A partir dali, os amigos começaram a se reunir para fazer degustação de rótulos importados. Assim, a atividade despretensiosa foi ganhando força até se tornar realidade. "O trabalho com cerveja artesanal em barril ainda não estava sendo muito explorado no mercado. Às vezes íamos nos locais e o chope vinha estragado ou então não tinha o produto. Então, surgiu a ideia de termos nosso próprio bar", lembra Adolfo.
No início, Adolfo e Pedro mantinham outros empregos em paralelo ao estabelecimento. Enquanto o primeiro era proprietário de uma loja de confecções, o outro era dono de uma empresa de informática. Pouco tempo depois de montarem o Bier Markt, o negócio foi evoluindo e ambos tiveram de largar seus empregos para dedicar atenção exclusiva ao bar.
Em 2012, foi a aberta uma filial. "De tanto movimento que tinha, abrimos uma segunda casa", lembra Pedro. Atualmente, são servidos cerca de 10 mil litros de cerveja por mês nos dois locais. Na carta de cervejas, há em torno de 250 rótulos diferentes, oriundos de 11 países.
Além das marcas de nações tradicionais na fabricação da bebida, como Alemanha, Bélgica, República Tcheca e Estados Unidos, também são disponibilizadas marcas de cervejarias nacionais. Os sócios ainda participam de eventos de degustação e procuram se informar sobre novos fabricantes para manter o menu atualizado. Ainda que haja o comércio da bebida na garrafa, a preferência do público é o chope. De acompanhamento, são oferecidos pratos típicos da culinária alemã e gaúcha. Pedro destaca que o diferencial do Bier Markt está no sistema de extração direta do chope, algo muito comum nos Estados Unidos. Assim, a bebida passa direto do barril refrigerado para a mangueira e, de lá, ao copo.
Na casa localizada no bairro Rio Branco são 15 torneiras de chope, enquanto no estabelecimento situado no Moinhos de Vento estão instaladas 38 torneiras. "Seis anos atrás, jamais imaginaríamos ter essa quantidade de torneiras de chope. Mas conforme passava o tempo, percebemos que a quantidade de torneiras tinha de ir aumentando", conta Adolfo.
Como há cada vez mais pessoas conhecendo as cervejas artesanais, o público consumidor só cresce. Adolfo lembra que o gasto médio das pessoas vem aumentando, ao longo dos anos. "Quando abrimos a casa, o tíquete médio era de R$ 35,00. Hoje, está em torno de R$ 70,00", compara. Nesse sentido, o empresário destaca que o consumidor das cervejas artesanais é mais inclinado a experimentar novos rótulos e, consequentemente, investir mais na bebida.
No momento, os sócios do Bier Markt Adolfo Bandeira e Pedro Braga descartam a criação de uma terceira casa. Mesmo assim, a empresa tem planos de expansão para o futuro. Uma das alternativas é a criação de franquias.
"Temos a ideia de fazer um projeto de franquias, mas não nesse momento. Até já recebemos sondagens nesse sentido. Queremos fazer um plano de negócios com uma empresa que entenda do assunto, pois o nosso medo é queimar a marca ao fazer algo equivocado", explica Pedro.
Também não está descartada a criação de uma cerveja com a marca Bier Markt. "Já fizemos cerveja entre amigos, nada para vender. Existe essa ideia (de criar uma cerveja própria), mas preferíamos ter uma fábrica própria e não sublocar uma fábrica. Quem sabe, no futuro, fazemos isso?", projeta Pedro, sem arriscar prazos para que os planos saiam do papel.