Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 03 de Fevereiro de 2025 às 17:31

Safra gaúcha de figos é estimada em 4 mil toneladas

Volmir Kich aposta na produção de figos na propriedade em Nova Petrópolis e projeta ampliar área de cultivo

Volmir Kich aposta na produção de figos na propriedade em Nova Petrópolis e projeta ampliar área de cultivo

ARQUIVO PESSOAL/JC
Compartilhe:
Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O calor intenso e a tecnologia aplicada, com a implantação de eficientes sistemas de irrigação, devem garantir uma safra de 4 mil toneladas de figos no Rio Grande do Sul. O rendimento ainda ficará cerca de 10% abaixo da média, de 4,4 mil toneladas, por conta dos danos causados em pomares durante as enchentes de abril e maio de 2024.
O calor intenso e a tecnologia aplicada, com a implantação de eficientes sistemas de irrigação, devem garantir uma safra de 4 mil toneladas de figos no Rio Grande do Sul. O rendimento ainda ficará cerca de 10% abaixo da média, de 4,4 mil toneladas, por conta dos danos causados em pomares durante as enchentes de abril e maio de 2024.
No Estado, são 669 unidades produtivas e 554 hectares, de acordo com o Levantamento Frutícola da Emater-Ascar. A cultura tem Feliz, no Vale do Taquari, Nova Petrópolis, Gramado, Caxias do Sul, São Lourenço do Sul, Pelotas, Encantado, São Pedro da Serra, Piratini e São Sebastião do Caí. Nos dias 8 e 9 de fevereiro, Nova Petrópolis promove a 50ª Festa do Figo, na Sociedade Cultural e Esportiva Linha Araripe.
Conforme o agônomo Enio Todeschini, coordenador da área de frutas e hortaliças da Emater na Região da Serra, onde se concentra cerca de 80% da produção gaúcha, a alta demanda por parte das indústrias tem garantido negócios por pelo menos R$ 3,00 o quilo. Mas há empresas pagando até R$ 3,80. Já para venda direta ao consumidor, o quilo pode ser encontrado por valores entre R$ 9,00 e R$ 15,00, assegurando boa rentabilidade aos produtores.
A alta superior a 100% sobre os preços negociados em períodos de safra cheia, tanto para indústrias, mercados e consumidor final se explica por uma conjunção de fatores, diz Todeschini.
A cadeia do figo é muito instável. Mas neste ano, a excelente qualidade das frutas, a redução da safra e a cautela dos produtores, que têm segurado a expansão de novas áreas, são fiadores dos preços praticados”.
Com colheita iniciada em meados de dezembro, a safra se estende até abril, em algumas localidades, mas a maior parte da produção se encerra em março.
Na atividade desde 2009, o agricultor Volmir Kich deve vender 1 tonelada de figo aos organizadores da Festa do Figo de Nova Petrópolis. A programação será no km 18 da RS-235. O município é o segundo em produção e, a exemplo de todo o Estado, vem colhendo frutas volumosas e doces.
Junto da esposa, do casal de filhos e dos sogros, ele conduz uma propriedade cuja expectativa é obter 100 toneladas da fruta nesta safra. Com cerca de 40% da produção já colhidos, o produtor torce para que o clima quente se mantenha para consolidar a performance projetada. Além das vendas diretas, a R$ 12,00 o quilo, e às indústrias, em valores que oscilam entre R$ 3,50 e R$ 4,00 , Kich comercializa sua produção a mercados e para a Ceasa.
A produção em escala conta com câmaras frias para acondicionar as frutas e conservar a qualidade. E, pensando em assegurar o volume adequado de água às plantas, ele implantou um sistema de micro-aspersão que hidrata as plantas somente na base, a menos de 10 centímetros do solo. Assim, segundo Kich, o rendimento da cultura melhorou até 50% em relação à irrigação por gotejamento, por exemplo. Um investimento que se pagou logo no primeiro ano.
Dos cinco hectares dedicados ao cultivo da figueira na propriedade, dois estão com plantas novas, ainda com rendimento abaixo da média das adultas. E Kich, que mantém ainda a criação de gado e ovinos para subsistência, pretende dedicar ainda mais atenção às frutas.
Tenho uma pequena área com goiabeira, que deverá ser convertida em figo. É uma cultura que exige investimento nas mudas, no manejo do solo e da irrigação. Mas vem se mostrando bastante rentável”.
De acordo com o agrônomo da Emater, são cerca de 1 mil mudas por hectare, ao custo de R$ 7,00 a R$ 8,00 cada. As plantas começam a produzir já na segunda brotação, e chegam à plenitude depois de seis ou sete anos. E o rendimento pode chegar a 10 mil quilos por hectare.
Nova Petrópolis concentra 40 hectares de pomares, conduzidos por 55 famílias de agricultores dedicados ao cultivo comercial da figueira. A expectativa é colher cerca de 550 toneladas, 10% menos na comparação com os resultados obtidos em períodos com condições climáticas ideais.
A colheita segue em ritmo acelerado, especialmente nas comunidades da “região baixa”, próximas ao Rio Caí, com grandes volumes da cultivar Roxo de Valinhos. Já nas comunidades da “região alta”, com predominância das cultivares Negrito e Pingo de Mel, a colheita está na fase inicial.
Na 50ª Festa do Figo de Nova Petrópolis, os visitantes poderão saborear também cucas de figo, de uva e de açúcar, preparadas na hora. Ainda, levar frutas in natura, produtos orgânicos, salames, queijos e até um exclusivo chope de figo. O complexo da festa tem entrada franca e estacionamento gratuito.

Notícias relacionadas