A partir da motivação de um grupo de mães, preocupadas com o futuro dos filhos, surgiu em 1997 o que hoje é o Instituto CrêSer, em Porto Alegre. O espaço, que atende jovens e adultos com deficiência intelectual, maiores de 21 anos, tem a proposta de oportunizar um ambiente inclusivo de estudo e geração de renda.
À primeira vista, a grafia de CrêSer pode soar estranha, porque diferente do que parece, o nome não tem relação com a palavra crescimento. Na verdade, significa a junção de "crer" e "ser''. Ou seja, acreditar em si. Nasceu como uma cooperativa, com o propósito inicial de formar um espaço de oportunidade profissional aos adultos com deficiência. Mas em 2019, passou a ser um Instituto, para unir o trabalho com a educação e assim facilitar parcerias e favorecer aspectos jurídicos.
A inserção de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho ainda é um desafio no Estado. De acordo com o coordenador pedagógico e professor do CrêSer há 20 anos, Hilário Bichels, o intuito principal do projeto é proporcionar um espaço inclusivo para adultos com deficiência, visto que as escolas municipais da capital possuem um limite de idade para prestar o acompanhamento necessário:
"O Instituto CrêSer é extremamente importante porque, no município de Porto Alegre, é o único espaço que existe com essas características, que alia a questão da educação com trabalho. As outras opções que existem, são geralmente para crianças e adolescentes", diz.
Além dos professores, disponibilizados pela prefeitura de Porto Alegre, quem dá vida ao Instituto são os pais de parte dos cerca de 35 alunos, que compõem a administração do local e participam ativamente na batalha por mais investimento e visibilidade em ações inclusivas.
"A cooperativa foi fundada por um grupo de pais preocupados com o que seus filhos, deficientes intelectuais, fariam depois de adultos. Nisso pensaram em um espaço de trabalho, uma cooperativa onde pudessem exercer uma profissão", explica o coordenador.
Atividades mesclam arte, sustentabilidade e geração de renda
Há 25 anos, espaço busca oportunizar um ambiente inclusivo
/INSTITUTO CRÊSCER/REPRODUÇÃO/JC