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comportamento

- Publicada em 24 de Junho de 2013 às 00:00

Desenvolvimento pessoal ajuda a estimular carreira


AGÊNCIA CHOICE/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A máxima de que os problemas devem ficar na porta da empresa já não se aplica mais. Cresce, a cada dia, o número de pessoas que tem associado a vida pessoal com a profissional, tornando-as uma única coisa. A exigência, aliás, parte dos próprios empregadores: com a competição e o aumento da qualificação, questões emocionais estão fazendo a diferença na hora de contratar. O mundo corporativo tem percebido que não basta apenas o conhecimento técnico para formar um profissional de excelência, mas o controle emocional também faz parte das ferramentas de quem quer ter um desempenho de ponta no mercado. E é aí que ganham espaço os cursos de desenvolvimento e liderança no Rio Grande do Sul, que se utilizam de elementos da programação neurolinguística (PNL) em treinamentos vivenciais.
A máxima de que os problemas devem ficar na porta da empresa já não se aplica mais. Cresce, a cada dia, o número de pessoas que tem associado a vida pessoal com a profissional, tornando-as uma única coisa. A exigência, aliás, parte dos próprios empregadores: com a competição e o aumento da qualificação, questões emocionais estão fazendo a diferença na hora de contratar. O mundo corporativo tem percebido que não basta apenas o conhecimento técnico para formar um profissional de excelência, mas o controle emocional também faz parte das ferramentas de quem quer ter um desempenho de ponta no mercado. E é aí que ganham espaço os cursos de desenvolvimento e liderança no Rio Grande do Sul, que se utilizam de elementos da programação neurolinguística (PNL) em treinamentos vivenciais.
O Grupo Randon é uma das empresas que têm apostado nessas ferramentas para capacitar gestores e funcionários. “A liderança não é algo que se aprende só com habilidades técnicas, mas também na forma do comportamento e do conhecimento. Se a pessoa desenvolve só o lado técnico, ela fica muito limitada”, acredita o presidente do grupo, Alexandre Randon.
Conforme Randon, muitos colaboradores são selecionados e contratados por quesitos de ordem técnica, e a maioria é dispensada por problemas comportamentais. “As pessoas acabam não se colocando no contexto da empresa, não estão motivadas. Os treinamentos que mexem com a emoção deveriam ter mais peso na composição que as empresas usam para fazer a seleção das ferramentas de desenvolvimento de pessoal”, ressalta.
O especialista em sistema de gestão da qualidade e head trainer no Instituto Nacional de Excelência Humana (Inexh), Jarilson Zanetti, que promove o treinamento DL, também avalia que a forma como o indivíduo se comporta dentro da empresa é o que motiva a maior parte das demissões. “O quociente de inteligência é o que coloca uma pessoa no emprego. O quociente da adversidade dá a ferramenta para superar obstáculos e resolver os problemas. Mas é o quociente emocional, que muitas empresas encontravam dificuldade de desenvolver, o determinante para o afastamento de um profissional”, resume.
Na visão de Alexandre Cury, presidente e head trainer da Humanize Excelência em Desenvolvimento, que promove o treinamento Momenttum, com o mercado de trabalho cada vez mais acirrado, o desenvolvimento de competências emocionais pode fazer a diferença na vida do profissional. “Independentemente do conteúdo da pessoa e da área de atuação dela, o treinamento busca com que o indivíduo se entenda melhor, seus aspectos afetivos e a função biológica das emoções. O que a gente faz é provocar pensamentos diferentes da vida da própria pessoa. E isso também reflete na área profissional”, ressalta.
Para Léo Berlese, coordenador e head trainer do Conexão Alpha no Rio Grande do Sul, que realiza o treinamento Conexão Alpha, a programação neurolinguística é uma ferramenta fundamental no uso corporativo, no sentido do auto-entendimento e para que as relações de fatos ocorridos no passado não atrapalhem o presente. Cada vez mais, as empresas estão conhecendo esse treinamento e vendo como é importante a pessoa se conhecer melhor e entender o processo. “A PNL estuda como absorvemos as informações do mundo, como armazenamos essas informações e como elas fazem a relação com informações do passado. Isso pode melhorar a proatividade e o estabelecimento de metas. As empresas que têm tido um contato com isso estão dando uma importância maior para o assunto”, revela.
Especialistas em carreira também aprovam o uso deste tipo de treinamento pelas empresas para a capacitação profissional e pessoal. A consultora de recursos humanos da Kienbaum, Carla Dal Ponte, vê como válida qualquer iniciativa que possa dar suporte técnico e emocional aos colaboradores. No entanto, alerta que nem todos podem ter o mesmo resultado ao sair do treinamento. “Aquilo que o indivíduo vai usar para a carreira e o desenvolvimento profissional e pessoal é aquilo que traz um significado. Duas pessoas podem fazer o mesmo treinamento, e para uma pode ser uma ferramenta, algo que sempre procurou para a carreira. Para a outra pode não servir. Isso vai muito do indivíduo, daquilo que cada um está disposto, do que quer aproveitar”, afirma.
De acordo com a psicóloga Michelle Pajak, que atua como head trainer do Inexh, é feita uma conversa com o treinando antes do mesmo entrar no salão. “A gente faz questão de falar com as pessoas de forma individual. Faz parte do nosso procedimento informar que elas vão passar por medo, raiva, alegria e tristeza, que é um treinamento intenso, para que a pessoa venha preparada”, informa.

Estímulo ao empreendedorismo

Antes de decidir pelo treinamento de Desenvolvimento e Liderança, Cleiver Ferraz ainda temia pelo futuro para fazer a ampliação da pizzaria que administra junto com o pai, em Canoas. Em 2010, abriram a Dolce Duda, que atendia apenas por delivery na garagem de casa. “Em 2012, achamos que deveríamos ampliar o negócio. Do jeito que estava, não tinha futuro e estrutura para crescer, mas começou a bater o medo. Fizemos pesquisa de mercado, Canoas é uma região que tem bastante pizzaria. Isso se arrastou por quase todo o ano”, lembra.
Em setembro, passou um final de semana aprendendo a lidar com emoções, ganhou segurança e eliminou crenças que limitavam a ideia de expandir os negócios. “Ali caíram as minhas fichas e decidi que a ideia iria para frente, pois adquiri ferramentas para acreditar no projeto, acertando coisas que precisavam ser corrigidas e, em novembro, abri a nova pizzaria, com 120 metros quadrados e 20 mesas. Ampliei de dois para 10 funcionários. E o treinamento me proporcionou enxergar que éramos capazes de ampliar os negócios.”
A motivação também estimulou Sheila Lopes, que já atuava como booker em agências de modelos, a abrir o próprio negócio. Pouco mais de um mês no mercado, a Agência Choice, fundada por ela e o marido, Rubem Linn, já superou as expectativas na aceitação dos clientes e na captação de talentos para os trabalhos exercidos pela empresa. “Acreditamos que grande parte do nosso sucesso é o resultado positivo de uma comunicação assertiva, da agilidade no atendimento e de uma postura flexível para atender às demandas de casting dos nossos clientes”, ressalta.
O impulso veio após fazer o treinamento. Com a mudança na forma de pensar, alavancou ainda mais a chegada ao plano de ter a própria agência. “Não tive dúvidas de que o meu sonho era ter meu negócio próprio, minha agência. A cada sessão de Coaching eu tinha mais certeza que chegaria lá, pois tudo estava conectado, bastava acreditar que eu era quem estava fazendo as coisas acontecerem. E foi o que eu fiz”, relata Sheila.
Para Zanetti, os treinamentos ajudam as pessoas a pensar de forma sistêmica, planejada e objetiva a realização dos sonhos profissionais e pessoais. “Muitas pessoas têm crenças instaladas que não são possibilitadoras. O treinamento mostra para o indivíduo que ele é sim capaz de buscar os objetivos dele, desde que ele tenha uma estratégia e encontre um método para isso. As pessoas saem dali acreditando no potencial delas, reconhecendo que elas são capazes.”
O uso na educação
O uso da Programação Neurolinguística também é indicado pelos especialistas para crianças e adolescentes em fase de aprendizado. Os institutos trabalham com treinamentos específicos para esse tipo de público. Segundo a psicóloga Michelle Pajak, os pais e educadores que utilizam as ferramentas de PNL auxiliam as crianças na formação das crenças. “Até os sete anos de idade, está se formando a maneira de pensar e de se comportar. Às vezes acabamos criando uma crença limitadora no sistema das crianças sem querer”, afirma. Já Cury acredita que a formação passa pelas vivências durante esta fase da vida. “Não são os fatos que a criança vai viver que vão ditar seus valores, mas o significado que ela vai dar a isso. A gente vê casos de pessoas que são excelentes profissionais porque viram os pais passarem necessidades. Aquela revolta, vontade de crescer, ajudaram a se transformar nos profissionais que são hoje”, salienta.
O Instituto Nacional de Aprimoramento Técnico, Humanístico e Social (Inathus) criou o Programa de Aperfeiçoamento Educacional Infantojuvenil (Paei), um treinamento com foco em educação, para pais e professores que desejam obter ferramentas que os ajudem a melhorar a comunicação com crianças e jovens. “O programa trabalha competências didáticas e também emocionais de pais e professores que desejam melhorar a comunicação com crianças e jovens. Ferramentas de conversação e diferentes estratégias de abordagem didático-pedagógicas são apresentadas aos treinandos para lidar com diferentes situações, seja em sala de aula ou na educação familiar”, diz Fernando Antunes, facilitador do Inathus.
Conforme Antunes, educadores que fizeram o Paei relatam ter adquirido uma melhor compreensão do funcionamento da mente das crianças, o que ajuda na hora de elaborar as estratégias que vão utilizar em sala de aula. “O resultado são professores mais preparados para explorar as potencialidades de suas turmas e alunos mais concentrados e empenhados nos conteúdos. No âmbito familiar, há uma significativa melhora nos relacionamentos entre pais e filhos, que substituem os momentos de estresse e tensão em situações de impasse por momentos de conversa e negociação”, completa.
Na avaliação de Berlese, as escolas brasileiras deveriam trabalhar com a programação neurolinguística desde o início da formação escolar. “Em vários países já se trabalha com a PNL em séries iniciais. Tivemos casos de adolescentes entre 13 e 15 anos que fizeram cursos de formação em PNL. Adolescentes podem aprender essas ferramentas e ter benefícios na área de aprendizagem de maneira mais rápida e fácil”, observa.
O que é a PNL
Nos anos 1970, Richard Bandler, estudioso da ciência da computação, se uniu ao linguista Jonn Grinder para estudar modelos de comportamentos e entender a estrutura da experiência subjetiva do ser humano, dando forma ao conceito de programação neurolinguística. Estudaram padrões do comportamento humano para criar modelos e técnicas com o objetivo de saber as razões porque algumas pessoas se destacavam das demais e obtiveram sucesso nos trabalhos e nas teorias desenvolvidas. Foram estudados os casos da terapeuta familiar Virginia Satir, do médico psiquiatra e hipnoterapeuta Milton Erickson, do antropólogo e especialista em cibernética Gregory Bateson e do criador da escola terapêutica conhecida como Gestalt, Fritz Perls, que obtiveram resultados considerados extraordinários com os seus pacientes.

Objetivos pessoais devem estar alinhados com valores da empresa

Segundo Joyce, organizações que utilizam o coaching estão conseguindo que a força de trabalho se torne mais criativa.
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
O uso de treinamentos vivenciais e a prática do coaching são crescentes no mundo inteiro dentro das empresas. O CEO da Academy of Executive Coaching de Londres, John Leary-Joyce, esteve em Porto Alegre nos dias 18 e 19 de junho participando de cursos da ESPM-Sul e falou sobre o desenvolvimento que as organizações têm no benefício do coach de equipes.
JC Empresas & Negócios - Como as empresas estão trabalhando no mundo todo com os processos de coaching para melhorar resultados internos?
John Leary-Joyce - Estão desenvolvendo líderes para gerir questões mais complexas que requerem pensamento inovador, no lugar de abordagens já conhecidas e desatualizadas que não mais funcionam na economia atual. Estão também gerenciando melhor os exigentes colaboradores da Geração Y que estão atingindo cargos mais altos e esperando mais da organização em termos de uma gestão qualificada e de um trabalho que satisfaz e tem um propósito maior, e não apenas uma carreira e benefícios financeiros. As organizações que utilizam o coaching também estão conseguindo que a força de trabalho se torne mais criativa e assuma a responsabilidade pelos seus resultados, ao invés de ser obediente a uma gestão de controle e comando.
Empresas & Negócios - Tem-se percebido, dentro das organizações, uma mudança em relação ao entendimento do uso dessas ferramentas para auxiliar nos resultados?
Joyce - Sim, as organizações, especialmente no Reino Unido, têm muito mais clareza com relação a quando e porque usam o coaching individual e de equipes para desenvolver gestores e líderes. Também estão mais familiarizadas com o conceito e o valor que o alto nível de engajamento dos colaboradores pode gerar para a empresa. Um exemplo específico disso é a comparação, no valor de ações entre as 100 empresas com maior valor de mercado listadas na bolsa de valores britânica, o ranking chamado de  FTSE 100, e as 100 melhores empresas para trabalhar. Durante a recessão que o Reino Unido viveu nos últimos anos, as 100 melhores empresas superaram o desempenho das empresas do FTSE 100 em 50%. Quando não há dinheiro para pagar pelo bônus dos executivos, é o comprometimento dos colaboradores com a empresa que faz a diferença.
Empresas & Negócios - Como vê esses cursos e treinamentos que mexem com crenças e motivação pessoal dentro de empresas?
Joyce - Isso é absolutamente essencial. Todas as pesquisas apontam que o coaching precisa desafiar os líderes nos seus sistemas, procedimentos e estilo de gestão padrão. A abordagem de coaching tem o poder de criar pensamento inovador e ação focada para atingir resultados – isso somente acontece quando o gestor ou líder questiona o seu estilo habitual e busca mudança em si mesmo e nos outros. Caso contrário, não faz sentido algum.
Empresas & Negócios - Como fazer com que esses sonhos e objetivos pessoais possam ser benéficos para a empresa dentro dos seus valores?
Joyce - Se o coach é contratado pela organização, então o coach precisa alertar o coachee sobre a visão da empresa, seus objetivos e metas, e as expectativas da mesma em relação a esse profissional, para alinhar esses pontos e auxiliá-lo a encontrar uma forma de atingir isso. Por exemplo, um analista de risco sênior, altamente experiente, estava entediado e, por isso, pensava em se aposentar mais cedo, mas o pacote de remuneração oferecido no final da carreira era um prêmio muito alto para abrir mão. No processo de coaching, o executivo declarou que tinha receio que a sua falta de atenção e motivação pudesse resultar num erro significativo no seu trabalho, que poderia custar milhões de libras. Nós descobrimos juntos no coaching que ele poderia assumir projetos interessantes como mentor de analistas de risco menos experientes e que ele também poderia questionar o estilo de liderança da empresa e as suas políticas estratégicas, desde que não tivesse “nada a perder”. Isso estaria alinhado com o seu sonho de aposentadoria de ser “mais ele mesmo” e mais orientado para pessoas, ao invés de ter foco nos números. Ele continuou a trabalhar na empresa, rumo à aposentadoria, com maior motivação e sem realizar quaisquer erros financeiros.
Empresas & Negócios - Como trabalhar o coaching dentro de uma equipe fazendo com que haja um alinhamento dos objetivos pessoais em prol do grupo?
Joyce - Em um primeiro momento, a equipe necessita saber o que a organização espera dela. Os membros da equipe precisam ter clareza de quais serão os seus objetivos e estratégias para atingir essas expectativas. Muito frequentemente, esses aspectos primários não são definidos explicitamente e o processo de coaching é muito eficaz em fazer isso, expondo conflitos e suportando soluções inovadoras. Assim, ocorre uma interação diferente na equipe, na qual seus membros esclarecem quais são as suas ambições e seus objetivos pessoais. Se esses não estão alinhados com os objetivos da equipe, então a mediação de coaching se torna necessária e o pensamento criativo é aplicado para encontrar formas de trabalhar com a disconexão para que os indivíduos possam encontrar uma maneira adequada de contribuir ativamente para os objetivos da equipe.
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