A produção brasileira de grãos na safra 2024/2025 está estimada em 345,2 milhões de toneladas, configurando-se como novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a safra 2022/2023 quando foram colhidas 320,91 milhões de toneladas. Se comparado com o volume obtido na safra passada, o resultado representa uma alta de 47,7 milhões de toneladas. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (14).
Com estimativa de colher 33,3 milhões de toneladas, a safra gaúcha de grãos 2024/2025 apresenta retração de 9,6% em relação ao ciclo anterior. Mesmo assim, o estado mantém-se na quarta posição entre os maiores produtores do País, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás. A área cultivada totaliza 10,4 milhões de hectares, variação negativa de 0,1%. “Apesar da estiagem, as safras de arroz e milho registraram boa produção, com crescimento expressivo. Por outro lado, a soja sofreu forte quebra, e houve redução também na colheita de feijão primeira safra”, resume Pretto.
A soja, principal cultura agrícola do Estado, registrou incremento de 1,3% na área semeada, alcançando 6,85 milhões de hectares. Foram colhidas 14,28 milhões de toneladas, um recuo de 27,3%, devido aos impactos da estiagem e das altas temperaturas. A produtividade média ficou em 2.084 quilos por hectare. Apesar do cenário de quebra, o RS segue como o quarto maior produtor nacional da oleaginosa.
O milho da primeira safra apresentou cenário oposto: a produção atingiu 5,43 milhões de toneladas, alta de 12% em relação ao ciclo anterior. A área plantada, porém, encolheu 12,2%, chegando a 715,5 mil hectares. A colheita já foi concluída, com produtividade média de 7.590 quilos por hectare, a segunda melhor da série histórica da Conab para o estado.
O arroz teve safra favorável: foram 8,3 milhões de toneladas, avanço de 15,9% na produção. O grão foi cultivado em 951,9 mil hectares, área que cresceu 5,7%. Clima estável e disponibilidade hídrica garantiram bom padrão produtivo, com rendimento médio de 8.715 quilos por hectare.
O feijão segunda safra também cresceu, embora de forma mais modesta, compensando a perda da primeira safra. Assim, a produção de feijão, somadas as duas safras, totaliza 73,5 mil toneladas, aumento de 2,5% sobre o ciclo anterior. A área total recuou 12,6%, ficando em 42,4 mil hectares.
O RS deve colher 3,81 milhões de toneladas de trigo, redução de 2,6%. A área estimada é de 1,20 milhão de hectares, retração de 10,2%. A semeadura foi concluída, com 98% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 2% em floração. Geadas atrasaram o ciclo, mas não devem comprometer o rendimento.
A Arábia Saudita anunciou que vai retirar as restrições temporárias impostas à importação de carne de aves do Rio Grande do Sul, após a conclusão do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrado no município de Montenegro. A confirmação foi dada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
“Aos poucos estamos reabrindo mercados importantes e estratégicos para o Rio Grande do Sul. Isso também mostra a credibilidade que temos junto aos países e a qualificação do trabalho do Serviço Veterinário Oficial gaúcho”, enfatizou o secretário da Agricultura, Edivilson Brum.
Dados da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) mostram que a Arábia Saudita foi responsável por 21% das exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul entre janeiro a outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes. Entre abril e janeiro deste ano, a Arábia Saudita era o 2º maior importador do produto brasileiro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, destacou que é uma notícia importante, tendo em vista o potencial de compra da Arábia Saudita. “É mais um passo rumo a normalização do comércio exterior para a avicultura do Rio Grande do Sul. Hoje os países do Oriente Médio importam cerca de 30% do que o Brasil exporta, e automaticamente, o Estado se enquadra nesse número porque somos o 3º maior exportador do Brasil”, afirmou.
Na última semana, em missão ao Rio Grande do Sul, o Chile também havia anunciado a reabertura do mercado avícola. Faltando agora dois importantes países que é são a China e a União Europeia.
“A reabertura da Arábia Saudita é extremamente importante por se tratar de um parceiro comercial fundamental para a avicultura do Rio Grande do Sul e isso simboliza o reconhecimento das garantias que o Estado e que o país têm dado à proteína animal, em especial à avicultura”, destacou o secretário-adjunto da Seapi, Márcio Madalena.