A importância da irrigação para aumentar a produtividade e a competitividade da agroindústria gaúcha foi tema de um encontro realizado nesta terça-feira (27), em Porto Alegre. O incentivo a investimentos nesse segmento foi abordado no evento Irrigação e Segurança Hídrica: Caminhos Para a Evolução Sustentável da Agroindústria na Reconstrução do Estado, promovido pelo Sistema Fiergs.
Durante a atividade, especialistas apontaram que a prática ajuda a mitigar os prejuízos causados por eventos climáticos extremos. Somente entre 2020 e 2024, o agronegócio do estado sofreu perdas de R$ 319 bilhões devido à estiagem, conforme estimativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Integrante do primeiro painel – Políticas e Estratégias para a Consolidação da Irrigação no RS –, a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, destacou as ações desenvolvidas pelo governo do estado nos últimos anos. Ressaltou a relevância econômica do tema e enfatizou a necessidade de alinhar o desenvolvimento e a proteção ambiental.
"Se soma a importância da irrigação como uma atividade da agricultura de baixo carbono, como uma atividade que potencializa a nossa capacidade de ter um solo coberto e de emitir menos gases de efeito estufa, contribuindo positivamente para a redução daqueles efeitos de mudanças climáticas locais”, pontuou.
O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, apresentou dados relacionados aos efeitos da estiagem no Estado, chamando a atenção para as quebras de safras, com consequente alta volatilidade econômica, e quedas no Produto Interno Bruto (PIB). Também destacou que o Rio Grande do Sul perde competitividade em diferentes setores, devido à falta de irrigação:
“Apenas 4% das áreas de sequeiro no Rio Grande do Sul são irrigadas. Isso é muito pouco diante dos desafios climáticos que temos vivenciado nos últimos anos. Então, o governo do Estado está fazendo projetos para fomentar a questão da irrigação”.
Já o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos (Sips), José Roberto Goulart, apontou um déficit de 30% na produção de milho no Rio Grande do Sul para atender a necessidade de 7 milhões de toneladas anuais para toda a cadeia de produção de proteína animal. E que o impacto na arrecadação foi o envio de R$ 1,6 bilhão em ICMS para outros Estados brasileiros com a importação desse insumo entre 2017 e 2024 Somente no ano passado foram R$ 247,5 milhões.
“A irrigação é peça chave para reverter esse processo. Para podermos produzir mais, porque a venda, nós temos. Mas falta produção”, afirmou, acrescentando que o aumento de produtividade nas lavouras irrigadas de soja e milho compensaria facilmente o investimento na comparação com a evasão de dinheiro em tributos.
Diante desse cenário, o advogado e consultor tributário Luiz Antônio Bins reforçou a importância do Fundopem da Irrigação, um programa de expansão da agricultura irrigada no Rio Grande do Sul, cuja criação é defendida há anos pelo presidente da Fiergs, Claudio Bier.
“As finalidades do Fundopem da Irrigação são reduzir os efeitos climáticos, a insuficiência hídrica na nossa atividade agropecuária, evitar perdas de produção em decorrência de estiagem e seca, aumentar a produtividade e qualificar o produto agrícola gaúcha”, detalhou Bins.
O segundo painel do evento contou com a participação do diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Gabriel Simioni, e do chefe do Departamento Agrossilvipastoril da Fepam, Cristiano Prass. Durante a conversa, mediada pelo executivo do Conagro, Tiago Pereira, foram apresentadas informações sobre os avanços relacionados ao licenciamento ambiental de sistemas de irrigação no Rio Grande do Sul.
O segundo painel do evento contou com a participação do diretor técnico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Gabriel Simioni, e do chefe do Departamento Agrossilvipastoril da Fepam, Cristiano Prass. Durante a conversa, mediada pelo executivo do Conagro, Tiago Pereira, foram apresentadas informações sobre os avanços relacionados ao licenciamento ambiental de sistemas de irrigação no Rio Grande do Sul.
Por fim, o encontro abordou os avanços, tecnologias e práticas inovadoras da irrigação no estado, a partir do depoimento do vice-presidente da Cotrisoja, Adriano Borghetti, do gerente na Cotripal Agropecuária Cooperativa, Tiago Kuntz, e do gerente corporativo PD&I da Fockink, Alejandro Meyer.