A China suspendeu a habilitação de 51 frigoríficos de produtos avícolas do Brasil. A medida ocorre em meio à suspensão temporária das exportações de carne de frango e derivados brasileiros ao país asiático, após a confirmação de um caso de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
A lista consta na plataforma de registro de fabricantes estrangeiros de alimentos importados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), consultada pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
De acordo com a plataforma da GACC, a suspensão está válida desde o sábado, 17 de maio.
Ao todo, 59 frigoríficos de carne de aves e derivados do País estão com habilitação suspensa pela autoridade sanitária chinesa. Deste total, oito frigoríficos do Rio Grande do Sul habilitados para a comercialização ao país já estavam com suspensão da aptidão desde 17 de julho de 2024, quando um caso da Doença de Newcastle foi confirmado no Estado.
Entre os gigantes do setor, na lista constam 12 plantas da Seara, marca da JBS, três da JBS Aves, e 10 unidades industriais da BRF. Entre os Estados produtores de frango e derivados, 21 frigoríficos suspensos estão localizados no Paraná, maior exportador de frango do Brasil, 14 em Santa Catarina e oito no Rio Grande do Sul - que já estavam suspensos desde 17 de julho de 2024.
Os frigoríficos gaúchos que já estavam suspensos são: Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Erechim (SIF 68); BRF S.A., de Serafina Corrêa (SIF 103); Cooperativa Languiru Ltda, de Westfalia (SIF 730); JBS Aves Ltda, de Passo Fundo (SIF 922); Companhia Minuano de Alimentos, de Lajeado (SIF 1661); BRF S.A., de Marau (SIF 2014); JBS Aves Ltda, de Montenegro (SIF 2032); e Agrosul Agroavicola Indústrial S/A, de São Sebastião do Caí (SIF 4017).
A suspensão temporária dos embarques está prevista no protocolo sanitário acordado entre Brasil e China.
O protocolo determina que, em caso de enfermidade de notificações obrigatórias, como a gripe aviária, haja suspensão imediata das certificações das exportações pelo país. "Comunicamos a China que respeitamos o protocolo acordado, o que significa a suspensão dos embarques desde 15 maio", afirmou o secretário de secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, ao Broadcast Agro.
Até a noite de sexta-feira, a China não havia se manifestado sobre o tema para o governo brasileiro, em virtude do horário local. O comunicado enviado pelo Brasil à China foi enviado na manhã de sexta-feira em Brasília e na noite de sexta-feira na China, quando os órgãos públicos chineses já haviam encerrado expediente para o fim de semana.
Ainda na sexta-feira, o governo brasileiro comunicou os frigoríficos habilitados a exportar para a China que a certificação sanitária internacional de carne de aves para a China estava suspensa temporariamente e cautelarmente a partir de 15 de maio de 2025, data da confirmação do caso de gripe aviária.
O governo brasileiro espera negociar com a China a flexibilização da restrição dos embarques para o município ou Estado onde o foco de gripe aviária foi detectado. A expectativa é que essa regionalização ocorra após a conclusão do foco de gripe aviária em Montenegro, contabilizado em 28 dias depois da desinfecção do local.
A China é o principal destino do frango brasileiro, perfazendo 13% dos embarques totais do Brasil. De janeiro a abril deste ano, 192 mil toneladas de carne de frango foram exportadas para a China com receita de US$ 455 milhões. Em 2024, o Brasil exportou 561 mil toneladas de carne de frango à China, gerando US$ 1,288 bilhão em vendas externas.