Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 08 de Abril de 2013 às 00:00

Armelin inova com salgadinho pronto para levar


JOÃO MATTOS/JC
Jornal do Comércio
O salgado mais pedido no balcão e na tele-entrega da Confeitaria Armelin teria sido fruto de uma visão. Quem garante é o dono do estabelecimento, José Armelin, que cogitou patentear o croquete de requeijão, mas desistiu devido aos custos. Armelin conta que a combinação do recheio envolvido pelo guisado de carne surgiu em uma espécie de sonho, quando ele atendia na matriz da confeitaria, na rua Gonçalves Dias, 230, no bairro Menino Deus. “Estava no caixa conversando com um cliente quando vi o salgado, provei o croquete e senti o gosto”, descreve o dono.
O salgado mais pedido no balcão e na tele-entrega da Confeitaria Armelin teria sido fruto de uma visão. Quem garante é o dono do estabelecimento, José Armelin, que cogitou patentear o croquete de requeijão, mas desistiu devido aos custos. Armelin conta que a combinação do recheio envolvido pelo guisado de carne surgiu em uma espécie de sonho, quando ele atendia na matriz da confeitaria, na rua Gonçalves Dias, 230, no bairro Menino Deus. “Estava no caixa conversando com um cliente quando vi o salgado, provei o croquete e senti o gosto”, descreve o dono.
O croquete acabou dando certo, responde hoje por 40% das vendas da loja e ajuda a reforçar a fama da casa, que, segundo seu fundador, inventou o salgado pronto para levar. “Isso firmou o sucesso do meu negócio. Criei da minha cabeça, e o Brasil copiou”, diz, sem receio de ser desmentido. “Muito concorrente vinha copiar, viajei pelo País e ninguém tinha”, garante. Antes de lançar a moda, que hoje ganhou embalagem de isopor que mantém a temperatura das encomendas para entrega, o empreendedor teve de desenvolver receitas e dominar o uso de máquinas para que as atuais 15 variedades cheguem aos consumidores com o mesmo tamanho, formato e sabor. “Antes de 1995, a gente fazia tudo à mão, eram cem mil ao dia”, contabiliza.
Mas não foi só a forma de produzir que fez a diferença. Dono de uma fruteira que operou por mais de 20 anos na avenida Otto Niemeyer, zona Sul de Porto Alegre, Armelin largou tudo para se aventurar pela confeitaria. Abriu a matriz do estabelecimento em 1982, e foi lançando novidades e fisgando clientes pela boca.
É o caso do militar reformado João Pedro Garcia, que já se acostumou a tomar café e comer alguns salgados na loja. “As empadas são as minhas preferidas. O telefone da Armelin já está no meu celular”, conta Garcia. Frequentadores como o militar ganharam mais motivos para não ficar longe dos quitutes no ano passado, quando o ambiente interno foi ampliado e ganhou mesas.
“Aos sábados, a casa lota o dia todo, passam por aqui mais de duas mil pessoas”, anima-se o dono, que, aos 71 anos, não pensa em deixar de cuidar da confeitaria. Agora a imaginação do fundador está às voltas com novas receitas assadas, para clientes que são mais avessos a frituras. “É a onda mais saudável”, justifica. Os filhos José Alex e Renê, que seguiram a tradição do pai, herdaram o nome do estabelecimento e as filiais, que foram abertas nos anos 2000 nas avenidas Cristóvão Colombo e Otto Niemeyer e seguem o cardápio da confeitaria-mãe. No mesmo prédio onde fica a matriz, a vizinha Armelin Carnes é de propriedade do irmão Luis.

Produção é em ritmo industrial para dar conta da demanda que cresce a cada ano

Boa parte do segredo da Armenlin está atrás do balcão, mas longe dos olhos dos clientes. A multifacetada fábrica de fazer bolos e “chapinhas” (que são as tortas em formato retangular), os mais de 20 tipos de salgados, entre fritos e assados, e pizzas opera em ritmo industrial. Ali estão cerca de 40 dos mais de 50 funcionários da operação. Cada ala da fábrica se dedica a um nicho de quitutes. Em uma câmara fria, são mantidas as porções e as tortas feitas ao longo do dia.   
Na área de doces, formas sob medida e uma máquina, moldada pelo proprietário José Armelin, garantem que todos os exemplares de pão de ló para as variações redondas ou retangulares tenham sempre o mesmo tamanho e peso. “A chapinha tem 24 centímetros de comprimento”, exemplifica Armelin, que moldou as combinações e os formatos a partir de criações próprias. “Não sabia nada de bolo. Fiz cursos, mas não queria ter a mesma receita dos concorrentes. E foi o mesmo processo dos salgados: o empresário sonhava de noite com a torta e transmitia na manhã seguinte a fórmula aos confeiteiros”, comenta.
Entre os equipamentos, está um exemplar de fabricação americana, comprado em 1995, por US$ 90 mil (hoje cerca de R$ 180 mil), que “automatizou” a elaboração. Hoje são três do modelo, que geram cada um 5,5 mil unidades por hora. O recheio se funde com a massa, cada ingrediente no seu devido lugar, e croquetes, coxinhas, bolinhos e canudinhos saem prontinhos para fritar. O salgadeiro João Rolim Dornelles, há 20 anos na confeitaria, atesta que as criações começaram da cabeça do patrão. “O croquete de requeijão a gente achava que não ia dar certo, pois não combinava e já tinha o de carne”, recorda o funcionário. “Fomos muito criticados, fazia e dava errado. Um dia deu certo, e é o maior sucesso”, rende-se Dornelles.   
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO