Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 17 de Novembro de 2014 às 00:00

Relojoaria Européia mantém venda de óculos e joias na Azenha


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Na miscelânea de lojas e histórias na movimentada avenida Azenha, uma delas se destina a vender miudezas há 57 anos. Pingentes, alianças, correntes, pulseiras, lentes e relógios para todos os gostos e bolsos são apenas uma amostra do mix da Relojoaria Européia. Administrado pela terceira geração da família Almaleh, de origem israelita, o estabelecimento sobrevive em meio à concorrência, apostando na conservação da clientela fiel e na honestidade em comercializar artigos de ouro, prata e pedras preciosas. 
Na miscelânea de lojas e histórias na movimentada avenida Azenha, uma delas se destina a vender miudezas há 57 anos. Pingentes, alianças, correntes, pulseiras, lentes e relógios para todos os gostos e bolsos são apenas uma amostra do mix da Relojoaria Européia. Administrado pela terceira geração da família Almaleh, de origem israelita, o estabelecimento sobrevive em meio à concorrência, apostando na conservação da clientela fiel e na honestidade em comercializar artigos de ouro, prata e pedras preciosas. 
A Relojoaria Européia tem suas raízes na Rua da Praia, onde o imigrante Rahamim Almaleh, já falecido, abriu sua primeira venda em Porto Alegre, para comercializar e consertar relógios. Vinte e dois anos depois, seu filho Moisés, conhecido como Chico, trocou o negócio de ponto, abriu a loja na Azenha e apostou no sustento com base na experiência na loja do pai. “Naquela época, a Azenha era um centro comercial muito cobiçado, e o bonde passava aqui na frente”, lembra Chico.
Ele conta que o segredo para o negócio dar certo era comprar óculos, joias e relógios de fornecedores de confiança com o menor custo de fábrica, para revender a preços justos. A palavra valia como garantia dos produtos. Como é até hoje, a tradição mantinha a freguesia fiel e, para saber se os artigos vendidos eram de ouro de verdade, era preciso conhecer e estudar os produtos da loja.    
Com o tempo, os relógios deixaram de ser à corda e não funcionam mais conforme o movimento do pulso. Aos 80 anos, Chico só frequenta o local de visita. Quem toma conta do negócio hoje é a filha, Denise, e o genro, Clabemir Melo. Na compra de joias, o que vale para promover as vendas ainda são a tradição e a confiança. “Está cheio de comerciantes por aí dizendo que seus artigos são de ouro ou prata, quando na verdade não são”, alerta Denise.
Acompanhar os modismos e adaptar-se à variedade de produtos ofertados pelos fornecedores também foi uma estratégia adotada pela família Almaleh para manter viva a Relojoaria Européia. “Tinha uma época em que só se usava relógios coloridos”, lembra Denise. Se antes o pagamento parcelado era por meio de um crediário cujas faturas eram pagas na própria loja, com o dinheiro contado, hoje o cartão de crédito facilita as compras.
Denise acredita que é mais difícil manter o negócio hoje do que na época da administração do pai, em função da falta de segurança para andar nas ruas com joias, relógios e óculos que  chamam atenção. No entanto, apesar de menos gente comprar joias para usar no dia a dia, o artigo se tornou ainda mais especial para os clientes, e surgiu um novo mercado para os lojistas: o crescimento da venda de brincos, anéis e pulseiras de prata, comercializados em maior volume do que os de ouro.
Além da violência urbana, outra dificuldade que a comerciante enfrenta é encontrar vendedores qualificados para trabalhar na loja. Uma das apostas da Relojoaria Européia é o atendimento de qualidade. Denise conta que, para aprender a vender produtos de ótica e relojoaria, precisou fazer cursos para entender sobre tipos de lentes e armações, por exemplo. A experiência em vendas, ao lado do pai, também a ensinou a reconhecer se um artigo é de ouro verdadeiro e a passar essa informação para os clientes.

Conhecimento técnico no atendimento

Na Relojoaria Européia, a proprietária Denise Almaleh Melo tem dificuldade em encontrar pessoas dispostas a aprender como vender um produto que exige conhecimento. “Demoro, no mínimo, três meses para ensinar meus funcionários o básico sobre nossas peças”, explica. Cada pedra e modelo de anel tem um nome: é chuveirinho, solitário, meia-aliança. “Ela aprendeu comigo”, sussurra o pai, Moisés Almaleh.
Antigamente, se o cliente nunca tinha ouvido falar das minúncias, só restava acreditar no vendedor e confiar que ele falava a verdade. Hoje, o freguês pesquisa na internet ou em seu smartphone sobre o que deseja antes de comprar. “Aí vem o perigo. O cliente nunca pode saber mais do que o vendedor”, garante Denise. A tecnologia de lentes e armações também deu um salto em pouco tempo, o que motiva os lojistas a se especializarem.
Além de vender artigos, a Relojoaria Européia também oferece serviços de reformas de joias e consertos de relógios. “Vários clientes com a idade do pai chegam, só confiam no nosso trabalho para reformar suas joias. Todos entram aqui e perguntam por ele”, conta Denise. Ela sabe que sua loja não tem como competir com os shoppings, por isso aposta em manter o preço baixo e o antigo ponto na Azenha para preservar a freguesia batendo em sua porta.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO