Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 08 de Setembro de 2014 às 00:00

Herança alemã e arte marcam os doces da confeitaria Max


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
O casamento de uma atriz e bailarina porto-alegrense com um mestre confeiteiro alemão só poderia dar no que deu: em doces artesanais que parecem obras de arte. Na confeitaria Max, a delicadeza das receitas de bombons, trufas, bolos, biscoitos, cucas e tortas é a mesma há 57 anos. Nenhum dos produtos conta com conservantes químicos, e pompa não falta no chá da tarde com biscoitos amanteigados nas mesinhas de madeira. Quem acompanha tudo isso de perto diariamente, sentada atrás do balcão do caixa, é Eleonora Eberhart, de 87 anos.
O casamento de uma atriz e bailarina porto-alegrense com um mestre confeiteiro alemão só poderia dar no que deu: em doces artesanais que parecem obras de arte. Na confeitaria Max, a delicadeza das receitas de bombons, trufas, bolos, biscoitos, cucas e tortas é a mesma há 57 anos. Nenhum dos produtos conta com conservantes químicos, e pompa não falta no chá da tarde com biscoitos amanteigados nas mesinhas de madeira. Quem acompanha tudo isso de perto diariamente, sentada atrás do balcão do caixa, é Eleonora Eberhart, de 87 anos.
Atriz e diretora de grupos amadores de teatro, bailarina e filha de um pintor, ela abandonou os palcos para contribuir com o sonho do marido: seguir a carreira de confeiteiro que tinha ficado abandonada em suas desilusões na Alemanha. “Casei, gostava dele e ele tinha ciúmes que eu atuasse”, simplifica Eleonora. Ao chegar ao Brasil, fugido da Europa destruída ao fim da Segunda Guerra, Max Eberhart, já falecido, encontrou o amor de sua vida e, por sugestão da sogra, abriu uma confeitaria para sobreviver. Os dotes ele já tinha, pois trouxe os conhecimentos de mestre confeiteiro da Alemanha.
Eberhart e Eleonora alugaram uma sala no prédio onde hoje fica uma das lojas da Max, na rua Coronel Bordini. Ele, que só falava alemão, precisava da ajuda da esposa para atender os primeiros clientes. Em uma única batedeira, que trouxe da Alemanha, Eberhart fazia as massas de cuca, tortas e biscoitos. “Convidamos alguns conhecidos para a inauguração da confeitaria. Quando terminou a festa, eu disse: ‘Max, graças a Deus amanhã vamos poder comer carne’”, diverte-se Eleonora. Com um empréstimo, o casal conseguiu adquirir uma batedeira maior por 50 mil réis, e assim o negócio foi seguindo.
Mas o sonho de Eberhart sempre foi ter uma fábrica de chocolates. “No fundo, o Max era também um engenheiro. Importou as máquinas de chocolate da Alemanha e montou uma por uma sozinho”, relata a esposa. O sucesso dos chocolates finos artesanais foi tanto que fez com que a família abrisse, em 1980, a Confecção de Bombons Max, que passou a funcionar na rua Carlos Von Koseritz, onde também fica a segunda loja. Vendidos por peso, os chocolates são comercializados para estabelecimentos do Interior do Estado e para Santa Catarina.
Quando abriram a Max, a primeira filha, Carmen, já estava a caminho. Ela passou a infância ao redor da saia de Eleonora na confeitaria, comendo o recheio dos bolos sem a mãe nem os clientes perceberem. Hoje, Carmen administra a fábrica de chocolates e a doçaria ao lado do irmão Frederico, da cunhada Luciana, do filho Marco, do marido Marcus e da mãe, Eleonora, todos da família Eberhart.  
Muitas das máquinas utilizadas na confecção dos chocolates são as mesmas de 50 anos atrás. “O biscoito de canela também tem um rolo especial que é importado da Alemanha”, detalha Carmen. São 23 funcionários, divididos entre a fábrica e as duas lojas, e o mestre confeiteiro lidera a produção que aprendeu com o alemão Eberhart.
Quanto à clientela, Carmen percebe que a maior parte é composta por mulheres. “Ainda são elas que compram o bolinho do fim de semana e o lanche do colégio. Os homens compram para eles mesmos ou então vêm com a listinha que a mulher mandou”, considera. Eleonora conta que, quando tudo começou, já era assim. “Era muito raro eles entrarem aqui. Parecia que doce não era coisa de homem”, brinca.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO