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Publicada em 04 de Junho de 2025 às 12:13

Fávaro projeta normalização das exportações após fim do vazio sanitário

Negociações com parceiros comerciais sinalizam tendência de flexibilização dos embargos, diz Fávaro

Negociações com parceiros comerciais sinalizam tendência de flexibilização dos embargos, diz Fávaro

MAPA/REPRODUÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O Brasil chega, nesta quarta-feira (4) ao 14º dia do vazio sanitário para presença da gripe aviária em granjas comerciais. Na metade do prazo estabelecido em protocolos internacionais para que o País possa requerer a volta do reconhecimento como livre da doença em seu sistema de produção, após a confirmação do caso em um estabelecimento de Montenegro, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro projetou que as exportações dessa proteína para os 21 mercados que impuseram embargo total ao produto brasileiro serão retomadas logo após o fechamento do ciclo de 28 dias.
O Brasil chega, nesta quarta-feira (4) ao 14º dia do vazio sanitário para presença da gripe aviária em granjas comerciais. Na metade do prazo estabelecido em protocolos internacionais para que o País possa requerer a volta do reconhecimento como livre da doença em seu sistema de produção, após a confirmação do caso em um estabelecimento de Montenegro, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro projetou que as exportações dessa proteína para os 21 mercados que impuseram embargo total ao produto brasileiro serão retomadas logo após o fechamento do ciclo de 28 dias.
Durante coletiva de imprensa em Brasília, a pasta confirmou que está em investigação uma nova suspeita da enfermidade identificada em um abatedouro de Teutônia. Mas reforçou que a tendência é de que o resultado seja negativo, diante das peculiaridades do caso.
Foram identificadas algumas aves com sintomas na chegada ao abatedouro. Foram colhidas amostras, irão para o laboratório e para o painel de monitoramento. E nosso protocolo é investigar tudo. Mas não houve mortalidade de animais”.
Fávaro lembrou há indícios fortes de que o sistema de vigilância e controle sanitário conseguiu conter a doença “com muita eficiência” na granja de Montenegro.
O vírus é muito letal às aves. Em quatro ou cinco dias não sobraria animal vivo se não tivéssemos controlado. É uma questão protocolar aguardar os próximos 14 dias”, afirmou.
O Ministério considerou natural a queda de 7% verificada nos preços da carne de frango no mercado interno a partir do início dos embargos, por conta do ajuste na oferta. Mas aposta na eficiência das negociações com os países importadores para recuperar rapidamente a maior parte dos embarques.
De acordo com o ministro, o andamento dos diálogos com a China, a União Europeia e o México, importantes parceiros nessa proteína, tem sinalizado tendência de diminuição das áreas com restrição. E as tratativas com algumas nações que manifestaram abertura para discutir a flexibilização já mostraram efeito. Rússia e Kuwait, por exemplo, que inicialmente vetaram importações de todo o Brasil, já recuaram as proibições para o Rio Grande do Sul.
Emirados Árabes Unidos, Japão, Catar e Jordânia restringiram somente o município de Montenegro. E, nesses casos, o Ministério da Agricultura procura negociar para que os vetos fiquem restritos ao raio de 10 quilômetros da granja infectada.
A União Europeia nos encaminhou um questionário sobre o caso, que já estamos devolvendo com as respostas. A China fez algumas perguntas para entender a situação, sobre os frigoríficos que abatem aves com material genético oriundo da granja de Montenegro. Não podemos afirmar, mas são indícios de que a flexibilização deverá acontecer”, observou o ministro da Agricultura.
A regionalização dos embargos vem sendo negociada junto à União Europeia, Filipinas, África do Sul, Peru, Índia, China, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Albânia, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor Leste, Marrocos, Sri Lanka, Macedônia do Norte e Paquistão. Fávaro explicou, porém, que a abordagem do Brasil aos seus parceiros comerciais deverá ser mais contundente nas negociações a partir de 18 de junho, quando se completam os 28 dias sem a doença no sistema de produção comercial.
 
  • OS EMBARGOS
    Suspensão das exportações de carne de aves do Brasil:
    China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Peru, Albânia, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Índia, Sri Lanka, Macedônia do Norte e Paquistão.
    Suspensão restrita ao Rio Grande do Sul:
    União Econômica Euroasiática (UEE - Rússia, Bielorrússia, Armênia, Quirguistão) Arábia Saudita, Kuwait, Reino Unido, Angola, Turquia, Bahrein, Cuba, Montenegro, Namíbia, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia.
    Suspensão limitada ao município de Montenegro:
    Emirados Árabes Unidos, Japão, Catar e Jordânia.

Ministério pede R$ 135 milhões extras para enfrentar crises sanitárias

Diferente da estimativa de que não havia necessidade de ampliar o aporte de recursos para as ações de controle sanitário quando surgiu o foco de gripe aviária no RS, a pasta reviu posição e encaminhou à Casa Civil uma proposta de Medida Provisória para a liberação de R$ 135 milhões extras. O movimento, explicou Fávaro, se deve à ocorrência de outras três situações sanitárias críticas em andamento no País e do anúncio de restrições orçamentárias pelo Palácio do Planalto.
Essa restrição, de 53%, com sinalização de 23% até o final do ano, pode comprometer o trabalho. E não podemos deixar isso acontecer. Por isso fizemos o pedido desse dinheiro extra”, finalizou.

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