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Publicada em 11 de Agosto de 2025 às 17:00

Chile deve reabrir mercado a produtos avícolas do Brasil ainda em agosto

Mercado chileno é o segundo maior importador de ovos do Brasil, tendo comprado 2,5 mil toneladas até julho

Mercado chileno é o segundo maior importador de ovos do Brasil, tendo comprado 2,5 mil toneladas até julho

ABPA/Divulgação/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
Quase 13 meses após o embargo às exportações de produtos avícolas do Rio Grande do Sul, o Chile deve reabrir seu mercado ao Brasil ainda em agosto. A confirmação é aguardada pelo setor e pelo governo gaúcho após missão de dois auditores do país andino, que estiveram no RS e em Santa Catarina na última semana e sinalizaram positivamente ao fim da visita.
Quase 13 meses após o embargo às exportações de produtos avícolas do Rio Grande do Sul, o Chile deve reabrir seu mercado ao Brasil ainda em agosto. A confirmação é aguardada pelo setor e pelo governo gaúcho após missão de dois auditores do país andino, que estiveram no RS e em Santa Catarina na última semana e sinalizaram positivamente ao fim da visita.
O Chile é o segundo maior comprador de ovos do País, tendo importado 2,5 mil toneladas entre janeiro e julho deste ano. O volume representou uma queda de 27,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O país também adquiriu 41,7 mil toneladas de carne de frango, redução de 33,3% sobre os primeiros sete meses de 2024.
A suspensão das compras chilenas ao RS começou em julho de 2024, com o registro da doença de Newcastle em uma granja comercial de Anta Gorda, no Vale do Taquari. Em maio deste ano, quando se preparava a auditoria para reabilitar o Estado, um foco de influenza aviária (H5N1) em Montenegro levou ao embargo de todo o Brasil. A missão realizada agora teve caráter duplo: avaliar a superação dos dois episódios e autorizar novamente os embarques, tanto do RS quanto dos demais estados.

Segundo o secretário-adjunto da Agricultura do RS, Márcio Madalena, a vinda dos técnicos chilenos foi antecipada após articulação junto ao Ministério da Agricultura e à representação diplomática do país vizinho.
A visita não estava prevista para agora, mas conseguimos adiantar. Era muito aguardada pelo setor, e a sinalização de aprovação já foi feita. Agora faltam apenas trâmites burocráticos e o envio de documentos”, disse.
Ele afirma estar confiante de que a reabertura será oficializada antes da Expointer.

O protocolo chileno é mais rigoroso que o de outros mercados, que costumam seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa). No caso do Chile, a liberação só ocorre após inspeção presencial, com avaliação de órgãos de fiscalização e de estabelecimentos. A agenda no RS incluiu reuniões na Secretaria Estadual da Agricultura e inspeções nas unidades de defesa agropecuária de Montenegro, Guaporé e Rio Pardo, além de visitas a granjas e frigoríficos em Montenegro, São Sebastião do Caí e Anta Gorda. Em SC, o roteiro contemplou estruturas ligadas ao setor produtivo.

A expectativa pela reabertura é antiga. Em maio, na véspera do anúncio do foco de gripe aviária em Montenegro, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, participava de reuniões para tratar da missão chilena que estava prevista para chegar ao Brasil em 9 de junho. O avanço das negociações foi interrompido pela confirmação da doença, o que adiou a auditoria por dois meses e prolongou as restrições.

Do Japão, onde participa de uma feira para promoção de produtos brasileiros, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou que a missão teve saldo “muito positivo” e que o Chile é um parceiro estratégico para o Brasil. Com a reabertura, empresas brasileiras esperam recuperar espaço num mercado considerado de alto valor agregado, conhecido pela exigência em qualidade e sanidade.

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