Embora não resolva o endividamento crescente do agronegócio gaúcho, a decisão do Banrisul de suspender, por 90 dias, os protestos e negativações de produtores rurais foi recebida com alívio pelo setor. A medida é vista como um respiro temporário, permitindo que os agricultores ganhem tempo para avançar nas tratativas com o governo federal por uma solução estrutural para o passivo, agravado por eventos climáticos recorrentes.
Questionado pelo Jornal do Comércio, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, não informou o volume financeiro envolvido, limitando-se a dizer que os dados sobre inadimplência são divulgados nas demonstrações financeiras trimestrais do banco.
Questionado pelo Jornal do Comércio, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, não informou o volume financeiro envolvido, limitando-se a dizer que os dados sobre inadimplência são divulgados nas demonstrações financeiras trimestrais do banco.
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Segundo Lemos, a medida beneficia todos os produtores com crédito rural junto ao Banrisul. As datas de vencimento das parcelas, no entanto, permanecem inalteradas. O presidente do banco também ressaltou que a suspensão não gera custos financeiros para a instituição. Quanto à possibilidade de novos empréstimos para os produtores desnegativados, explicou que a concessão seguirá sujeita à análise de crédito pelas agências de relacionamento.
Para o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, a iniciativa do Banrisul representa o socorro possível dentro do alcance do governo estadual. No entanto, ele alerta que a sucessão de adversidades climáticas no Rio Grande do Sul vem comprometendo a capacidade de pagamento dos agricultores.
Segundo Lemos, a medida beneficia todos os produtores com crédito rural junto ao Banrisul. As datas de vencimento das parcelas, no entanto, permanecem inalteradas. O presidente do banco também ressaltou que a suspensão não gera custos financeiros para a instituição. Quanto à possibilidade de novos empréstimos para os produtores desnegativados, explicou que a concessão seguirá sujeita à análise de crédito pelas agências de relacionamento.
Para o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, a iniciativa do Banrisul representa o socorro possível dentro do alcance do governo estadual. No entanto, ele alerta que a sucessão de adversidades climáticas no Rio Grande do Sul vem comprometendo a capacidade de pagamento dos agricultores.
“Renegociação nenhuma resolve dívida. O que resolve é colher. Precisamos ter condições para isso. E o anúncio do Banrisul é uma ponte para que tentemos chegar lá”, afirmou.
A “ponte” mencionada é o alívio momentâneo que permite ao grupo de trabalho (GT) criado pelo governo federal mais tempo para apresentar propostas concretas de reorganização das dívidas do setor. Para da Luz, a criação do GT, mesmo sem a participação do Ministério da Fazenda, sinaliza uma preocupação do governo com o tema.
Em levantamento divulgado no início de maio, com base em dados de agentes financeiros até março, a Farsul estimava a dívida total do setor em R$ 72,8 bilhões. Desse total, R$ 27,72 bilhões – ou cerca de 38% – com vencimento em em 2025. A essa altura, o volume já é maior.
A demanda por prorrogação das dívidas foi encaminhada ao governo federal no início do ano, tanto pela Farsul quanto pela Fetag-RS. Só no final de maio, no entanto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a prorrogação de parcelas de custeio rural com recursos equalizados pelo Tesouro Nacional.
A “ponte” mencionada é o alívio momentâneo que permite ao grupo de trabalho (GT) criado pelo governo federal mais tempo para apresentar propostas concretas de reorganização das dívidas do setor. Para da Luz, a criação do GT, mesmo sem a participação do Ministério da Fazenda, sinaliza uma preocupação do governo com o tema.
Em levantamento divulgado no início de maio, com base em dados de agentes financeiros até março, a Farsul estimava a dívida total do setor em R$ 72,8 bilhões. Desse total, R$ 27,72 bilhões – ou cerca de 38% – com vencimento em em 2025. A essa altura, o volume já é maior.
A demanda por prorrogação das dívidas foi encaminhada ao governo federal no início do ano, tanto pela Farsul quanto pela Fetag-RS. Só no final de maio, no entanto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a prorrogação de parcelas de custeio rural com recursos equalizados pelo Tesouro Nacional.
A decisão abriu caminho para a renegociação de operações contratadas via Pronamp e demais produtores, mas sem efeito automático. Além disso, a medida federal limita a renegociação a 8% do saldo das parcelas com equalização previstas para vencimento neste ano em cada agente financeiro, o que frustrou parte das expectativas do setor.
O CMN, autorizou, ainda, novos percentuais para o saldo das parcelas com vencimento neste ano nas instituições financeiras que no ano agrícola 2024/2025 tenham operado com recursos equalizados pelo Tesouro Nacional e que tenham direcionado mais de 90% do volume desses recursos para aplicação em operações de crédito rural no estado do RS. Operações de custeio contratadas no âmbito do Pronamp e por demais produtores rurais passam de 8% para 17%; operações de crédito de investimento no âmbito do Pronaf, o limite sobe de 8% para 20%; e operações de crédito de investimento no âmbito do Programas de Investimento Agropecuário (InvestAgro), o limite sobe de 8% para 23%.
Nesse contexto, a ação do Banrisul ganhou peso. Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, a medida tem mais valor político do que técnico, mas ainda assim é importante.
“O Banrisul não é o principal banco da agricultura familiar – mais atendida pelo Banco do Brasil e por cooperativas –, mas essa suspensão dá um fôlego para buscarmos uma solução definitiva com o governo federal. É urgente avançar na negociação das dívidas de longo prazo”, concluiu.