Responsável pela fabricação de 8,5 milhões de pares/ano de calçados e somando 278 lojas, a Paquetá projeta expansão dos negócios, com abertura de 145 estabelecimentos até 2015. Somente para as novas unidades da marca Paquetá Esportes, que chega em seis estados, serão gastos R$ 15 milhões. Com as inaugurações até 2012, o grupo quer transformar a bandeira multimarcas em uma das maiores redes de lojas de produtos esportivos do País.
Em quatro anos serão abertas ainda 80 franquias das marcas próprias Dumond e Capodarte, em paralelo à inauguração de 65 lojas de varejo multimarcas, que incluem as da Paquetá Esportes e das bandeiras Paquetá Calçados, Gaston e Exposende - rede nordestina adquirida pela corporação gaúcha em 2005. No Estado, o grupo inaugurou neste mês a Mega Loja Gaston, no Centro Histórico da Capital. Contando com 1.700 m2 de área, o empreendimento ocupa o prédio do antigo Mega Bingo e Casa Sloper. De acordo com a gerente corporativa de comunicação institucional, Paulina Bacher, foram aplicados R$ 4 milhões.
A Paquetá também deve desembolsar R$ 10 milhões em seu novo centro de distribuição (CD), projetado para setembro de 2012, em uma área de 33 mil m2, na cidade de Canoas. A empresa, que espera encerrar o ano faturando R$ 1,7 bilhão, emprega 12,5 mil pessoas no Brasil, Argentina e República Dominicana. Dentro do portfólio a Paquetá administra e financia plásticos de seus cartões de crédito. Outro braço do grupo é a Paquetá Empreendimentos Imobiliários, voltada ao mercado de construção de prédios e condomínios.
Antes se tornar gigante, a empresa foi um pequeno negócio criado por Arlindo Müller e Hugo Wagner em 1945, na cidade de Sapiranga. Eles abriram a fábrica de calçados Müller e Wagner em tempos de recessão, devido ao final da 2ª Guerra Mundial. "A cidade não tinha estrutura, e eles enfrentaram grande dificuldade", recorda Paulina, neta de Müller.
Mas a dupla investiu no fornecimento de calçados masculinos para sapatarias da Capital, produzindo cinco pares por dia. Isso representa 0,01% do que a Paquetá fabrica atualmente: 50 mil pares/dia. Determinados, os empresários conquistaram clientela fixa e começaram a fazer sapatos femininos. Mais tarde, se associaram a Arlindo Weber, Waldemar Strassburger e Avelino Zimerman, e a empresa passou a se chamar Calçados Paquetá.
O nome foi inspirado em visita do filho de Strassburger à Ilha de Paquetá. Em 1964, os sócios apostaram na diversificação dos negócios e que o futuro passaria pelo varejo. Abriram a primeira loja de calçados em Novo Hamburgo, com produtos próprios.
PAQUETÁ/DIVULGAÇÃO/JC
Grupo investe em planta no exterior
Entre as metas da Paquetá para os próximos anos, está consolidar a unidade produtiva de calçados de exportação na República Dominicana. Localizada em Santiago de Los Caballeros, a planta se originou em 2010 pela dificuldade de fabricar manufaturados no Brasil, devido à política cambial vigente. "O acordo de livre comércio entre a República Dominicana e os Estados Unidos permite sermos competitivos e atender os clientes do mercado americano", justifica o diretor administrativo corporativo da Paquetá, Jorge Strassburger. Ele diz que a meta é que a fábrica produza 2,5 milhões de pares em 2012.
O trabalho com exportações começou em 1969 basicamente com marcas de terceiros, sendo que o primeiro destino foi o território americano. Na época, a empresa vendia calçados femininos, masculinos e infantis no varejo, e para incrementar o mix passou a comercializar artigos esportivos. Na indústria, a primeira marca própria foi a Dumond, de calçados femininos, que surgiu para atender ao mercado interno, em 1992.
Já consolidada como uma das principais redes de varejo da Capital, em 1984 a Paquetá adquiriu sua maior concorrente na época, as Lojas Gaston. Em 2005, o grupo - presente em quatro estados do Sul - chega ao Nordeste, com a aquisição da rede Esposende. Dois anos depois entra no mercado paulista adquirindo a marca Capodarte. Ainda em 2007, compra a Ortopé e passa a fabricar calçados infantis para o Brasil e outros 20 países. Em 2010, lança a Lilly's Closet, de calçados femininos, produzindo para o mercado nacional.
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