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Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 21 de Janeiro de 2013 às 00:00

Luffing é uma das pioneiras na fabricação de instrumentos musicais


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
No final dos anos 1970, Sérgio Luffing partiu rumo a São Paulo com um violão nas costas e uma pasta repleta de músicas de sua autoria. Até então motorista de táxi em Porto Alegre, não estava feliz na profissão e queria mudar de ramo. Fã de Roberto Carlos, Beatles e Creedence Clearwater Revival, ele bateu na porta de uma série de gravadoras desejando uma chance como músico profissional. Não conseguiu. Nem por isso o som dos acordes saiu de sua vida. Na volta ao Rio Grande do Sul, ao ajudar um amigo a construir uma guitarra, viu ali algo que realmente gostaria de fazer. Era o começo da Luffing Instrumentos Musicais.
No final dos anos 1970, Sérgio Luffing partiu rumo a São Paulo com um violão nas costas e uma pasta repleta de músicas de sua autoria. Até então motorista de táxi em Porto Alegre, não estava feliz na profissão e queria mudar de ramo. Fã de Roberto Carlos, Beatles e Creedence Clearwater Revival, ele bateu na porta de uma série de gravadoras desejando uma chance como músico profissional. Não conseguiu. Nem por isso o som dos acordes saiu de sua vida. Na volta ao Rio Grande do Sul, ao ajudar um amigo a construir uma guitarra, viu ali algo que realmente gostaria de fazer. Era o começo da Luffing Instrumentos Musicais.
A Luffing nasceu em 1982, mas a marca foi registrada apenas em 1985. Desde os primórdios, a empresa trabalha com a fabricação de guitarras, violões e baixos. Com isso, tornou-se um dos primeiros negócios neste formato no Rio Grande do Sul. Sérgio começou a se dedicar ao ofício de luthier (profissional que constrói e repara instrumentos de cordas) por conta própria e, aos poucos, consolidou-se na atividade. “Fui aprender a profissão conforme fabricava os instrumentos. Eu aprendi muito lendo e também deduzindo. Eu queria saber como fazer as coisas, como climatizar a madeira, como criar diferentes escalas”, recorda o fundador da companhia.
Nos primeiros três anos, as encomendas se multiplicaram e chegou o momento de se expandir. A companhia montou, então, uma estrutura para produzir em escala, contratando funcionários. “Fazíamos de 120 a 180 instrumentos por mês e mandávamos para diversas partes do País”, lembra Sérgio. No início da década de 1990, porém, veio o momento mais delicado pelo qual a Luffing passou.
O confisco da poupança, anunciado no governo Collor, impactou diretamente na saúde financeira da companhia. “Aquilo ali me quebrou as pernas. Tivemos que demitir e indenizar funcionários. Ao mesmo tempo, com o fim da reserva de mercado para produtos nacionais, começaram a surgir guitarras vindas da Ásia pela metade do preço em relação às que nós fabricávamos”, recorda. A partir de então, a Luffing foi remodelando seu perfil. A empresa passou a trabalhar com projetos sob medida, em menor escala, e ganhou status de loja.
No final dos anos 1990, houve a mudança de sede para a avenida Farrapos, onde a marca permanece até os dias atuais. Com isso, Sérgio resolveu adicionar um pronto-socorro musical no local. “Se tornou o nosso grande negócio. Mais de 80% do nosso faturamento vem do conserto e da manutenção de instrumentos. Violão quebrado é o que mais tem por aí”, menciona. Músicos profissionais, amadores e até mesmo grandes redes que comercializam instrumentos se tornaram clientes da oficina de luthieria da Luffing.
Atualmente, Sérgio cuida apenas da divisão de reparos em instrumentos de cordas. A parte da loja quem cuida é o irmão Fernando. Já as encomendas para a criação de guitarras, baixos e violões permanecem, mas, há oito anos, estão sob a responsabilidade de Sérgio André, filho do fundador da Luffing. “Somos todos sócios. É uma divisão não financeira, mas por tarefas”, esclarece.
Os pedidos de instrumentos chegam de várias partes do mundo e das formas mais inusitadas. “Esses dias, um empresário grego estava em Porto Alegre com uma comitiva, passou em frente à loja e decidiu entrar. Viu que fabricávamos instrumentos e encomendou uma guitarra personalizada”, lembra. Ao todo, a família já produziu mais de três mil guitarras. Paralelamente, a Luffing passou a explorar outro nicho: o de ensino. Um primo de Sérgio dá aulas de guitarra, violão, baixo e cavaquinho no ambiente.

Empresa deve se expandir nos próximos anos

Empresa familiar, mas de olho nas oportunidades do mercado, a Luffing planeja expandir sua atuação nos próximos anos. A ideia é criar filiais na Serra gaúcha e em Santa Catarina. Os locais não foram escolhidos por acaso. A companhia tem clientes assíduos das duas regiões e quer ampliar a base atual. Até a metade de 2014, a primeira das unidades deve sair do papel. Atualmente, o plano se encontra em um estágio inicial.
“Estamos fazendo estudos ainda. A intenção é abrir filiais, que funcionarão como pontos de captação de clientes. A gente vai desenvolver instrumentos e também fazer consertos  na grande oficina, em Porto Alegre. Então, temos que ver como vai funcionar a logística”, diz o sócio-fundador da Luffing, Sérgio Luffing.
Segundo o empresário e luthier, as encomendas de instrumentos musicais devem continuar aumentando. “O artesanal vai ter cada vez mais espaço, até porque se trata de um instrumento diferenciado, que não é produzido em escala e é personalizado”, menciona Luffing.
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