Em meio à Semana da Agricultura Familiar, lideranças do setor intensificam o debate sobre os principais desafios que ameaçam a sustentabilidade da produção rural no Rio Grande do Sul. À frente da mobilização, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, aponta o endividamento crescente dos produtores, a fragilidade das políticas públicas e a necessidade de atrair e manter jovens no campo como os pontos mais críticos da agenda atual.
Conforme o dirigente, a principal pauta hoje ainda é o endividamento. Os médios produtores já enfrentam grandes dificuldades atualmente, e a agricultura familiar terá grandes dificuldades em 2026.
Conforme o dirigente, a principal pauta hoje ainda é o endividamento. Os médios produtores já enfrentam grandes dificuldades atualmente, e a agricultura familiar terá grandes dificuldades em 2026.
“No ano passado nós prorrogamos dívidas da agricultura familiar por quatro anos. Isso significa que, no ano que vem, vence uma parcela de 25% do custeio de 2023. Este ano, prorrogamos novamente por três anos – então teremos mais 33% referentes ao custeio de 2024”, explicou Carlos Joel.
Com isso, somam-se 58% de dívidas de safras passadas que vencem em 2025, além de um novo custeio integral para a próxima safra.
Com isso, somam-se 58% de dívidas de safras passadas que vencem em 2025, além de um novo custeio integral para a próxima safra.
“Aí eu pergunto: qual cultura hoje dá 58% de lucratividade?”, questiona.
Segundo ele, é certo que os produtores que recorreram às prorrogações não conseguirão quitar esses valores.
Segundo ele, é certo que os produtores que recorreram às prorrogações não conseguirão quitar esses valores.
“O problema vai explodir no ano que vem, se o projeto de alongamento das dívidas não for aprovado”, alertou o dirigente, em visita institucional ao Jornal do Comércio.
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Segundo ele, a proposta em discussão no Congresso Nacional, que prevê o alongamento das dívidas para até 15 anos com carência de três, poderia resolver a situação de 95% dos produtores – especialmente da agricultura familiar. No entanto, a tramitação enfrenta entraves e, segundo Carlos Joel, falta sensibilidade por parte do governo federal.
Segundo ele, a proposta em discussão no Congresso Nacional, que prevê o alongamento das dívidas para até 15 anos com carência de três, poderia resolver a situação de 95% dos produtores – especialmente da agricultura familiar. No entanto, a tramitação enfrenta entraves e, segundo Carlos Joel, falta sensibilidade por parte do governo federal.
“O governo ainda não entendeu a gravidade do problema. Se o Senado votar sem mudanças, pode forçar a negociação e a sanção da proposta”, afirmou.
Além da questão financeira, outro desafio urgente é a falta de políticas estruturadas para sucessão rural. Embora haja sinais de jovens retornando ao campo, o movimento ainda é tímido e dependente de iniciativas pontuais.
Além da questão financeira, outro desafio urgente é a falta de políticas estruturadas para sucessão rural. Embora haja sinais de jovens retornando ao campo, o movimento ainda é tímido e dependente de iniciativas pontuais.
“Precisamos criar um ambiente em que a juventude se enxergue na agricultura. Já avançamos, mas ainda falta muito. Quando falamos em endividamento, por exemplo, é porque as políticas públicas atuais não estão funcionando plenamente”, enfatizou.
Com 82% das propriedades rurais do RS enquadradas como agricultura familiar, o setor envolve cerca de 300 mil famílias e responde por 35% da produção agropecuária do Estado, conforme dados do IBGE. A relevância econômica, social e ambiental da atividade é indiscutível – mas, sem medidas urgentes, pode estar sob risco.
As discussões ganham força nesta semana em razão da celebração do Dia do Colono (25 de julho), marco da Semana Nacional da Agricultura Familiar, instituída por lei federal de autoria do deputado Heitor Schuch (PSB/RS). Ao longo da semana, sindicatos, prefeituras, Emater e outras entidades promovem eventos pelo interior do Estado para homenagear os produtores e reforçar a mobilização em torno das pautas urgentes.
Com 82% das propriedades rurais do RS enquadradas como agricultura familiar, o setor envolve cerca de 300 mil famílias e responde por 35% da produção agropecuária do Estado, conforme dados do IBGE. A relevância econômica, social e ambiental da atividade é indiscutível – mas, sem medidas urgentes, pode estar sob risco.
As discussões ganham força nesta semana em razão da celebração do Dia do Colono (25 de julho), marco da Semana Nacional da Agricultura Familiar, instituída por lei federal de autoria do deputado Heitor Schuch (PSB/RS). Ao longo da semana, sindicatos, prefeituras, Emater e outras entidades promovem eventos pelo interior do Estado para homenagear os produtores e reforçar a mobilização em torno das pautas urgentes.