No período da tarde, o formato tradicional de sala de aula se transforma para os três diferentes tipos de oficinas ofertadas: padaria, cartonagem e horta. Dessas atividades, saem produtos como cadernetas e agendas, pães e bolachas, e vários tipos de legumes e verduras. Nesse ambiente colaborativo e auto sustentável, tudo aquilo que é produzido, é comercializado e o valor arrecadado é distribuído entre os integrantes.
Na produção, a sustentabilidade também é estimulada, já que os produtos da cartonagem são feitos de papel reciclado com a utilização de ervas, folhas e cascas vindas da oficina de horta orgânica. Em união com as aulas e oficinas, que acontecem de segunda a sexta-feira, os estudantes também desenvolvem o contato com o universo artístico, através de fotografia, uso de instrumentos musicais e apresentações culturais.
No ano em que o instituto completa 25 anos, o desejo é conseguir aumentar a demanda e o espaço, para poder atender um maior número de pessoas. "Entre os adultos com deficiência, têm alguns poucos que conseguem trabalhar, entrar no mercado de trabalho, mas a maior parte deles precisa de um acompanhamento um pouco mais especializado", ressalta o professor Hilário.