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Publicada em 03 de Junho de 2025 às 14:08

Exame descarta H5N1 em aves mortas em granja comercial de Anta Gorda

De janeiro a abril, o RS exportou 243,3 mil toneladas para 16 destinos, com faturamento de US$ 415,3 milhões

De janeiro a abril, o RS exportou 243,3 mil toneladas para 16 destinos, com faturamento de US$ 415,3 milhões

MAURO SCHAEFER/ARQUIVO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) São Paulo, em Campinas, descartou presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nas amostras coletadas na semana passada em aves na granja comercial de Anta Gorda, no Vale do Taquari. O resultado foi confirmado nesta terça-feira (3) pela diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Rosane Collares, após reunião com técnicos do Ministério da Agricultura.
O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) São Paulo, em Campinas, descartou presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nas amostras coletadas na semana passada em aves na granja comercial de Anta Gorda, no Vale do Taquari. O resultado foi confirmado nesta terça-feira (3) pela diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Rosane Collares, após reunião com técnicos do Ministério da Agricultura.
Com isso, a investigação foi retirada do painel de monitoramento de doenças respiratórias em aves do Ministério no começo da tarde. De acordo com ela, outra amostra, da coleta anterior, ainda aguardando laudo final, que deve sair até sexta-feira, para definição do diagnóstico final.
Assim, o foco já debelado em Montenegro, no Vale do Caí, segue sendo o único em estabelecimento comercial no Brasil. E segue a contagem iniciada em 22 de maio para um período de 28 dias sem ocorrência de novos episódios. O intervalo corresponde a duas vezes o período de incubação do vírus e está dentro dos protocolos internacionais para retomada do status brasileiro de livre da doença.
Desde o dia 16 de maio, quando foi oficialmente confirmado, cerca de 15 mil galinhas poedeiras com aptidão para corte morreram no local, em decorrência da enfermidade. Outras 2 mil foram abatidas preventivamente, e mais de 20 milhões de ovos oriundos da granja infectada foram rastreados e eliminados para evitar possível disseminação do vírus.
Por conta do caso, 24 países, incluindo o bloco econômico formado pela União Europeia, adotaram restrições à importação de carne de aves do Brasil. A expectativa é pela recuperação do reconhecimento internacional como País livre da doença em âmbito comercial e, assim, a volta das exportações.
De janeiro a abril, o País embarcou 1,7 milhão de toneladas e faturou US$ 3 bilhões. E o Estado exportou 243,3 mil toneladas para 16 destinos, com faturamento de US$ 415,3 milhões. As informações foram obtidas por meio da curadoria da Logcomex, empresa de tecnologia e inteligência artificial para o comércio exterior, sobre os dados públicos do setor. Os dados referentes ao mês de maio ainda não estão disponíveis.
Desde julho do ano passado, as vendas de produtos avícolas do RS estão proibidas pela China, maior importador mundial dessa proteína, além de outros mercados importantes, como o Chile. O embargo foi imposto por conta de um foco da doença de Newcastle em aviário comercial também de Anta Gorda.
O episódio causou um baque nos negócios do setor no RS, que desde então vem adotando um protocolo de contingência comercial. Cada empresa, conforme suas peculiaridades, promoveu ajustes para evitar custos desnecessários e também procurou redirecionar a produção, a partir dos prejuízos causados pelas enchentes de maio e do caso de Newcastle.
Enquanto corre o prazo para que o Brasil possa se autodeclarar livre da gripe aviária em granjas comerciais, o Ministério da Agricultura permanece em articulação com as autoridades sanitárias dos países importadores. A estratégia é prestar todas as informações técnicas necessárias sobre o caso de Montenegro e as medidas de biosseguridade adotadas pela cadeia avícola e os órgãos de vigilância sanitária animal. O governo e a iniciativa privada também têm reforçado a informação de que o consumo de carne de aves e de ovos não apresenta risco à saúde.
  • O EMBARGO
    Suspensão das exportações de todo o Brasil:
    China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka, Paquistão, Albânia, Índia, Macedônia do Norte e Kuwait.
    Suspensão restrita ao Rio Grande do Sul:
    Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão, Ucrânia, Rússia, Bielorrússia, Armênia, Quirguistão, Angola e Namíbia.
    Suspensão limitada ao município de Montenegro (RS):
    Emirados Árabes Unidos e Japão.


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