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Responsabilidade Social

- Publicada em 26 de Junho de 2022 às 20:37

Projeto busca reaproximar pais e filhos

Oliveira (d) foi orientador nas oficinas na Restinga e disse que a experiência foi transformadora

Oliveira (d) foi orientador nas oficinas na Restinga e disse que a experiência foi transformadora


Rochelle Thomaz/Divulgação/JC
Reaproximar pais e filhos e orientar sobre o uso adequado das tecnologias por crianças e adolescentes. Esse é o objetivo do projeto Reconecte, iniciativa promovida pelo governo federal por meio do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos com pais ou responsáveis e seus filhos entre 9 e 14 anos.
Reaproximar pais e filhos e orientar sobre o uso adequado das tecnologias por crianças e adolescentes. Esse é o objetivo do projeto Reconecte, iniciativa promovida pelo governo federal por meio do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos com pais ou responsáveis e seus filhos entre 9 e 14 anos.
Nas oficinas, aplicadas pelo Instituto Besouro de Fomento Social e Pesquisa em comunidades periféricas, são promovidas atividades sem o uso de aparelhos eletrônicos, ofertando às famílias acesso mais amplo ao conhecimento sobre a relação familiar e a tecnologia.
No Rio Grande do Sul, o Instituto Besouro já realizou 30 oficinas Reconecte em Porto Alegre, Gravataí, Taquara e São Leopoldo. As ações ocorreram na Capital, em comunidades indígenas na Lomba do Pinheiro, e no bairro Restinga.
Em Porto Alegre, famílias da Restinga acompanharam em maio as atividades, realizadas ao longo do mês, uma vez por semana, com duração de 1h cada. Nos encontros, os participantes receberam material pedagógico com os quais pais e filhos interagiram em duplas. Durante as dinâmicas orientadas pelos aplicadores da Besouro, não houve uso de nenhuma tecnologia.
"Nessa realidade, conseguimos perceber como existem coisas que podemos fazer fora o uso dos eletrônicos", conta Marcos Vinicius Madeira Oliveira, facilitador na Besouro e um dos aplicadores das oficinas na Restinga. Segundo Oliveira, a experiência permite resgatar essa relação que existia entre pais e filhos e que hoje é substituída sem querer pelo tempo gasto com outras atividades. "É muito transformador também e uma gratidão poder participar desse projeto", afirma.
Ellen Rodino Rodrigues, de Gravataí, participou com os filhos Arthur, 9 anos, e Maria Luiza, 10 anos, das oficinas na cidade. Ela diz que o projeto permitiu revisar algumas combinações: durante as refeições, por exemplo, não há o uso de eletrônicos, e nos fins de semana há sempre um momento reservado para a família, como assistir a um filme ou um passeio. "Muitas famílias estão se separando por causa das redes sociais, pois se torna um refúgio sentimental. Façam coisas juntos, não troquem seu filho, esposa, familiares pela tecnologia, vão visitar quem vocês amam pois o tempo passa tão rápido e quando você olhar para trás, não terá mais tempo de resgatar momentos tão únicos em sua família", aconselha.
A participação no Reconecte também ajudou Susimara Cardoso Alves, de Taquara, a reajustar o uso da internet feito pela sua filha Samara, de 12 anos. "Acabamos nos afastando quando a tecnologia ocupa mais parte da nossa atenção diária. Minha filha, após o curso, tem horário para uso da internet, o que antes era sem regras e tinha se agravado com a pandemia e as aulas online", diz. Susimara também passou a priorizar os momentos em família e as atividades ao ar livre. "Não percebemos o quanto somos reféns da tecnologia até passarmos por esse processo de auto-olhar, de autoconhecimento, de autojulgamento. Estamos perdendo nossos filhos para a internet. Se desconecte e reconecte-se com sua família. Vocês serão com certeza mais unidos e mais felizes", afirma.
Vinicius Mendes Lima, CEO da Besouro, explica que a principal mensagem passada nas oficinas é a conexão com a família e o uso consciente das telas. "O uso de celular e aparelhos ligados à internet como um todo tem afastado as pessoas dos vínculos familiares", diz, em sintonia com a percepção de mães que participaram do projeto.
Até outubro, na Capital, ocorrerão oficinas nos bairros Partenon, Morro Santana, Cidade Baixa e Cristal, e em Gravataí, Esteio e Canoas.
 

Oficinas alertam sobre os riscos do uso inadequado das tecnologias

Nas oficinas do Projeto Reconecte, os aplicadores do Instituto Besouro orientam os pais sobre como lidar com as tecnologias no ambiente familiar. O CEO da Besouro, Vinicius Mendes Lima, lembra que é preciso fazer uma utilização consciente dos aparelhos e ficar atento ao tempo de exposição e uso de telas, jogos, filmes, desenhos etc.
Ao utilizar a internet, é importante identificar se seu uso está trazendo benefícios ou se pode estar prejudicando a saúde física e mental, assim como se está mais para aproximar ou afastar os familiares.
Lima sugere que sejam feitas combinações entre os familiares como o tempo de uso diário e a finalidade do uso: quais os momentos e quantas horas para assistir a desenhos, séries, filmes, jogar etc.
Outra dica importante é verificar e seguir a classificação indicativa de cada atividade, sem deixar de acompanhar o que realmente acontece naquele jogo, canal de vídeos, redes sociais e etc que o filho está assistindo. A classificação indicativa jamais deve substituir a observação dos pais e responsáveis pelas crianças e jovens.
Ele propõe que as famílias façam pelo menos uma refeição em família sem o uso de qualquer eletrônico. "E buscar fazer que esse período seja bacana, sem brigas ou cobranças, que seja momento para conversar e assim saberem se estão bem", orienta Lima.