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História do Comércio Gaúcho

- Publicada em 05 de Setembro de 2011 às 00:00

Série do Jornal do Comércio retrata cases de sucesso no Estado


Jornal do Comércio
O comércio foi responsável por 11,9% do PIB brasileiro no ano passado. Somente no primeiro trimestre de 2011, cresceu 5,5%, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para além dos números, o setor é responsável pela geração de riqueza, empregos e desafios de gestão à perpetuação das empresas.

O comércio foi responsável por 11,9% do PIB brasileiro no ano passado. Somente no primeiro trimestre de 2011, cresceu 5,5%, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para além dos números, o setor é responsável pela geração de riqueza, empregos e desafios de gestão à perpetuação das empresas.

Diante da dimensão da atividade, a partir de hoje o Jornal do Comércio, em parceria com a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), vai contar parte da história do comércio do gaúcho, destacando a trajetória de grandes e pequenas varejistas que resistiram ao tempo.
Os cases foram selecionados por seu valor histórico, importância econômica e contribuição à consolidação do segmento varejista. Os critérios de segmentação foram inspirados na divisão que faz o IBGE para o setor: relojoaria e ótica, supermercados, tecidos, calçados, vestuário, móveis, drogarias, eletroeletrônicos, informática e comunicação, entre outros.
O presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, destaca que o projeto é um reconhecimento às companhias que atravessaram gerações e são capazes de sintetizar a biografia do comércio gaúcho. Ele lembra que com um volume substancial de empresas familiares, há dificuldade em repassar os valores dos fundadores para que os sucessores deem continuidade aos negócios. Além disso, afirma que para estarem em pé até hoje, as marcas não tiveram medo de ousar e investir, culminando no acompanhamento do desempenho tecnológico e nas demandas de mercado. "São histórias que servem como referência para empresas que querem chegar a esse estágio", argumenta o dirigente.
O diretor-presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, compartilha a opinião do presidente da Fecomércio. Para ele, as companhias que vão figurar como narradoras da trajetória comercial rio-grandense são exemplos para os atuais empreendedores. "Resgatando essa história, procuramos estimular o empreendedorismo, motivar que as pessoas façam novos empreendimentos através desse exemplo", diz. Tumelero relata que muitas companhias começaram praticamente do zero e se transformaram em "verdadeiros impérios".
A economia em si não é a única influenciada e beneficiada pelo comércio. O professor de marketing da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Hugo Müller, explica que o comércio é de extrema importância para o desenvolvimento de uma sociedade. Isso porque as trocas são responsáveis pela especialização das pessoas. "O comércio, a troca, permite que tenhamos indivíduos especializados fazendo atividades necessárias para a sobrevivência de outras pessoas", contextualiza o professor.
Müller aponta, ainda, que o avanço das sociedades está relacionado à atividade, lembrando que, antes do advento do comércio, as comunidades estavam sujeitas à precariedade. "As sociedades que não tinham o comércio tinham uma vida extremamente precária, praticavam escambo, por exemplo." As dimensões alcançadas pelas trocas comerciais na sociedade contemporânea ocasionaram uma série de demandas, com um papel social crescente no setor.
Autor de uma tese de doutorado que compara a postura do empresariado gaúcho com o paulista, o professor da Ufrgs conclui que, no Rio Grande do Sul, os líderes empresariais são um pouco mais conservadores, mas, ao mesmo tempo, têm um grande poder de gerar valor sobre suas marcas. "A construção de marca é mais lenta e cuidadosa, o gaúcho tem uma posição mais conservadora com relação à gestão dos negócios", frisa.

Conservadorismo que, muitas vezes, leva empresários e consumidores gaúchos a valorizar o que tem origem na região. "A gente nota que na região Sul, de forma mais acentuada no Rio Grande do Sul, há uma tradição de trabalhar suas marcas locais e até criar algumas barreiras para a entrada de redes de fora", avalia o sócio sênior da GS&MD Gouvêa de Souza, Luiz Góes. Ele aponta que a sobrevivência no setor é difícil, e que se perpetuam aqueles que conseguem manter um equilíbrio entre as negociações da indústria e os anseios dos clientes.

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