Com agências
Dos 748,5 mil hectares projetados para o plantio de milho na safra 2024/2025 no Rio Grande do Sul, 95% já foram concluídos. Mas no Noroeste do Estado, a colheita já começou, alcançando 1% do total, aponta a Emater/RS.
De acordo com o boletim conjuntural divulgado nesta quinta-feira (26), a produtividade obtida está pouco abaixo da projeção inicial, cuja média é de 7.116 kg/ha, mas superior à safra anterior. A operação deverá ser ampliada na primeira quinzena de janeiro, dependendo das condições climáticas, que podem acelerar a perda de água da massa de grãos.
No restante do Estado, a finalização da semeadura ocorre a um ritmo mais lento devido à implantação tardia em pequenas extensões na Região Sul e na Campanha, bem como à prática de plantio em safrinha em outras regiões, em áreas atualmente ocupadas por milho, tabaco e feijão. Essa semeadura deverá ser concluída ao longo do mês de janeiro, à medida que as áreas ocupadas por essas culturas sejam liberadas para nova implantação.
Já na soja, a semeadura alcança 96% da área projetada, de 6,8 milhões de hectares. O percentual está 5% acima do ano passado, na mesma data, e 4% superior á média dos últimos cinco cultivos. A produtividade média estimada é de 3.179 kg/ha.
Conforme a Emater, entretanto, a semeadura avançou 2% na última semana. O término do plantio ocorre de forma mais lenta devido à sequência de semeadura em áreas previamente ocupadas por outras culturas, como milho e tabaco, ou em regiões de Integração Lavoura-Pecuária, onde a retirada dos bovinos ou a colheita de sementes forrageiras acontecem de forma tardia. A previsão é de que a implantação da soja deverá ser concluída até a primeira quinzena de janeiro, à medida que as áreas forem sendo liberadas.
A alta luminosidade e os níveis de umidade do solo fazem com que as lavouras apresentem excelente desenvolvimento. As plantas em fase vegetativa mostram emissão expressiva de ramos laterais e fechamento entre as fileiras, indicando vigor satisfatório.
A alta luminosidade e os níveis de umidade do solo fazem com que as lavouras apresentem excelente desenvolvimento. As plantas em fase vegetativa mostram emissão expressiva de ramos laterais e fechamento entre as fileiras, indicando vigor satisfatório.
Em lavouras de cultivares precoces, semeadas na primeira quinzena de outubro, já se observa o início da floração (4%). A partir desse estágio, a demanda hídrica aumenta de forma significativa, o que traz preocupação em função da distribuição irregular e dos baixos volumes de chuva ocorridos nas primeiras três semanas de dezembro, especialmente no Centro e Oeste do Estado.
No arroz, já foram plantados 97,4% da área semeada prevista, totalizando 924,4 mil hectares, informa O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que verificou avanço de 0,3% em relação ao levantamento anterior. Com praticamente todas as regiões produtoras tendo concluído ou finalizando a semeadura, apenas a Região Central enfrenta atraso. Ali, apenas 82% dos 125,8 mil hectares projetados foram semeados. A área foi a mais afetada pelas enchente e por ter enfrentado um período de inverno chuvas frequentes, impossibilitando a reconstrução das áreas atingidas.
Conforme a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ainda restavam na semana passada cerca de 30 mil hectares a serem semeados. E, desses, entre 5 mil e 10 mil hectares deverão ficar para janeiro, fora do período recomendado.
"Isso deve comprometer a produtividade dessas lavouras. Além do mais, uma parte dos produtores dessa região ainda enfrenta problemas de crédito, e dificilmente alcançaremos os 948 mil hectares estimados ainda em agosto", disse o presidente da entidade, Alexandre Velho.
A Federarroz encaminhou ao governo federal um pedido para prorrogação do período de plantio coberto pelo Proagro até 20 de dezembro, mas até esta quinta-feira não obteve resposta. Uma nota técnica assinada pelo pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão Alcido Wander e datada de 23 de dezembro aponta as dificuldades enfrentadas pelos produtores da Região Central do RS, a maioria pequenos e médios, com terras de até 50 hectares. O texto, também endereçado à União, destaca que a viabilização do cultivo por esse grupo passa também pela segurança jurídica representada pela inclusão temporária no zoneamento de risco climático.
"Se vier, ou não, a medida de alongamento do prazo do zoneamento, fizemos o necessário, que era a defesa dos produtores", finalizou Alexandre Velho.