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Publicada em 20 de Fevereiro de 2025 às 16:20

Após queda na receita global, Yara interrompe produção em unidades paulistas

Complexo da Yara em Rio Grande recebeu aportes de R$ 2,1 bilhões e dobrou capacidade operacional

Complexo da Yara em Rio Grande recebeu aportes de R$ 2,1 bilhões e dobrou capacidade operacional

YARA/DIVULGAÇÃO/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
A norueguesa Yara interrompeu a produção de fertilizantes fosfatados e ácido sulfúrico nas unidades de Cubatão (SP) e Paulínia (SP). A medida, definida no começo do ano, ocorre após a empresa registrar um prejuízo US$ 290 milhões nos resultados globais último trimestre de 2024. O desempenho da multinacional reverteu o lucro registrado em igual período do ano anterior, de US$ 246 milhões, com queda de 5% na receita, de US$ 3,598 bilhões para US$ 3,419 bilhões. 
A norueguesa Yara interrompeu a produção de fertilizantes fosfatados e ácido sulfúrico nas unidades de Cubatão (SP) e Paulínia (SP). A medida, definida no começo do ano, ocorre após a empresa registrar um prejuízo US$ 290 milhões nos resultados globais último trimestre de 2024. O desempenho da multinacional reverteu o lucro registrado em igual período do ano anterior, de US$ 246 milhões, com queda de 5% na receita, de US$ 3,598 bilhões para US$ 3,419 bilhões. 
Em nota enviada ao Jornal do Comércio, a Yara diz não ter informação sobre movimentos semelhantes em outros países onde atua. Mas garante que a decisão não afetará o fornecimento de fertilizantes ao mercado, já que mantém a produção nas unidades de Rio Grande (RS) e de Ponta Grossa (PR), e distribuirá produtos produzidos em plantas de outros países e de fontes de terceiros, conforme nota enviada ao Jornal do Comércio.
Cubatão ainda seguirá operando normalmente na produção de nitrogenados, com ativos posicionados para contribuir com o negócio de forma cada vez mais sustentável e positiva para a jornada de descarbonização. A hibernação para fosfatados e sulfúricos foi, de acordo com a companhia, a melhor alternativa para as unidades no curto e médio prazo, de modo a priorizar o core da Yara em nitrogenados.  A previsão é de que as duas plantas passem por um processo dedicado ao longo deste ano "para avaliar cenários de longo prazo para os ativos", cujo futuro é incerto.
Com a hibernação nessas unidades, a Yara ofereceu aos trabalhadores impactados um pacote de benefícios adicionais aos direitos previstos em lei na negociação com os respectivos sindicatos. O número de empregados desligados não foi informado.
A empresa está focada na produção de fertilizantes nitrogenados, além de frentes estratégicas como soluções de baixo carbono, neutralidade climática e agricultura regenerativa. A parada nos complexos de Cubatão e Paulínia visa redirecionar o foco e o financiamento para áreas nas quais a Yara pode criar mais valor para os clientes.
O objetivo, portanto, é permitir que a empresa se concentre em seu core business e em operações mais sustentáveis de longo prazo. Esse movimento permitirá a empresa executar operações mais competitivas”, segue a nota.
Nesse movimento, a presença da Yara no Rio Grande do Sul, porta de entrada da empresa no Brasil em 1977, segue estratégica para a companhia. A empresa conta com um escritório em Porto Alegre e três unidades operacionais, na capital gaúcha, em Cruz Alta e em Rio Grande, que concentra a maior produção no Estado.
Recentemente, a operação no Complexo de Rio Grande foi expandida e passou a ter ainda mais relevância, após receber aportes de R$ 2,1 bilhões, investidos em tecnologia e na ampliação do espaço, dobrando sua capacidade de produção, mistura, ensaque e distribuição. No local, a empresa produz fertilizantes fosfatados e NPK, com capacidade de 1,2 milhão de toneladas de granulação fertilizantes/ano e capacidade de mistura e ensaque 2,2 milhões de toneladas de fertilizantes/ano, para atender principalmente os cultivos de arroz, trigo, milho e soja.
Com a operação plena de sua capacidade, o Complexo de Rio Grande garante o envio de insumos a diversos estados brasileiros e países vizinhos. Segundo a multinacional norueguesa, o Complexo hoje é o maior e mais moderno parque de produção, mistura e expedição da América Latina, e responde por cerca de 5% da produção nacional de fertilizantes.
A estratégia da Yara está definida e permanece inalterada, afirma a nota. A empresa reitera o compromisso com a operação brasileira, que continuará a desempenhar um papel essencial com ainda mais foco na agenda de crescimento do agronegócio e do segmento industrial no País. “O Brasil é um mercado de fertilizantes e soluções industriais extremamente importante e significativo para a empresa seguir com sua ambição de desenvolver um futuro alimentar positivo para a natureza”, conclui o texto.

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