RS tem três municípios com suspeita de gripe aviária

Três cidades gaúchas estão no mapa de monitoramento de doenças respiratórias em aves do Ministério da Agricultura. Na tarde deste domingo (25), os municípios de Capela de Santana e Triunfo (em aves de subsistência) e Canoas (aves silvestres) aparecem entre os 18 casos suspeitos de infecção pela Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no País. O resultado das análises feitas em material de uma galinha doméstica em Gaurama, no Norte gaúcho, deu negativo para a enfermidade, conforme publicação da prefeitura em suas redes sociais na noite de sexta-feira.

As suspeita em Capela de Santana e Triunfo são, também, em aves domésticas, o que, se confirmado, não afetaria a contagem dos 28 dias iniciada na quinta-feira para que o Brasil possa se autodeclarar livre da doença em ambientes comerciais e pleitear a retomada das exportações. O fluxo foi interrompido no dia 16, quando foi confirmada a presença do vírus H5N1 em uma granja de matrizes em Montenegro, no Vale do Caí. O local já foi desinfectado, e técnicos do Serviço Veterinário Oficial permanecem atuando em um raio de 10 quilômetros da granja, com barreiras visitação a 270 estabelecimentos onde foram encontradas aves de subsistência, até que se complete o tempo definido em protocolos internacionais para a determinação da eliminação da enfermidade.

Atualmente, dois focos em investigação no Brasil são em plantas comerciais: em uma granja de Ipumirim (SC) e em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis (TO). As demais suspeitas são na criação de aves de subsistência em Santa Catarina, Minas Gerais, Goiânia, Bahia, Ceará e Pará. Outras cinco suspeitas envolvem aves silvestres em Canoas (RS), Belo Horizonte (MG), Mateus Leme (MG), Ilhéus (BA) e Icapuí (CE).

 Enquanto o sistema de biossegurança da cadeia avícola e dos órgãos governamentais do País, dos Estados e municípios atuam para debelar os focos, o governo segue trabalhando para mitigar os danos na economia e negocia intensamente com mais de uma centena de países para flexibilizar as regras estabelecidas nos acordos comerciais bilaterais e reduzir a área de embargos. O País é o maior exportador mundial dessa proteína, com mais de 5,3 milhões de toneladas embarcadas em 2024. E quer mostrar transparência total em todos os processos para reforçar a confiabilidade de seus protocolos para garantir a sanidade dos produtos.

Nesta sexta, Índia e Albânia passaram a integrar o grupo de nações que suspenderam as importações de carne de frango de todo o Brasil em função do foco de gripe aviária no RS. Já Angola decidiu suspender as compras de carne de frango das empresas do Rio Grande do Sul. 

Ontem, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou ao Valor Econômico que espera verificar novos avanços em relação à diminuição dos embargos na próxima semana. A pasta tem procurado estreitar os laços com todos os países importadores, com o envio de documentação e informações sobre a condução do assunto em solo brasileiro. O objetivo é mostrar clareza e agilidade às autoridades sanitárias dessas nações para, assim, acelerar as suspensões ou reduzir a área sob veto. 

O governo acredita que, com sinalização de uma certa escassez de carne de frango no mercado mundial, as chances de antecipação do fim dos embargos ou de flexibilizações aumentam consideravelmente. No ano passado, quando ocorreu o foco da doença de Newcastle em uma granja comercial em Anta Gorda, a China, maior comprador dessa proteína junto ao Brasil, levou mais de 20 dias para afrouxar a corda e autorizar importações de outros Estados. E mantém até hoje o RS fora da lista de importações. 

 FONTE: Ministério da Agricultura